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RUBY PORTMAN

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RUBY PORTMAN

O ambiente tornou-se eletricamente tenso, cada centímetro quadrado do escritório parecia vibrar com a energia carregada entre nós. O homem, cujos olhos penetrantes cortavam como facas afiadas, estudava-me meticulosamente. ~

Os nossos olhares colidiam, mas as intenções por trás de cada vislumbre eram distintas.

— Quem és tu? — A sua voz, profunda e sedosa, preencheu o ar como uma melodia grave, ecoando pelas paredes do espaço fechado. Cada sílaba era uma nota arrastada, causando arrepios intensos que dançavam ao longo da minha espinha. A incerteza sobre a origem desses arrepios só aumentava a atmosfera já carregada.

Um segundo arrepio, mais intenso, percorreu o meu corpo, deixando-me arrebatada pela corrente fria do ar condicionado ou pela presença imponente do homem diante de mim. Os meus sentidos estavam alertas, capturando cada pequeno detalhe da sala, como se estivesse prestes a desvendar um mistério.

Num esforço para recuperar a compostura, percebi com um choque repentino que estava encarando abertamente o meu chefe. Uma onda de desconforto percorreu-me enquanto eu lutava para desviar o olhar daqueles olhos que pareciam ler mais do que eu estava disposta a revelar. Pigarreei de leve, oferecendo-lhe um sorriso trêmulo na tentativa de dissipar a estranheza do momento, mas logo deparei-me com a carranca que adornava o seu rosto, uma expressão de desaprovação e desconfiança.

— Sou Ruby Portman, senhor — murmurei, sentindo a necessidade de introduzir-me formalmente. No entanto, o meu gesto foi recebido com um silêncio tenso. A atmosfera ao nosso redor parecia suspensa, aguardando a próxima jogada no tabuleiro tenso daquele encontro.

Os seus olhos, como lentes de aumento, percorreram-me intensamente enquanto ele guardava o celular no bolso. Um passo à frente, sua presença tornou-se mais iminente, preenchendo o espaço entre nós com uma aura que sugeria autoridade e mistério. Cada palavra que proferia era calculada, mantendo-me na borda de uma expectativa nervosa.

— Srta. Portman — ele pronunciou o meu nome com uma cadência peculiar, arrastando as sílabas de maneira que parecia explorar o sabor de cada letra. O seu tom de voz era um murmúrio grave, roubando a minha atenção e envolvendo-me na sua teia. — Penso que é de conhecimento geral que se deve bater à porta antes de entrar. Certo? — A pergunta era feita com calma, mas continha um subtexto pesado, como se estivesse testando a minha capacidade de seguir regras básicas.

O que tem de bonito tem de arrogante.

— Mas bati, senhor, mais vezes do que deveria — rebati, ajustando automaticamente a minha postura para uma expressão mais confiante. Não permitiria que ele me intimidasse.

Eu certamente não deixarei ele intimidar-me.

Não abaixaria a guarda. Enquanto eu enfrentava o seu olhar penetrante, consciente de que cada palavra que proferíamos era parte de um duelo silencioso, mudei a minha abordagem.

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