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RUBY PORTMAN

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RUBY PORTMAN

— Você poderia, pelo amor de Deus, endireitar as benditas decorações, Ruby? — A minha mãe estava bem ao meu lado quando falou, o seu forte sotaque italiano combinando perfeitamente com a postura de mamãe zangada, um pano de louça no ombro direito, puro clichê. — Está sequer me ouvindo, ragazza?

— Estou ouvindo, sim, mãe. — Respirei fundo enquanto pousava a taça de vinho vazia sobre a mesa de centro. Levantei-me lentamente, observando a sua feição se irritar cada vez mais. — Estava apenas apreciando a minha bebida. Credo, é assim que você trata a sua filha depois de quase um ano sem vê-la? — Provoquei com o sorriso mais bonito que tinha.

— Oh, querida, sabe que eu estava morrendo de saudades e sofrendo principalmente com a sua ausência, mas tudo isso passou há uma hora. — Ela respondeu fazendo uma careta. — Endireitar as decorações, Srta. Portman. Espero que isso não esteja assim quando eu voltar, não quero que os meus convidados encontrem a decoração incompleta e desarrumada. — Ordenou.

— Não sou mais nenhuma criança, mãe. — Provoquei de novo, fazendo-a oferecer um sorriso.

— Sempre será para mim, sabe muito bem disso. — Ela respondeu, voltando para a cozinha sem cerimônia.

Revirei os olhos, tentando prender o riso, e joguei-me de volta no enorme e confortável sofá branco de Giullia Portman. Assim que ouvi barulho de passos pesados, ergui-me de imediato e percebi que era meu querido e velho pai.

— Trouxe mais duas garrafas de vinho tinto, um Pinot Noir e um Syrah, apenas para a minha doce menina. — Ele disse, pousando as garrafas pesadas na mesa de centro.

— Quer me embebedar a essa hora, pai? — Questionei rindo. Evitei sentar novamente no sofá, optando por cruzar as pernas no chão ao lado da enorme árvore de Natal, começando a tirar as bolas decorativas da caixa. — Não posso estar bêbada até terminar isso tudo.

— Nessa porcaria de inverno, nada melhor do que um tinto intenso e picante para nos aquecer o peito e alegrar a alma. — O homem falou alto, erguendo o seu cálice de vidro como se fosse um rei. — E a minha princesa ausente deve acompanhar obrigatoriamente o seu velho, sem contestar.

Antes que eu pudesse responder, a campainha da porta tocou e a minha mãe gritou da cozinha que fôssemos receber os convidados. Levantei mais uma vez, abandonando o meu pai na sala de estar, e caminhei até o hall comprido da casa.

Não éramos necessariamente ricos; Edward era quem tinha mais dinheiro. Porém, minha família tinha um certo renome na indústria de produção de vinhos, o que era evidente em nossa casa.

Ela era um oásis de tranquilidade entre os campos de vinhedo da família. Com dois andares de simplicidade elegante, sempre se destacou por ter uma varanda espaçosa que abraçava a fachada frontal.

Dali, a vista se desdobrava em um espetáculo dos vastos campos de vinhedo que se estendiam até onde a vista alcançava. Pela manhã e durante o verão, as fileiras meticulosamente alinhadas de videiras balançavam suavemente ao sopro do vento, enquanto o sol dourado pintava matizes vivas sobre as folhas verdejantes. Era uma pena nunca ter tido o privilégio de observar isso, pois sempre vinha durante o inverno.

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