Capítulo: 11

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-- Conheço os meus direitos. Como cidadão, tenho direito há um pouco de paz e traquilidade.

-- Precisamos deixá-lo sóbrio primeiro. - Poncho ouviu a jovem murmurar.

-- Bem pensado Dulce. - concordou o pai. Pretendia ter uma conversa com o rapaz. A filha não iria tomar nenhuma decisão apressada sem a sua ajuda. - Ei Maloney, o que acha de vc e Will me ajudarem a levar esse tolo até minha casa?

-- Claro! -respondeu Maloney.

-- Que diabos pensa que está fazendo? - rugiu Poncho.

-- Acho que ele esta mais desperto agora papai.

Dul deu alguns Passos à frente, não demonstrando mais juizo do que uma gazela caminhando em direção a um leão faminto. Estendeu a mão a ele de maneira elegante.

-- Como vai? Sou Dulce María Espinosa Saviñon.

-- Alfonso Herrera, a sua disposição.

O estranho moreno segurou-lhe a mão e a puxou para sí. Quando o sapato dela bateu na bota dele, este a agarrou pelo quadril com a outra mão e a ergueu.

Dul gritou, sentindo a gravidade lhe faltar.

-- Papai... Ajude-me! - O que aquele maníaco estava fazendo? Perguntou-se. Esmagada por aquela mão de aço, sentiu-se loucamente atordoada. Quando ele a soltou, soube por intuição onde cairia. - Oh, meu Deus!  - Gritou, sentindo o limo verde do cocho encharca-lhe o vestido criado por um famoso estilista de París. A Água lodosa escorria-lhe pelas roupas de baixo. Seus sapatos sucumbiram no fundo. Gritando, Dul os pescou e os sacudiu ao perceber o que havia acontecido. - Ah!. - Ela jogou fora um minúsculo largato que saira da água barrenta.

A rua estava repleta de homens e um par de mulheres mal vestidas. Todos riam! Ela fitou o sujeito que a fizera ser o motivo de zombaria da comunidade.

A face de Alfonso exibia um sorriso zombeteiro.

-- Gostou do banho? - perguntou ele.

Dulce encarou seu vestido gotejando e sentiu o estômago se embrulhar ao perceber um fio de limo verde deslizar-lhe a face.

- Pelo o menos está sóbrio agora. - ela observou em tom cáustico.

Fernando meneou a cabeça, rindo. Ótimo! Em fim a filha tinha encontrado o que merecia. O rapaz era determinado. Fernando gostou disso. Apesar dos cabelos compridos e do modo estranho de se vestir, Alfonso não se deixaria manipular por Dulce.

- Meu jovem acredito que queira fazer o mesmo comigo. - disse Fernando.

Poncho considerou o oponente. Avaliando-o da cabeça aos pés. O sorriso maroto acentuou-lhe a face.

-- Não senhor, desconfio que seja mais pesado daquilo que eu posso levantar no momento.

-- Posso lhe pagar uma bebida? - ofereceu Fernando.

-- Não, obrigado. não é sábio beber com o estômago vazio. - Poncho bateu de leve no tórax esguio. - Não tenho comido muito nos últimos dias.

Fernando observou-o.

-- Está procurando emprego?

-- Estou aceitando qualquer coisa.

-- Tem experiência em quê, filho?

Alfonso hesitou não muito seguro de como responder. As pessoas não simpatizavam com os atores, chamando-os de preguiçosos.

-- Sei fazer de tudo um pouco.

-- Ótimo. Devo ter alguma coisa pra vc. - disse Fernando num tom amavél. - Mas, primeiro, por que não vem até a minha casa para se lavar? Tem alguma outra roupa?

-- Perdi todas as minhas roupas de trabalho. - Poncho se aproximou de seu futuro empregador. - Deixei algumas coisas na pensão da Sra. Muldoon, na B Street.

-- Importa-se de passar por lá? - perguntou Fernando e ele sacudiu a cabeça.

-- Sabe como é senhor. Estou atrasado com o aluguel e até eu poder pagar, Sra. Muldoon provavelmente não vai gosta de me ver por lá.

- Cuidaremos disso depois. - decidiu Fernando. - Primeiro, vamos limpá-lo e lhe servir uma boa refeição. Então conversaremos. Tenho uma propósta generosa que acredito que vc não a recusará.

Alfonso deveria ter ouvido os sinos de advertencia, mas sua mente já estava imaginando um prato de vitela.

... Continua...

Casamento Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora