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RUBY PORTMAN

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RUBY PORTMAN

Pego com força a base do sobretudo enquanto cruzo a vasta entrada do edifício para o enfim adentrar.

O vento vem acompanhando de um chuvisco leve; faço questão de me recompor de imediato, passando a mão sobre o sobretudo para tirar qualquer marca de vinco na roupa.

Cumprimento rápido Katherine e aproveito o elevador aberto com outros funcionários dentro dele, verifico novamente o meu horário no relógio e aperto o botão do andar impaciente, como se isso o fosse acelerar.

Eu estava consideravelmente atrasada em dez minutos, e tudo se deu em causa da circunstância deprimente de Milena, considerar aquilo deprimente deveria ser até um elogio, e eu não posso menos do que furiosa com toda situação e com tudo que está sendo acarretado por ela.

Quem aquele homem pensa que é? Um deus?  O melhor homem da face da terra?

Como um homem tem um coração tão ruim assim para abandonar uma mulher grávida do seu próprio filho, e ainda mais, não sendo qualquer mulher... É Milena, aquela em que ele esteve casado durante seis anos e mais dois anos de uma relação intima — incorreta também, na minha opinião — mas ainda assim.

Minha amiga considerou até o aborto para se livrar de tudo que envolve o Enrique mas desistiu ao imaginar a tamanha deceção que daria a Coiban, seu pai, e eu até eu a entendo, mas infelizmente eu nunca poderia aprovar a conduta que ela tomou após seu ex-marido ter se casado, e com toda certeza o fruto que gerou disso é única e exclusivamente culpa sua que não merece pagar pela sua irresponsabilidade.

Eu e Sophia demos  conselhos acerca das decisões que ela precisará tomar daqui para frente, tanto para garantir a segurança do bebê quanto a dela.

O Enrique controla a empresa de arquitetura de seus pais, ele pode até não querer fazer parte da vida de Milena e da criança, mas terá —  garantidamente — que registar a criança.

Enfim, tudo isso resultou em uma noite mal dormida e uma madrugada instável tentando acabar o mais rápido possível o meu trabalho pendente em que me predispus em levar em casa.

Não me surpreenderia nada se eu olhasse no espelho e visse umas enormes olheiras.

Saio por fim do espaço metalizado rumo a minha sala o mais rápido quanto os meus scarpins permitem.

E ao meu aproximar o suficiente, para minha total falta de sorte, Harry se encontra sentado na poltrona reservada para os clientes enquanto lê falsamente distraído uma revista da Radcliffe's.

Era só o que me faltava.

Fico poucos segundos o encarando no batente incrédula mas respiro fundo e ergo o queixo enquanto giro a mesa para poder entrar defronte a ele sem necessariamente estar perto.

ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora