Capítulo 32

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Marcelo Menezes.

─ Bom dia ─ falo ao adentrar a delegacia na manhã seguinte.

─ Bom dia, fanfarrão ─ Daniel cumprimenta, por cima do falatório do lugar.

─ Sua mesa já está cheia de coisas pra você resolver. Delegado quem mandou. E, ah, bom dia ─ Helen diz de sua mesa, sem nem se dar ao trabalho de me olhar.

─ Começou o dia com o pé esquerdo, minha musa? Ah, ontem eu descobri com minha sobrinha Amanda de onze anos que você é minha crush. Cada dia um apelido novo pra você, Megan.

Tento não ficar desconfortável, mas é quase impossível com a olhada que Helen me dá. Algo como pelo-amor-de-Deus-faça-ele-parar-de-falar-sobre-isso-nós-transamos-e-por-isso-você-é-um-péssimo-amigo-mas-até-que-compensa-na-cama.

Ok, talvez a última parte não estivesse assim tão evidente no olhar dela. Mas eu ainda conseguia enxergar isso lá no fundinho.

─ Passou o dia com sua sobrinha? ─ desconverso, me encostando em sua mesa para desfrutar dos minutinhos livres enquanto o delegado não me visse parado e me mandasse chispar dali.

─ Passei, nada muito interessante. Mas e você, pegador, conseguiu falar com a loirinha?

─ Consegui, consegui... ─ meio falo, meio murmuro, tentando não deixar transparecer nenhuma emoção.

─ Sério? Descobriu alguma coisa? ─ ele diz num tom mais baixo, de repente muito interessado na conversa.

─ Sim. Pouca coisa, mas talvez ajude. Conversamos sobre isso no plantão.

─ Beleza! Vamos pegar os caras, mano! ─ comemora, esfregando as mãos empolgado. ─ Ela falou de boa? Não estava mais brava?

─ Estava, no começo. Mas depois a gente... conversou.

─ Marcelo, Marcelo... Que sorrisinho é esse na sua cara? ─ ele nota, começando a rir daquele jeito escandaloso dele. ─ Hmmm, felizinho por quê?

─ Não tô.

─ Cara, você vai ter que fazer melhor do que isso pra tentar me enganar.

─ Você é um pé no saco. A gente só passou o dia juntos.

─ Só? Mais nada, tem certeza?

─ Eu meio que be...

─ Marcelo? O delegado está vindo ali, é melhor você ir trabalhar ─ Megan me corta, ainda sentada em sua mesa. A observo, tentando decifrar o olhar da vez.

Estava muito parecido com um eu-odeio-você e nada mais.

─ A general mandou, você obedece. Depois conversamos sobre você e o possível amor da sua vida ─ reviro os olhos, louco pra que ele cale a boca. Mas é se esperar muito dele, já que ele se vira para Helen e diz: ─ Tá todo cheio de casinho com a loirinha, Megan. Um baita de um fanfarrão.

─ Acho que galinha seria a palavra certa, Dan ─ ela responde, se levantando e indo sabe-se lá pra onde.

─ Ah, também ─ ele dá de ombros, inocente de tudo o que ela gostaria de jogar na minha cara. Valeu, Daniel! ─ Acho que vocês combinam, cara. Você sempre gostou de uma loira.

─ Você disse isso para as três últimas mulheres que eu fiquei mais de duas vezes, Daniel. Não acho que tenha muita moral para achar alguma coisa.

─ Vou fazer o que se as três pareciam certas pra você?

(...)

Depois de passar um dia inteiro resolvendo mil pendências na delegacia, termino um pouco antes do horário do meu plantão com Daniel. Enquanto o procuro, encontro Helen ajeitando suas coisas para ir embora.

Amor em Risco (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora