Capítulo 12

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Marcelo Menezes.

O jornal que havia publicado a notícia era, de fato, um dos concorrentes direto do Página Zero ─ como o próprio dono dele havia previsto naquele dia. A manchete nada mais era do que "assalto ao banco" e algumas informações idiotas das quais eu já sabia de cor. No alto das colunas cheias de detalhes desinteressantes sobre Bianca Trajano, havia uma foto dela e do pai. Vendo-a lado a lado com ele numa ocasião descontraída fazia-a parecer ainda mais nova do que realmente era.

─ E então? ─ ouço a voz da Nina, do outro lado da cozinha.

Eu estava no apartamento dela, lá pelas duas da tarde – horário do qual acordei – e ela havia me mostrado, um tanto quanto desconfiada, o tal jornal. Ainda batia o pé, como se eu de fato estivesse escondendo dela alguma coisa super importante.

─ Ni, não é nada. Tudo o que eu poderia te contar está bem aí, ó ─ estendo o jornal para ela, deixando-o de lado pela primeira vez e indo abrir a geladeira. ─ Só teve uma atençãozinha especial porque a garota é patricinha, filha do dono do jornal mais bem reconhecido da cidade.

─ Hm ─ ela faz, olhando-o mais uma vez. ─ Não sei, não, hein.

─ Cadê o doutor? ─ pergunto, pegando a caixa de suco e algumas coisas para fazer um lanche.

─ Plantão ─ ela dá de ombros. ─ As coisas estão bem malucas no hospital nesses últimos dias. Por quê?

─ Estava pensando em irmos para algum lugar. Sabe, nós cinco.

Ahã. Dar uma descontraída, né?

─ Exatamente. Estão de folga nesse fim de semana?

─ Não sei. Provavelmente. Mas ah, duvido que a Sofia realmente queira ir. O casamento está tão perto e ela está quase tirando os cabelos da cabeça ─ Nina ri, jogando o jornal de volta ao balcão. ─ Ah, falando em Bianca Trajano, a Sô contratou o irmão dela para ser DJ. Legal, né?

─ No casamento?

─ Dã.

─ Conheci ele no hospital naquele dia ─ digo, com a imagem do cara na cabeça. Era igualzinho a irmã. ─ Estava tão desesperado que parecia namorado dela.

─ Olha quem fala, Marcelo ─ Nina revira os olhos. ─ Você faz a mesma coisa comigo e Sofia há, sei lá, séculos.

─ Eu sei, mas... Sei lá.

Levo o lanche e o suco para o balcão de volta e me sento ao lado dela. Neste instante, meu celular vibra e eu o tiro do bolso. Helen.

─ O que foi? Você tá com aquela cara de novo ─ Nina diz, se inclinando para olhar para o celular.

─ Preciso atender. Só um minuto ─ falo, levando o celular ao ouvido e indo para a varanda. Quando chego lá, me certifico de que Nina continua devidamente quieta na cozinha e então atendo em voz baixa: ─ Megan?

Ah, oi! Escuta, consegui as gravações. Onde você está?

─ Em casa.

Hm. Posso... Passar aí pra vermos juntos?

─ Claro! ─ Quase berro. ─ Você sabe onde é, não? Suba direto. Apartamento 523.

Ok. Tô indo ─ ela diz e desliga.

Volto para a cozinha, me sentindo quase paranoico demais.

─ Quem era?

─ Helen, do DP. Preciso ir, Ni. Passo aqui antes de ir trabalhar, tá? ─ falo, pegando o lanche e o copo de suco e os levando para fora comigo.

Amor em Risco (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora