Capítulo 69 (mini)

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Marcelo Menezes.

Eu definitivamente não estava indo pro céu. Primeiro: ninguém sente tanta dor prestes a entrar lá. E segundo: eu não sou tão bom assim.

Embora não enxergasse nada, eu sabia que estava deitado num hospital. Sentia que estava de olhos abertos... ou quase isso. Acima de mim, algo frio era encaixado na minha cabeça. E nos meus pés. E meu peito doía como se alguém tivesse atirado nele.

Ah... acho que foi isso que aconteceu.

As lembranças voltam com força total. Quanto tempo havia se passado?

Sem que eu possa me conter, começo a mexer os meus braços. As pernas. E a cabeça - ou pelo menos é o que eu acho. Posso perfeitamente bem estar imóvel.

O rosto de um homem aparece acima de mim. Ele segurava alguma coisa da qual exalava uma espécie de ar. Porra, ele ia me sedar.

Antes que isso acontecesse, porém, ouço a voz de alguém e, na mesma hora, o homem para. E então outro rosto aparece. O rosto de uma mulher.

E há muita dor no meu peito. Tento não respirar. Sinto como se meus pulmões estivessem cheios d'água.

- Celo... - diz a mulher.

É Nina. Sua boca está sob uma máscara cirúrgica, mas consigo reconhecê-la. Eu sempre consigo reconhecê-la.

No mesmo instante, fico quieto. Não preciso mais me mexer.

- Oi - ela volta a dizer. Sua voz está estranha... quase como se estivesse chorando. - Vou estar logo ali, tá bom? Me prometa que você vai ficar bem.

Tento fazer que sim com a cabeça, como se meu peito não estivesse a ponto de explodir.

Nina segura a minha mão e a ergue até seu rosto, ignorando os murmúrios dos cirurgiões ao redor. Ela a beija uma vez.

- Não ouse me deixar.

Limpo a garganta. Eu precisava falar.

- Eu... amo você, Ni - falo. A princípio, tenho a impressão de que não disse nada, pois Nina não parece ter entendido. Ainda assim, volto a falar: - E eu sempre vou amar você.

- Eu sei - diz ela. - Eu também amo você. Muito.

Fecho os olhos por um momento. Que dor dos infernos! Será possível que ninguém tivesse me dado uma porcaria de anestesia?

Eu queria dizer que sempre a amei. Que havia sido ela. Ela era a garota por quem eu fui apaixonado há tantos anos. Foi através dela que eu conheci o que era de fato amar alguém. E eu queria dizer. Eu não queria morrer sem que ela soubesse disso.

Quando tento abrir os olhos de novo, porém, não consigo. O simples movimento parece exigir mais energia do que eu de fato tinha. Eu era uma marica mesmo.

De longe, mas bem de longe, ouço Nina dizer um "te vejo daqui a pouco" e, então, sinto algo gelado ser encaixado no meu rosto.

A partir daí, não vejo, nem sinto mais nada.

(...)

Oi, gente! Feliz Dia da Mulher! ♥♥♥

O capítulo de hoje é dedicado às nossas Nicelo de Anjo e da vida hahahaha a gente sempre quis muito escrever uma cena em que contássemos pra vocês que o nosso Celinho lindo já foi apaixonado pela nossa Nininha hahahaha, embora 90% de vocês já suspeitassem.

Ainda assim, esperamos que tenham gostado de saber :)

E ah, esse foi o último capítulo mini! Aêêêêê! A partir do próximo nós já voltaremos com o tamanho normal e toda (ou quase toda) essa agonia vai passar!

Agradecemos pela paciência e carinho de vocês ♥

Fiquem bem e até sabadão!

Beijos,

Gabriela e Natália

08/03/2018 (ei, marapinheiro6, agora eu tô ligeira! hahahaha)

Amor em Risco (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora