Capítulo 8

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AVISO: CONTÉM GATILHOS!

(Violência, violência sexual, perseguição)

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Não era tão difícil conseguir o endereço da festa. Comecei a prestar atenção nas conversas ao redor e notei que todos estavam falando sobre isso e, aparentemente, iria ter bastante gente lá.

A festa era em uma casa em um bairro dentro da cidade que eu conhecia. Era novo, elegante, porém, afastado e lotado de árvores, o que dava a impressão de ser sombrio, principalmente à noite. 

Normalmente, eu pediria ao meu pai para me levar, mas nesse dia, decidi ir sozinha. Chamei um Uber para me levar e, ao chegar, paguei e desci, olhando ao redor. Não havia uma pessoa fora da casa, a rua estava completamente deserta a não ser os 40 carros estacionados ali perto. E quando eu me virei, o Uber já havia ido embora.

A casa era enorme por fora, os portões de madeira grossa, muros acinzentados e muitos canteiros com árvores na calçada. Apesar de ser linda, não era muito bem iluminada.

Eu não havia avisado as meninas que estava indo na festa por apenas um motivo: eu não sabia o que estava fazendo ali e iria ser taxada de louca facilmente. Elas não iriam até lá, já tinham deixado em claro em outras ocasiões que não gostavam de festas e não achariam uma boa ideia eu ir sozinha então provavelmente, iriam me desencorajar a ir. 

Eu sabia que não fariam por mal, seria mais por preocupação, mas eu não queria ouvir e não queria dar explicações sobre a minha impulsividade. Eu decidi que iria, então eu iria.

E aqui estou. 

A casa estava quieta por fora, mas se eu me concentrasse, conseguia ouvir o som que vinha... do chão? Será que estava acontecendo no subsolo?

Só entrando para entender.

Toquei a campainha e imediatamente o portão se abriu. Eu me deparei com um lugar que era quase igual a uma chácara, coberta por um gramado, uma passarela de pedras cinzas no meio e mais à frente, um campo de futebol. Dos lados, contornando a casa, alguns casais se pegavam em paz, já que o barulho aqui não era tão alto.

Mais adiante estava o que imaginei ser a entrada. A porta da frente estava aberta e eu acabei entrando na sala, onde, novamente, havia mais casais espalhados, muitos mais do que lá fora e o barulho da música estava mais alto ali. 

Ao fundo, havia uma porta que eu não tinha notado antes e vi um casal entrando ali. O som, percebi, vinha de lá. Os segui e passei pela porta também, o que me levou a descer uma escada e dar de cara com o que parecia ser uma casa subterrânea, som alto, DJ, bebidas e mais bebidas, adolescentes e adultos dançando e, mais afastado, algumas pessoas sentadas no chão.

Drogas.

Novamente, eu me perguntei o que fazia ali. Talvez a curiosidade de saber mais sobre o mundo de Gabriel seja tanta que acabei vindo. Ou talvez eu só quisesse vê-lo. As duas opções parecem certas para mim. Mas por que eu só queria vê-lo? Por que eu queria saber mais sobre o mundo dele?

Pensei em pegar uma bebida e aproveitar a festa, mas eu nunca conseguiria fazer isso em paz sabendo que Gabriel está aqui.

Quer dizer, ele estava aqui?

Eu olhava para os lados, tentando achá-lo, mas não fazia ideia do que dizer se o encontrasse. Mais meia hora havia se passado e eu estava perto de uma parede, rodando os olhos pelo lugar, procurando-o, entretanto, nem sinal.

Eu não havia encontrado ninguém que conhecia, nenhum menino da minha sala, e imaginei se eles desistiram de vir de última hora. A festa estava lotada de pessoas da minha idade, mas, em número ainda maior, estavam pessoas de mais de 20, 30 anos, que eu nunca havia visto. 

Os Opostos se Atraem? - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora