Capítulo 51 (mini)

1.1K 159 17
                                    

Murilo Trajano.

- Me deixe ver se entendi, meu filho - meu pai diz, de repente pálido e com um olhar que eu não reconhecia. Ele havia cruzado as mãos sobre a mesa de mogno de seu escritório e me olhava tão fixamente que eu me perguntei, por um momento, se ter vindo até ele ao invés de ir até o Marcelo havia sido mesmo a coisa certa a fazer. - Você está insinuando que eu sabia que aquela agência bancária, na rua 57, centro da cidade, iria ser assaltada e, por causa disso, mandei a minha própria filha até lá? Para ser feita de refém e correr um enorme risco de vida? É isso mesmo, Murilo? 

Tento não vacilar em sua frente, mas tê-lo me olhando de forma tão intrigante e até certo ponto decepcionada me faz engolir em seco.

Entretanto, respondo, procurando não demonstrar qualquer coisa que não fosse segurança:

- Eu sei que parece ridículo e que... bom, que não tem cabimento algum, mas eu estive conversando com a Bianca e pensei, por um momento, em como aquilo tudo foi estranho. 

Meu pai me interrompe com um muxoxo de indignação.

- E o que raios eu tenho a ver com isso, Murilo? Ela é minha filha! - ele grita, sobressaltado, e eu procuro me manter intacto na cadeira à sua frente. 

Tudo bem, eu não esperava que fosse diferente. Ora, eu estava acusando o homem a que eu chamo de pai de ter arriscado a vida da própria filha simplesmente porque dúvidas e suspeitas haviam me ocorrido. Era natural que ele começasse a gritar. Para ser sincero, eu esperava que ele partisse para cima de mim, então... eu estava no lucro, né?

Com o resto de coragem que ainda me restava, olho em seus olhos e pergunto muito calmamente:

- O senhor não tem nada a ver com isso, pai? Não estava sendo ameaçado por alguém ou, então, em busca de algum tipo de vingança familiar?

E então eu podia jurar que seus olhos saltariam das órbitas quando ele bateu os punhos com força sobre a superfície da mesa e se levantou num segundo, esticando o pescoço na minha direção e, cerrando os dentes, dizendo, baixo e ameaçador:

- Saia daqui!

Me levanto, devagar, sem despregar os olhos dele.

- Agora! - ele berra. - Seu moleque arrogante! Onde já se viu, Murilo? Acusar o seu próprio pai? O que você acha que eu sou? Um psicopata? 

- Pai - eu tento, e desta vez me sentia disposto a repetir tudo o que havia dito assim que cheguei ao seu escritório, porque acreditava que, assim, talvez, ele entendesse o motivo de minha agonia, mas ele continua a falar.

- Saia daqui! Vai! - ele berra de novo, e neste momento estou a somente alguns passos da porta. - Saia! Antes que eu perca a cabeça! E não esteja em casa quando eu chegar!

Saio porta afora, passando pela recepcionista que, assim como eu, também podia ouvir os berros indignados do meu pai na sala ao lado. Entro no elevador, agradecendo à enorme sorte de encontrá-lo vazio; afinal, era sábado e pouquíssimas pessoas faziam hora extra.

Ao chegar no estacionamento, entro no carro e, enfim, procuro respirar. Meus pensamentos estavam a mil por hora e eu sentia minha garganta se fechar. Por que, ainda assim, eu não conseguia acreditar nele?, vi a pergunta surgir, de novo, tão forte como antes. Eu me sentia frustrado. Errado. E certo. Tudo ao mesmo tempo. Me sentia injusto e, como meu pai havia dito, um molequinho arrogante. Mas... Tudo fazia tanto sentido! Meu pai... O jeito como havia falado. Se desesperado. E me botado para fora. Tudo era tão estranho...

Isso sem mencionar sua relação com o meu tio Richard. Todas as coisas que Marcelo já havia me dito...

Eu precisava falar com alguém. Precisava fazer mais perguntas e explicar o que havia acabado de acontecer.

Ligo o carro, tirando-o do estacionamento do jornal e chegando a rua em questão de segundos. E então alcanço meu celular, tendo absoluta certeza de que seria inútil, porque Bianca nunca acreditaria em mim.

(...)

Oi gente! :D

E aí, vocês acreditam no Sérgio? 

Contem aqui pra gente e não esqueçam do votinho de sempre hahaha

Nos vemos na sexta-feira. Fiquem todas bem ♥

Beijão,

Gabriela e Natália

31/01/2018

Amor em Risco (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora