Capítulo 66 (mini)

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Bianca Trajano.

- PUTA QUE PARIU, DELEGADO!

Daniel corre em direção ao corpo de Marcelo, agora caído no chão aos... meus pés. É só então que me dou conta de que tinha corrido até ele e me ajoelhado. O choro embaçava a minha visão, e eu sentia tanta raiva de mim... raiva por não conseguir parar de chorar, raiva por não ter chegado até o meu pai mais rápido e o impedido de atirar... raiva por ter sido tão idiota, tão lerda, tão ingênua por não ter visto o que estava bem diante do meu nariz.

Minhas mãos estão cheias de sangue - sangue do Marcelo - e eu tento controlar minha respiração ao mesmo tempo que vários policiais passam por nós com lanternas nas mãos. Consigo reconhecer alguns deles do dia em que fui depor. Todos conversam rápido demais e entram e saem da cabana, suas armas posicionadas e seus sentidos em alerta. Ouço o delegado, um homem baixo, gordo e de bigode, falar ao rádio preso firme numa das mãos. Acionava uma ambulância.

- Bianca! - diz Daniel. Dava para perceber o pânico disfarçado em sua voz.

- Por que vocês demoraram tanto? - pergunto, só percebendo depois o quanto aquilo pareceria ingrato e mimado da minha parte.

No entanto, eu estava desesperada. Apalpava o peito de Marcelo, ali onde a bala o atingira em cheio. O sangue jorrava como água.

- Cinco minutos, loirinha. Foi o tempo que levou - responde ele, juntando dois dedos e os colocando estrategicamente no pescoço de Marcelo, que permanecia inerte, completamente apagado.

Daniel assente com a cabeça para mim, mas eu não entendo o que aquilo quer dizer. Ele está vivo? Está morrendo?

Do outro lado, os outros policiais vão até David, morto ou só inconsciente. Não me interessava. Quando desvio o olhar de seu corpo é que percebo que meu pai, a apenas alguns metros, permanecia parado onde caíra. Suado e pálido como um fantasma, mas com o que eu chamava de sorriso triunfante. Parecia alguém cujo sonho havia se realizado.

De repente me sinto tomada por nada menos do que ódio. E dor... meu peito doía tanto que eu cheguei a pensar que a dor era física. Eu nunca me sentira tão traída na vida.

Daniel se levanta com algemas que eu não sabia de onde havia tirado. Agachando-se perto do meu pai, ele o xingou de alguma coisa e o prendeu, ignorando seus protestos de dor. Depois meteu-lhe um pontapé que, confesso, fez com que eu me sentisse melhor.

Sinceramente não sei quanto tempo se passa até que o som da sirene corta o ar. Se é que era possível, a noite ficara ainda mais escura, e foi angustiante esperar pelos paramédicos. Ignorando as recomendações do delegado, eu colocara a cabeça de Marcelo em meu colo ensanguentado. Não aguentava vê-lo caído daquele jeito. Daniel me substituíra há mais de cinco minutos na tarefa de comprimir o peito do amigo, que respirava com dificuldade.

Marcelo ia morrer. E eu nunca me perdoaria.

- Meu amor - falo baixinho em seu ouvido, embora soubesse que Daniel podia me ouvir. - Aguenta firme, tá bom? Vai... - soluço. - Vai ficar tudo bem. Eu prometo. Nós vamos te tirar daqui.

(...)

Oi, gente!

Bianquinha é só amor, né? :') ♥

E como o clima tá super tenso, nós não falaremos muito hahaha

Esperamos que estejam gostando e que consigam aguardar por notícias do nosso policial até domingo haha

Fiquem bem e bom fim de semana.

Beijos,

Gabriela e Natália

03/03/2018

Amor em Risco (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora