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RUBY PORTMAN

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RUBY PORTMAN

Eu ouvia Sienna batendo na porta do banheiro, perguntando se estava tudo bem comigo. Meu coração estava disparado e as minhas mãos tremiam enquanto digitava desesperadamente uma mensagem para Sophia. Eu reencaminhava a mensagem que havia mandado para Harry, esperando que Sophia pudesse me dar algum conselho.

Eu estava fodida, muito muito fodida. A vontade que eu tinha era de bater a minha cabeça contra a parede.

Isso também seria a minha promessa para nunca mais voltar a colocar uma gota de álcool na boca.

Sophia estava demorando muito para responder minhas mensagens e isso só aumentava o meu desespero por ajuda. Decidi ligar para ela, mesmo sabendo que nos Estados Unidos ainda eram 5h da manhã.

Quando Sophia atendeu, já começou a ralhar comigo por ligar tão cedo.

Ruby, você tem ideia de que horas são aqui? — disse ela, com a voz ainda sonolenta.

— Desculpa, Sophia, mas estou desesperada! — Comecei a explicar tudo de um jeito embolado, tentando resumir o que havia acontecido. — Você entendeu!? Eu literalmente mandei um texto infernal me declarando para o Harry poucos dias depois dele ter dito que sentia saudades de mim, e ele respondeu que chega na Itália às 14h. Por que ele viria para cá? O que isso significa?

Sophia, do outro lado da linha, começou a rir.

Ah, Ruby, você realmente não esperava por isso, não é? — disse ela, ainda rindo. — Talvez ele esteja vindo para te ver.

— Mas ele só disse que sentia saudades de mim na noite de ceia e depois sumiu! — exclamei. — Agora ele deve pensar que estou desesperada. Que merda grande eu fiz. — Choraminguei.

Sophia riu ainda mais alto, mas depois se acalmou.

Ruby, se acalma. Respira fundo. Talvez seja apenas uma coincidência. Ele pode estar vindo para a Itália por outros motivos e aproveitou para te ver, quer dizer, eu acho, não é? Olha, eu estou realmente morrendo de sono, Ruby, não consigo dar os melhores conselhos agora, daqui a uma hora ligo de novo, tá bom? Beijinhos, amiga.

E então desligou o celular, deixando-me encarando a tela. Depois de alguns segundos em silêncio, saí do banheiro por fim. Sienna, que estava sentada na cama, com os cabelos tão desgrenhados quanto os meus e a roupa tão amarrotada também quanto a minha, levantou-se bem rápido.

— Ruby, o que houve? — perguntou ela, com um olhar preocupado. — Tomei um susto, achei que você tivesse passado mal de novo.

Ótimo, os vômitos então nem foram uma fantasia criada pela minha cabeça.

Me joguei na cama e comecei a contar tudo novamente.

Sienna ouvia atentamente enquanto eu explicava cada detalhe. A possibilidade de Harry vir para a Itália me deixava nervosa e confusa. Será que ele queria me ver? Ou era apenas uma viagem a negócios? Ou teria vindo deixar claro que a nossa relação seria de agora em diante só profissional? E se fosse?

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