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RUBY PORTMAN

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RUBY PORTMAN

As portas metálicas abriram-se e um sorriso no meu rosto desabrochou assim que ouvi um resmungo, quase inaudível, que o meu chefe verbalizou.

Para ser sincera, eu só soube que o Harry iria assinar pessoalmente o contrato com o seu "amado" cliente ao chegarmos na empresa, já que durante o jantar de ontem ele fez questão de enfatizar que isso não era possível.

— Se assim o desejar, entretanto, devo avisar-lhe que não assinarei o contrato com a minha presença e sim com o meu representante — a resposta pareceu já não o ter agradado tanto, pois ele desfaz o belo sorriso e arqueia a sobrancelha, quase deixando transparecer o seu desagrado.

— Eu supus que faria tudo com o senhor, afinal, não veio até San Diego por causa do meu convite? — perguntou com uma voz diferente.

— Vim, mas devo recordar-lhe que sou um homem bastante ocupado, mas não se preocupe, ainda nos encontraremos no evento — Harry respondeu indiferente.

— Eu estou apresentável para a reunião com o Sr. Chevalier, Sr. Radcliffe? — perguntei o provocando de novo assim que chegamos perto da porta da sua sala.

Harry deu uma profunda olhada em mim, mas não respondeu nada, apenas se limitou em abrir a porta, dando de cara com o sedutor Lorran Chevalier e o seu cliente, Rêverie, o estilista.

O homem, apesar de um pouco mais velho, possui um estranho charme, não mais que Lorran, tenho certeza. Ele tem uma altura mediana, e os seus olhos azuis acinzentados condizem com o seu cabelo grisalho, o terno claro dá um aspecto jovial a ele junto com a ausência de uma barba. 

Ambos levantaram-se e se aproximaram de Harry, que não parecia nada inclinado ao bom humor, mas soube disfarçar perfeitamente com o seu temperamento gélido.

— Lamento ter os feito esperar — ele disse. — Estava ocupado com uma reunião, se precisarem de alguma coisa, a minha secretária fará questão de os deixar mais confortáveis.

— Ah, Srta. Portman — Lorran virou completamente o seu corpo na minha direção, capturando com delicadeza uma das minhas mãos. — Como é bom tornar a vê-la.

Senti o peso do olhar do Harry em mim, e pela minha visão periférica, pude constatar que era possível ficar mais mal-humorado do que já estava, por isso apenas dei um sorriso educado e distanciei a mão beijada pelo francês.

— Não se preocupe, Sr. Radcliffe, já nos foi providenciado café, a sua empresa é bastante hospitalar — continuou Lorran sem desviar o olhar de mim.

— Fico feliz — Harry respondeu de forma simplista, sem evidência de que queria continuar a ouvir os elogios do seu cliente. — Podemos nos sentar então para discutir sobre o contrato?

Os homens assentiram e eu permaneci ao lado da porta.

A pequena reunião não foi nenhum pouco demorada, o meu chefe fazia questão de cortar qualquer assunto que os homens tentassem prolongar que não fosse referente ou relevante ao contrato, e de certo modo, eles pareciam nem perceber, ou fingiam que não.

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