Harry Radcliffe é o CEO - presidente da multinacional agência de modelos e fabricante de cosméticos, Radcliffe's, ocupando assim sua posição de homens jovens mais bem-sucedidos.
Um homem com fama que faz juz a sua personalidade fria e arrogante, ad...
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RUBY PORTMAN
Depois de presenciar o surto de Harry, cheguei em casa com um turbilhão de pensamentos. A cena angustiante ainda ecoava na minha mente, fazendo o meu estômago revirar. Pousei a bolsa com mãos trêmulas em cima da mesa, o meu coração batendo descompassado. Caminhei até o banheiro do meu quarto, ignorando a tentação da banheira e deixando que os jatos frios da água lavassem não apenas o meu corpo, mas também a imagem perturbadora que me forcei a testemunhar.
A água caía sobre mim como uma chuva gelada, tentando apagar as marcas indeléveis daquele momento. Fechei os olhos e respirei fundo, mas a visão persistia. A expressão de Harry, a dor estampada nos seus olhos, aquelas palavras que ele proferiu com uma mistura de raiva e desespero. O choro preso na garganta finalmente se libertou junto com a água que escorria pelo ralo.
Após o banho, vesti uma roupa confortável que mal percebi. Caminhei até a sala, ainda com a mente repleta de pensamentos que, ditos em voz alta, me faria parecer uma pessoa horrível. Foi então que encontrei Sophia, que havia acabado de chegar. Os seus olhos perspicazes captaram a minha expressão pálida e preocupada.
— Está tudo bem, Ruby? Você parece... não sei, perturbada.
Um suspiro pesado escapou de mim, e, sem conseguir segurar, desabei em lágrimas ao abraçar a minha melhor amiga. Ela me envolveu com ternura, aguardando que eu conseguisse articular as palavras entre soluços.
— Sophia, foi terrível. Hoje, no trabalho, eu vi o Harry perder o controle de uma maneira que eu nunca imaginei. Ele estava tão quebrado, tão perdido. Eu não sei o que fazer, como ajudar. — A minha voz saiu embargada, a confusão e a tristeza transbordando em cada palavra.
Sophia apertou o abraço, oferecendo um ombro solidário enquanto eu compartilhava os detalhes perturbadores daquele surto. As palavras saíam em meio a soluços, mas ela ouvia atentamente, sem julgamentos. O ato de verbalizar toda a angústia que testemunhei trouxe um certo alívio, mas a sensação de impotência ainda persistia.
Sophia levou-me até a varanda do apartamento, um refúgio aconchegante que sempre compartilhávamos nos momentos difíceis. Ela gentilmente fez-me sentar em uma cadeira, envolvendo-me com um cobertor enquanto o vento fresco da noite acariciava os nossos rostos. O cenário noturno da cidade se estendia diante de nós, mas meu olhar estava perdido, preso nas sombras do que havia acontecido.
— Vou fazer um chá para nós duas. Acho que vai ajudar. — Sophia sorriu com carinho antes de se afastar, deixando-me sozinha na penumbra da varanda.
Limpei as lágrimas do rosto, tentando acalmar o meu choro. Olhei para as luzes distantes dos prédios, buscando alguma tranquilidade na imensidão urbana.
Após alguns minutos que pareceram uma eternidade, Sophia reapareceu com duas xícaras fumegantes de chá.
— Aqui está, Ruby. Chá de camomila, para acalmar os ânimos.
