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"O arrependimento sincero é geralmente resultado da oportunidade perdida"

Emanuel Wertheimer

Maximus

Não me despeço de ninguém e muito menos vou pegar Michelle para leva-la em casa

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Não me despeço de ninguém e muito menos vou pegar Michelle para leva-la em casa. Não estou com paciência para aguentar suas tentativas ridículas de foder comigo e quero ficar sozinho nesse momento. Sigo em direção aos carros estacionados e assim que Sam me vê chegando perto imediatamente abre a porta do carro e entro.

— A Srta. Rilley não virá conosco senhor? – Sam pergunta curioso me olhando do retrovisor quando toma seu lugar do lado do motorista.

— Primeiro me leve para casa. Depois você volta aqui e a leva Sam – respondo a ele passando as mãos nos meus cabelo e rosto.

— Como quiser senhor.

Assim que o carro começa a se mover um medo enorme me toma por completo. Começo a tremer, suar frio e sentir uma falta de ar terrível. Tenho a sensação de estar tendo um início de ataque de pânico de repente. Desesperado, afrouxo minha gravata, tiro meu blazer e abro os primeiros botões da minha camisa porque realmente o ar começa a faltar de verdade nos meus pulmões. Uma angústia desesperadora me consome todo o ser.

— Sr. Archer, tudo bem com o senhor? Está pálido e suando muito – escuto a voz de Sam preocupada me perguntando.

Fecho meus olhos e respiro fundo várias vezes para ver se essa sensação de pânico passa e ela só piora – Senhor?

— Só um minuto Sam – peço ofegante, ainda tentando me controlar.

— O senhor está passando mal? Quer que chame seu pai ou te leve para o hospital?

— Não! Vou ficar bem. Só me leva para casa o mais rápido possível, por favor.

— Sim senhor.

Mantenho-me com os olhos fechados e cabeça encostada no encosto do banco traseiro. No silêncio que se faz presente dentro do carro a voz fria de Angeline volta vívida em minha memória. "O senhor sempre me acusou de várias coisas sem motivo, mesmo sabendo que eu pertencia somente a você de corpo e alma e sabe muito bem que foi o único homem a tocar em mim" "Pois saiba, que o único erro que cometi na vida e me arrependo amargamente foi ama-lo demais, mais que a mim mesma" Ao lembrar suas palavras proferidas severamente, sinto meu peito se comprimir em dor.

— Chegamos Sr. Archer - escuto Sam me avisando da nossa chegada enquanto abria a porta do carro para mim.

— Obrigado Sam – agradeço saindo do carro, depois volto a encará-lo – Volte para o clube e, por favor, leve a Srta. Rilley até seu apartamento – peço educadamente já fazendo meu caminho para as escadas de entrada da casa.

— Como quiser senhor, irei agora mesmo. Tem certeza que está passando bem?

— Não! Nunca mais irei ficar bem depois do que fiz hoje – afirmo sussurrando para mim mesmo — Você não pode fazer nada para me ajudar Sam. Pode ir tranquilo e fazer o que lhe pedi – respondo.

— Como quiser senhor.

Entro em casa e caminho direto para o bar. Pego uma garrafa de Borbon fechada e me jogo no sofá da sala completamente derrotado pela vida de merda que tenho. Tomo uma, duas, três, infinitos goles vindo direto da garrafa até conseguir faze-la esta completamente vazia. Uma tristeza tão grande se instalar dentro de mim quando a realidade me atinge como um raio, que depois de anos sinto vontade de chorar, mais não o faço.

Definitivamente perdi meu anjo de vez nessa noite e tudo por minha culpa. Depois de horas me lamentando e bebendo, levanto-me com dificuldade do sofá. Saio trôpego, me arrastando em direção ao bar na intenção de pegar outra garrafa de bebida para beber e quem sabe conseguir o grande milagre de morrer de overdose alcóolico e ter a chance de livrar o mundo da peste miserável que eu sou.

Mais pelo visto nem para isso eu sirvo, pois caio no chão como uma maça podre antes de chegar lá. Tento me levantar e não consigo, então desisto de tentar. Enxergo tudo rodando e completamente bêbado caio no sono por não sei quanto tempo, até ser acordado pela voz de Sam me chamando.

— Sr. Archer? Senhor? – abro meus olhos e com as vistas embaçadas vejo cinco rostos iguais em minha frente com uma garrafa na mão — Não me diga que o senhor bebeu essa garrafa inteira? – Sam pergunta me olhando com pesar — Ah senhor, o que está acontecendo? Precisava tanto lhe contar o ouve no baile depois que saímos de lá, mais nesse seu estado embriagado não há como o senhor fazer nada agora. Venha, deixe-me lhe ajudar a subir para seu quarto.

— Não trouque em mim – ordeno com a língua embolada quando ele faz menção em me ajudar a levantar. Tendo me levantar e mesmo escorregando várias vezes consigo ficar em pé com dificuldades — Viu só? Prountinho. Coonsegui – digo caminhando em direção á escada, mais assim que olho para o topo dela desisto de subi-la então volto para o sofá — Vuoou ficar porrr aqui messsmo.

Somente me lembro de cair babando no sofá novamente para mais uma noite infernal de pesadelos, onde Angeline chorava dolorosamente por minha causa e dizia que me odiava. Acordo no dia seguinte com a luz forte do sol que adentrava as janelas de vidro da sala batendo em meu rosto e sentindo uma dor de cabeça desgraçada. Fazendo um esforço hercúleo, me levanto e sigo direto para meu quarto com a intenção de tomar um banho demorado e escovar meus dentes.

Nunca fiquei bêbado na vida, mais sinceramente a bebida me ajudou a dormir. Tomo um banho quente e relaxante para ver se conseguia melhora dessa ressaca do caralho e assim que acabo me visto com uma calça de pijama e camiseta. Vou até a cozinha para pedir Ester que arrumasse um remédio para dor de cabeça para mim e não encontro ninguém por lá, somente a TV ligada em um canal de notícias.

Caminho até a geladeira e a abro pegando uma jarra de água gelada. Pego um copo, encho até na boquilha e tomo em uma só golada na tentativa de tirar este gosto e sequidão horrível da boca. Avisto meu blazer, gravata e celular em cima no balcão. Encho mais um copo d'água e me sento em uma das cadeiras do balcão. Pego o meu celular para ver quantas horas são e se alguém havia ligado e me surpreendo. Já estava bem tarde, quase 12:00 horas.

Desbloqueio a tela e vejo várias ligações perdidas de Michelle que descarto na mesma hora. Algumas de minha mãe que pretendo retornar imediatamente para pedir desculpas por ter ido embora daquele jeito do baile sem me despedir. Tem de Kurt também. E o mais estranho é que havia algumas do Sam.

Lembro-me vagamente dele tentando me ajudar ontem depois que chegou em casa. Antes de chama-lo para saber o que ele queria comigo e retornar as ligações de Kurt e mamãe, um nome que escuto no noticiário me faz entrar em estado de alerta.

"— E agora voltamos com novas notícias sobre a fatalidade ocorrida com Angeline Clark, filha do Governador Jonathan Zhimerman no baile da together we win, que se realizou na noite anterior no clube 10 OK – encaro a TV e encontro uma foto de Angeline na tela – Em uma entrevista realizada á agora a pouco, o delegado Marcel Mostok encarregado pela investigação do caso, revelou para a imprensa o nome do homem pego em flagrante atacando e violentando covardemente a garota de 16 anos ontem á noite. Seu nome é Alecsandre Malafaia Scott de 30 anos. O acusado era professor de educação física e treinador da própria vítima no Colégio..........". – ao escutar a notícia entro em estado choque.

Sabe aquele pânico e angústia que senti ontem dentro do carro quando voltava para casa? Pois bem, eles voltam com tudo, só que dessa vez não consigo me controlar. Sou tomado por uma vertigem instantaneamente, fazendo com que todos os meus sentidos não funcionasse mais . Tudo fica escuro e silencioso de repente. Somente sinto meu rosto bater com força contra o balcão e mais nada.

Lilica Ribeiro 

Continua......

Preparadas para o próximo livro. Vem aí fortes emoções. Um xero e até o próximo livro. E mais uma vez, meus sinceros agradecimentos por tudo e por lerem. Não se esqueçam de votar e comentar.

ESCRAVA DO AMOR (trilogia Escravos) Livro 01Onde histórias criam vida. Descubra agora