Venho-lhes contar a história da doce e solitária Angeline Clark, que vê sua vida mudar totalmente quando sua mãe Nicolle a obriga a morar com seu até então desconhecido pai biológico, o Governador de Nova Iorque Jonathan Zhimerman. Mesmo contra sua...
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"É possível repousar sobre qualquer dor de qualquer desventura, menos sobre o arrependimento. No arrependimento não há descanso nem paz, e por isso é a maior ou a mais amarga de todas as desgraças."
Giacomo Leopardi
Maximus
Nova Iorque – Dias atuais
Quando eu era criança, sentia medo o tempo todo. Medo daqueles que por lei tinham a obrigação de me proteger e amar. Bem, se é que aqueles dois poderiam ser chamado de seres humanos. Prefiro e os define melhor chamá-los de monstros. Aqueles dois monstros abomináveis me mantiveram vivo somente pelo prazer de me ver sofrer a cada minuto da minha vida. Com 06 anos de idade já havia sido submetido a todo tipo de tortura que um ser humano pode suportar.
Fui torturado, violado, humilhado, tudo foi tirado de mim nessa época pela minha própria mãe e pai que me odiavam. Eles me culpavam por tudo de ruim que acontecesse nas suas miseráveis vidas, e me usavam e vendiam para sacrifícios satânicos para ganhar dinheiro ou em troca de drogas para suas orgias regada a bebidas e sexo. E só para ressaltar, tudo feito bem na minha frente e ás vezes até me colocavam no meio.
Tinha medo dos espancamentos diários que sofria, das drogas que me obrigavam a usar, da violência sexual que me impunham a praticar mesmo eu sendo uma criança que não entendia nada, das feridas profundas que causavam em mim, não somente físicas mas psicológicas também e que ajudaram a formar o ser horrível que sou hoje.
Naquela época não havia esperanças e sentia medo que todo aquele sofrimento nunca tivesse um fim. Nunca recebi um carinho, um olhar de amor, um cuidado sequer daqueles monstros que eu chamei de pais um dia. Tenho certeza que foi em um desses rituais satânicos que me usavam que eu perdi minha alma. Devem ter vendido para o demônio e virei o mesmo monstro que eles. Uma casca grossa, oca e sem alma, frio, podre e que só soube causar sofrimento e dor em todos que chegavam perto de mim.
Nunca acreditei em Deus, pois se ele existisse de verdade nunca deixaria uma criança passar por tudo que passei. Mesmo depois que minha salvadora que hoje chamo de mãe me resgatou daquele inferno e cuidou de mim, me deu uma família e fui amado nunca agradeci a Deus por ter me dado essa oportunidade. E foi por isso tudo que aconteceu comigo na infância que eu construí um muro em minha volta. Prometi a mim mesmo que nunca mais ninguém iria me fazer mal e nem aqueles que eu deveria proteger e amar. Havia uma certeza em mim que nunca amaria mais ninguém, a não ser os membros de minha família. Isso até ela aparecer em minha vida.
Desde de criança dizia para mim mesmo que faria o possível para nunca me tornar o mesmo monstro que meus progenitores, mas falhei miseravelmente no meu propósito. Infelizmente, cheguei a ser pior que eles. Descobri que eu poderia fazer mal a outras pessoas, muito mal aliás. E o fiz! E podem ter certeza que paguei por isso. O monstro que habitava em mim venceu e eu acabei machucando e destruindo um dos grandes milagres que aconteceu em minha miserável vida. Tudo por uma maldita vingança que nunca deveria ter acontecido.
