Capítulo 54 (mini)

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Marcelo Menezes.

De braços cruzados, fecho os olhos tentando descansar dentro da viatura.

Já passava das oito da noite e eu estava de plantão. De novo. Eu estava fazendo muitos plantões ultimamente. Era muito melhor trabalhar durante toda a madrugada do que ficar em casa sozinho pensando em tudo que eu poderia ter feito diferente. Não que Nina e Sofia estivessem se solidarizando com esses meus dias de depressão e indo fazer companhia a mim e ao Bartô nos dias que o delegado praticamente me chutava porta afora da delegacia me mandando descansar.

Meus dias estavam monótomos demais. Ia de casa para o trabalho, do trabalho para casa. Não tinha vontade de sair para beber, muito menos ir para balada ficar com alguém aleatoriamente. Nina ria pra caramba da minha cara nas horas vagas. Disse que meus dias de "garanhão" tinham, definitivamente, acabado. Pufff. Garanhão. Quem usa essa palavra hoje em dia?

Helen ainda estava de férias, mas conversávamos às vezes por mensagem. Ela nunca mais me perguntou sobre a investigação ou sobre Bianca. Ela nem mesmo sabia que nós tínhamos terminado graças a genial ideia dela me entregar aquela caixa em casa.

E Bianca... Bom. Ela sumiu. Estou bloqueado até hoje (porque sim, eu ainda tento ligar) e Murilo não me chamou depois da nossa última conversa. Às vezes me pego perguntando se ela continua na faculdade e até imaginando se ela já tinha quebrado o meu quadro em quatro. E até a imagem dela brava quebrando a minha cara pintada, era bonitinha.

Eu estava com muita saudades daquela loirinha.

Mas tudo bem, porque hoje era um dia especial. Eu estava fazendo meu primeiro plantão com Daniel desde que brigamos. E acreditem: eu já havia tentado puxar papo com ele algumas centenas de vezes desde que entramos no carro, há exatas três horas atrás, mas ele parecia extremamente interessado em vigiar as ruas essa noite.

Por isso, quando por fim paro em um local para vigiarmos, resolvo desistir de fingir que estava tudo bem e deixá-lo cuidar da rua sozinho.

Eu tinha certeza que estava quase pegando no sono quando meu celular toca, me fazendo pular no banco. Eu não me lembrava de ter deixado o toque tão alto assim.

O tiro do bolso, coçando os olhos ao olhar para a tela por conta da claridade.

Número desconhecido.

Atendo, de qualquer forma.

─ Alô?

─ Marcelo? ─ pergunta uma voz desesperada.

É ele. Quem fala?

─ Aqui é o Sérgio. Pai da Bianca.

─ Sérgio? ─ pergunto, tentando assimilar alguma coisa. Pelo canto do olho, vejo Daniel virar o rosto para me encarar ao escutar o nome. ─ Hã... Boa noite, senhor. Está tudo bem?

Olho para Daniel, que estava sério demais. Ele sussurra um "bota no viva voz", como se fôssemos amigos de novo ou algo assim. Faço o que ele pede.

─ Onde você está? Aconteceu uma... coisa. Uma coisa com a Bianca.

Travo o maxilar, sentindo meu coração começar a acelerar de repente.

─ Onde ela está? Ela está bem? O que aconteceu? pergunto tudo meio embolado, preocupado.

─ Ela... Estava voltando da faculdade essa noite. Quando chegou em casa o portão não abriu pelo controle. Ela saltou do carro para abrir manualmente e... E ela foi sequestrada, Marcelo.

(...)

As palavras ressoavam no fundo da minha mente, confusas, cutucando o meu cérebro como uma adaga. 

─ Não é por nada não, mano ─ ouço Daniel dizer de algum ponto distante, quando, de sirene ligada, eu ultrapasso um caminhão numa via de ultrapassagem proibida a dois quarteirões da casa de Bianca ─, mas desse jeito não chegaremos lá com vida e aí... bem, e aí fodeu.

Aperto o volante, determinado. Num misto de pânico e confusão, me pego agradecendo aos céus que nenhum cachorro tivesse resolvido cruzar o meu caminho naquela noite.

Sérgio não havia me explicado muito ─ para ser honesto, eu não o tinha deixado falar. Ao final de sua frase, eu apenas o certifiquei de que chegaria em sua casa em cinco minutos e pisara o mais fundo que o acelerador me permitia. Claro que havia uma parte em mim, pouquíssimo convincente, que martelava em minha cabeça a remota possibilidade de que tudo fosse um engano. Que Bianca estivesse sã e salva em algum lugar.

Por outro lado, a adrenalina se espalhava rapidamente pelo meu sangue e todos os meus sentidos berravam em alerta. Bianca havia sido sequestrada e, seu pai, meu principal suspeito, estivera em pânico ao me passar a informação.

Não podia ser verdade.

Se não havia sido ele, quem, então? Quem?

(...)

QUEM??? (a gente jura que vai parar de fazer isso com vocês, tá? <3 hahaha)

Oi, gente!!! Nosso Celinho voltô ♥♥♥

Queremos aproveitar para desejar as boas-vindas às novas leitoras e agradecer às antigas por continuarem tão firmes e fortes com a gente hahaha vocês são mesmo muito incríveis!

Nos vemos na quinta-feira! Não esqueçam daquele votinho lindo que nos ajuda pra caramba :P

Beijos e boa semana,

Gatália.

06/02/2018

Amor em Risco (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora