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STEFFAN RADCLIFFE

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STEFFAN RADCLIFFE

Sinto o gosto metálico do meu próprio sangue se espalhar pela boca, um sabor amargo e inconfundível que me enche de um terror visceral. O cheiro cítrico de mofo se mistura ao sangue, me causando náuseas. Tento mover meu corpo, mas a dor em minha cabeça é lancinante, e a escuridão ao meu redor parece devorar qualquer resquício de esperança. O entorpecimento que me dominava começa a se dissipar, substituído por um desespero crescente. Tento lembrar como cheguei aqui, mas minha mente está em frangalhos, cheia de flashbacks desconexos que se sobrepõem, deixando-me à beira do pânico.

O carro... o ataque... minhas irmãs... Mackie e Luna! Um medo paralisante me atinge como uma onda, afogando qualquer outra sensação. Onde elas estão? Elas estavam comigo, no carro, quando...

De repente, ouço uma voz. Uma voz que corta a escuridão ao meu redor como uma lâmina afiada, irritantemente alta e grave, fazendo meus ouvidos estalarem em dor.

— O mais novo rapaz da família Radcliffe, és tão bonito quanto o teu irmão mais velho.

Minha mente gira enquanto tento entender o que está acontecendo. Quem é essa pessoa? E por que ele sabe quem sou? Tento levantar, mas um pavor gelado me atravessa quando percebo que meus braços e pernas estão acorrentados à parede, completamente imobilizado.

— Quem és tu e onde estão as minhas irmãs? — Minha voz sai áspera, trêmula. 

Elas precisam estar bem. Elas têm que estar bem.

Minha pergunta é respondida com um riso seco e cruel. Um som que me faz estremecer.

— Karl Humperth, melhor amigo do teu pai, ex-amante de tua querida mamãe e quase pai do teu irmão mais novo.

As palavras dele são como veneno, escorrendo lentamente em minha mente já sobrecarregada, envenenando cada pensamento. Ex-amante de minha mãe? Quase pai do meu irmão mais novo? Nada faz sentido, e minha cabeça lateja com a confusão. Tento processar o que ele está dizendo, mas a dor é insuportável, como uma faca cravada no meu cérebro, girando e rasgando qualquer lógica.

— Não chores, meu amor — ele continua, sua voz agora suave e enojada. — Isso tudo é questão de ajustes de contas.

De repente, sinto uma dor aguda em meu pescoço. Um corte pequeno, mas profundo o suficiente para me fazer gritar de dor. Minha respiração se acelera, e as lágrimas brotam nos meus olhos, mas eu me forço a não chorar, a não mostrar a ele o quão desesperado estou. Mas é inútil.

— Por favor, deixe a minha irmã ir embora, eu te imploro — minha voz sai como um sussurro rouco, um lamento patético que eu nunca imaginei que teria que fazer.

Karl ri de novo.

— Oh, que querido, infelizmente não posso, amor.

Seus passos ecoam pelo espaço escuro, e o som de algo sendo arrastado me deixa ainda mais apavorado. Tento enxergar através da escuridão, mas não consigo distinguir nada além de sombras indefinidas.

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