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RUBY PORTMAN

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RUBY PORTMAN

Depois de seis longas horas de viagens, chegamos à Califórnia, pousando em um pequeno aeroporto em San Diego. Durante o trajeto, nem ousei tirar um cochilo, aproveitei para colocar todo o meu trabalho em dia e precisei manter o contacto constante com o Lorran Chevalier, o organizador do desfile de moda.

Harry em momento algum adormeceu também, assim como eu, passou todo o tempo trabalhando, às vezes dividindo o tempo entre beber seu café e fixar seus olhos na tela do computador.

Chegamos por volta das duas da tarde, e eu realmente precisava comer, correr o risco de esperar pelo jantar seria me convidar para o caixão, e ainda bem que eu havia tomado o café da manhã reforçado. Mas suponho que Harry estivesse pensando a mesma coisa que eu, pois, me notificou que iríamos seguir direto para um restaurante enquanto o motorista levaria as nossas coisas para sua casa.

Graças a Deus.

Harry saiu primeiro do avião e me auxiliou a descer as escadas, já que os meus saltos altos podem comprometer o meu equilíbrio.

O ar quente e húmido me atingiu e eu despi o meu sobretudo enquanto caminhamos para o Lexus LC 500 que está a vinte metros de distância onde o jato pousou.

Os assistentes de bordo fazem questão de levar as nossas malas em outro carro que estava ao lado do Lexus.

- Boa tarde, Sr. Radcliffe, como correu a viagem? - o homem de cabelos grisalhos indagou.

- Muito bem, Gregory, preparou o que lhe pedi? - Harry perguntou enquanto dava a volta ao carro e o tal de Gregory abria a porta para mim.

Admiro bastante o cavalheirismo deles, se bem que o homem talvez esteja fazendo o seu trabalho.

- Sim, senhor, a reserva foi feita e tenho certeza que ao chegarem já serão servidos - respondeu e fechou a porta, entrando também dentro do carro.

O trajeto começou calmo e não demorou para estarmos passando pelos belos prédios da cidade. O céu está limpo, sem nuvem alguma, e o sol ainda parecia no zênite, eu não podia sentir a temperatura do ambiente porque estava dentro do carro com ar condicionado, mas quando eu estava fora parecia bem agradável.

Ouço a notificação de um e-mail caindo no meu celular e volto a ligar o computador para verificar de quem se tratava.

"O Sr. Chevalier está ansioso para o encontro com o Sr. Radcliffe."

Volto a ligar para o hotel onde ele está hospedado para confirmar o jantar, envio o relatório do jantar beneficente para o e-mail do Harry e posso então finalmente desligar o aparelho para descansar.

Terminei o meu trabalho, pelo menos por hoje, e posso aproveitar descansar e apreciar a bela cidade.

O carro estacionou no parque de estacionamento do restaurante que fica à beira mar, e a brisa que veio me fez inspirar profundamente.

Faz tempos que eu não aproveito uma praia, e hoje não seria a oportunidade por causa do trabalho, ao menos tenho vantagens trabalhando com o Harry, eu nunca conheci a Califórnia e muito menos já viajei de jato particular, pelo menos até há sete horas atrás.

Gregory volta a me abrir a porta e saio enquanto penduro o meu sobretudo em meu antebraço, a bolsa e a pasta do computador em outra mão.

- Pode deixar o computador com o Gregory, ele levará para a casa - Harry alertou após sair do carro também.

- Tenho receio de o Sr. Chevalier voltar a me comunicar, ou qualquer outro compromisso de última hora - respondi caminhando até si.

- Seu expediente terminou, Srta. Portman, deixe o computador com o Gregory - ordena e adentra ao restaurante sem esperar que eu o volte a responder.

Respiro fundo e entreguei a pasta ao homem que me olha pacientemente.

- É nova por aqui, está a quanto tempo trabalhando com o Sr. Radcliffe? - Gregory perguntou curioso.

- No final desta semana fará três semanas - responde e ele assentiu calmamente com a cabeça.

- Boa sorte então, senhorita, acho melhor não o deixar à espera - aponta para a entrada e entra no carro sem dizer mais nada.

Me viro e entro finalmente no restaurante que é tão luxuoso quanto o outro que eu tive a oportunidade de almoçar com Harry.

Pela recepção é visível a disposição das mesas em um piso de madeira escura elevado do solo, evitando assim que a areia fosse trazida até a área onde as pessoas comem, ainda mais porque as ondas parecem chegar até debaixo dele.

O ambiente é todo aberto no primeiro piso e ainda há uma escada de vidro em espiral que dá acesso ao primeiro andar.

O lugar está bem cheio, e há até música ao vivo, mas poucas pessoas fazem questão de prestar atenção de fato, o que é uma pena, já que parece bem agradável.

Só noto que Harry me espera paciente após eu parar de observar maravilhada o local, então me apresso em chegar ao seu lado para me desculpar.

Mas ele apenas volta a colocar a sua grande mão em minhas costas e me guiar para as escadas de vidro pouco tentadora.

- Espero que goste de peixe, mas caso queira trocar o prato, esteja à vontade - ele diz e eu estranho a sua aproximação, já que ele fala calmamente em meu ouvido.

- Éh, bem... - pigarreio. - Peixe está ótimo para mim, eu gosto de peixe - digo sem olhar para ele.

Finalmente chegando ao segundo piso, é ainda mais bonito que no primeiro piso, já que a vista dá melhor acesso ao horizonte e a área aberta é protegida por um parapeito de vidro.

Harry me conduz até a mesa disposta a frente do parapeito.

Realmente seria maravilhoso se estivesse com o sol no poente, apreciar o pôr do sol nesse local.

- Eu devo me desculpar pelo comportamento de Luna - Harry começa a dizer enquanto senta-se à mesa.

- Ah, não faz mal, senhor, não levei a peito - respondo sem prestar muita atenção. - Eu quando tinha a idade dela eu também era bastante protetora com o meu irmão mais velho, na verdade até hoje sou.

Harry nada me respondeu e o prato principal chegou, era um sopa de peixe que devorei sofregamente, já que eu estava com muita fome. Depois veio um arroz de marisco acompanhado com um vinho branco.

Nós ainda conseguimos ouvir a música lá de baixo e o nosso almoço foi mantido em um silêncio que eu não poderia considerar constrangedor, já que eu realmente só queria aproveitar ele. E a comida estava excecional.

- O que você achou do restaurante? - Harry pergunta enquanto toma outro gole de sua bebida.

Estamos à espera que a conta viesse para se pagar e então podermos seguir finalmente para casa.

- Nada igual a que eu já tenha visto, Gregory fez uma ótima escolha - comento satisfeita e ele me olha atentamente, com a expressão mais amena.

- Poderá o agradecer assim que formos embora - diz já com os lábios escondidos novamente na taça.

Harry Radcliffe é realmente um homem bastante bonito, a barba por fazer com o bigode contrasta com a mandíbula quadrada, seu cabelo castanho jogado para o lado deixa evidente seus olhos castanhos claros, frios e quase inexpressivos.

O braço forte é escondido pela manga do seu paletó, assim como o seu peito duro.

A língua dele passa sutilmente em seus lábios e eu capto de forma atenta o ato.

Não sei se é o calor de San Diego, mas eu estou desejando o Harry e com certeza isso é um problema.

ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora