Marcelo Menezes.
Às nove horas em ponto saio da delegacia tão cansado que nem me despeço de ninguém. Precisava de umas boas doze horas de sono para poder me recuperar. Eu nem sequer lembrava da última vez que havia ficado tão cansado depois de um plantão. Estava parecendo um maluco.
Já no prédio, entro no elevador e não penso muito antes de apertar o número do meu andar ao invés do de Nina.
Se eu estava com saudades? Estava. Não via a hora de esmagá-la num abraço. Mas com o sono que eu estava, provavelmente cochilaria em seu sofá na primeira história que ela fosse me contar, e eu não estava a fim de vê-la chateada comigo por isso. Então, pego meu celular e mando uma mensagem dizendo que passaria o dia de amanhã com ela, torcendo para que a mesma já estivesse dormindo e não se importasse com a minha desfeita.
(...)
Já passava do meio dia quando finalmente criei coragem para levantar e me arrumar. Já havia recebido uma mensagem de Nina dizendo que ela faria um almoço para mim, Sofia e Miguel. Isso quer dizer que eu já estava atrasado. Ótimo.
Desço os dois andares até o apartamento dela (e agora de Alex também, mas ainda não tinha me acostumado com isso) ansioso para rever a minha garota. Não sabia que vinte dias sem vê-la me faria ficar tão sentimental ─ e gay.
Não posso deixar de bufar enquanto aperto a campainha, porque isso era outra coisa com a qual ainda não tinha me acostumado. Eu gostava de ter a chave dela, me fazia sentir sempre perto.
A porta se abre em menos de cinco segundos e uma Nina radiante aparece gritando. Eu nem havia reparado, mas já estava sorrindo antes mesmo de vê-la.
─ Ai. Meu. Deus! Que saudade ─ ela grita escandalosamente antes de se jogar em meus braços e eu tirá-la do chão, sentindo seu perfume familiar.
─ Como é que você teve coragem de me deixar sozinho sem comida por tantos dias? ─ faço drama, enquanto ainda estamos nos abraçando e balançando feito loucos pelo corredor entre os apartamentos.
─ Aposto que você incomodou a Sofia todos os dias atrás de comida!
─ Quase isso ─ escuto Sofia dizer num resmungo. Abro os olhos e a encontro parada na porta, com os braços cruzados e um sorriso no rosto. ─ Se segurem porque eu vou entrar nesse abraço! ─ ela grita segundos antes de se jogar em minhas costas, passando seus braços por meu pescoço e o de Nina.
─ Sai fora, você já deve ter abraçado ela, é a minha vez! ─ resmungo a equilibrando.
─ Isso é verdade. Ficamos exatos seis minutos abraçadas chorando quando eu cheguei, mas também estava com saudade desse abraço triplo ─ ela explica fazendo uma voz engraçada de criança. Dou risada, enfim me soltando do aperto das duas.
─ Olhando de fora parecemos bem dramáticos. Foram só vinte dias.
─ Por isso mesmo! Vinte dias sem meus melhores amigos, eu não sei lidar ─ Nina diz fazendo beicinho enquanto nos puxa pela mão para entrarmos no apartamento, antes que algum vizinho viesse ver que festa era essa acontecendo no corredor.
─ Ficou sem a gente mas aposto que aproveitou muito do seu marido. Coitado, tenho até dó ─ digo ironicamente, porque ser aproveitado por Nina Novaes nunca era exatamente um sacrifício. Podia ser até muito bom.
─ Marcelo! ─ Alex aparece na sala, juntamente com Miguel. Ele e toda aquela pose de galã que ele nunca largava. Confesso que sentia um pouquinho de raiva às vezes. ─ Não achei que fosse falar isso, mas também senti sua falta. Como foi passar vinte dias sem meu café?
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Amor em Risco (COMPLETO)
RomantikMarcelo Menezes é, além de um policial aplicado, um completo conquistador. Não só no quesito amoroso, mas em qualquer um deles. Extrovertido, atencioso e protetor daqueles que ama, ele dificilmente faz inimigos por onde passa em sua vida pessoal - d...