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RUBY PORTMAN

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RUBY PORTMAN

O interior do Genesis G90 tornou-se um completo santuário de silêncio entre mim e Harry.

E apesar da quietude — o que eu já deveria sem dúvidas estar acostumada — a sua presença ao meu lado permanecia constante, como se nem fizesse muita questão em se afastar. Não sei se isso significava uma redenção, já que o nosso último encontro não foi a coisa mais agradável, e por isso mesmo preferi apenas me concentrar em observar as luzes da cidade e dos carros a nossa volta deslizando pelas janelas escurecidas, e embora uma sensação de desconforto se instalava em mim, escolhi permanecer calada, perdida nos meus próprios pensamentos.

Por que raios aceitei a sua carona? Deveria apenas agradecer e entrar no Uber... CÉUS, O UBER!

Tirei rapidamente o celular da bolsa, abrindo o aplicativo apenas para vislumbrar as mensagens do motorista, primeiro preocupado com a minha demora e depois furioso pelo mesmo motivo. Escrevi um texto me desculpando e cancelando a corrida, guardando o celular na bolsa de mão em seguida como se nada tivesse acontecido.

Tenho certeza que quem quer que seja o motorista, deve estar xingando eu e a minha família até a quinta geração.

O tempo se esticou como se fosse um elástico, e 45 minutos depois, o carro finalmente estacionou em uma vaga disponível ao lado de outros muitos carros também aparente de luxo. Me apressei em sair sem deixar com que o motorista do Harry se desse ao trabalho de abrir a porta para mim também, e fui recebida por uma visão que ultrapassava todas as minhas expectativas. O local era mais esplêndido do que eu poderia ter imaginado.

O salão de luxo se erguia majestosamente, e o exterior estava adornado com várias flores-de-inverno como azálea e hortênsia, onde as suas cores vívidas contrastavam com a noite escura, criando uma atmosfera mágica.

Em algum momento Harry aproximou-se de mim, e deslizou uma das mãos em baixo do sobretudo, descansando ela descaradamente por cima da minha lombar. Ofereci-lhe um pouco chateado, mas ele pouco pareceu se importar, me arrastando até chegarmos à entrada.

E os meus olhos navegaram por toda uma cena digna de um conto de fadas moderno mais uma vez: pessoas elegantemente vestidas entregavam os seus convites a uma equipe de recepção impecavelmente trajada. O ambiente exalava sofisticação e uma aura de exclusividade. Os olhares curiosos dos presentes se cruzavam, e eu sentia-me parte de algo extraordinário, não que fosse a primeira vez, mas a sensação é sempre magnífica.

Ainda bem que tive a decência de escolher um bom vestido, ele não é caro, mas ao menos é adequado.

Harry, ao meu lado, permanecia em silêncio, mas os seus olhos acastanhados transmitiam uma mensagem que eu não conseguia decifrar completamente. Os seus gestos, porém, eram gentis e atenciosos, o que me fazia estar mais ainda em alerta, afinal, por que ele estava de repente tão simpático e agradável?

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