A expressão divertida de Poncho fez, Dul perder as esperanças.
-- Não vai contar nada a meu paí, sobre meu plano, vai?. - perguntou ansiosa.
-- Srt. Espinosa, se pensa que vou me envolver num duelo de vontades entres duas pessoas com temperamento forte, está muito enganada. Por outro lado, se seu paí tiver um trabalho digno para mim e quiser oferecê-la como brinde, poderei considerar a oferta.
Irritada por haver perdido seu tempo, Dul o esbofeteou.
-- Vc é um homem rude e asqueroso! - exclamou, erguendo a mão para golpeá-lo mais uma vez.
Poncho segurou-lhe pelo o pulso e o torceu para trás. Seus lábios estavam brancos de raiva.
-- Fico lhe devendo uma por isso. - rosnou ele entre dentes, soltando-á em seguida.
Dul o fitou enquanto esfregava o pulso.
-- Se não estivesse tão desesperada, jamais me teria me rebaixado a pedir sua ajuda. - declarou resentida. - Eu deveria ter imaginado.
-- Sim, deveria. Nós homens, tendemos a nos unir. - Poncho riu, deslizando o dedo ao longo de uma mecha dos cabelos dela..
-- Pense no que poderia fazer com Mil dólares. Seria o casamento e a anulação mais rápida de todo Oeste.
De repente quando seus olhos verdes fitaram os dela, uma pontada de desconforto o atengiu. Sentindo-se como se tivesse captado um relance de si mesmo refletido em forma femenina. O que viu não era tão bonito. Dulce María aínda era inocente e sem experiencia de vida. Mais estava indo rápido demais para o gosto dele. Talvez fosse tão orgulhosa e voluntariosa quanto o rebelde irlandes de Wexford que rejeitara a assistência dos pais alguns anos antes. De alguma maneira, o reconhecimento daquele fato o deixou intranquilo.
Alfonso virou-se e desceu a escada para ir fazer um "Pacto com o Diabo".
Encarando Fernando Espinosa como uma garantia de sua próxima refeição, Poncho considerou que, se jogasse as cartas certas, sairia vencedor.
Por conseguinte, enquanto conversavam, fumando charutos e bebendo uísque, Poncho concentrou-se Na tarefa de conhecer o homem sentado atrás da enorme escrivaninha de pinho.
Tudo nele refletia um ser preocupado com os negócios. Suas estantes eram repletas de livros clássicos a relatórios de engenharia de uma companhia em San Francisco.
O couro gasto das cadeiras e de um sofá deixava claro que o magnata passava muito tempo naquele lugar. Talvez até mesmo dormisse em algumas ocasiões.
-- A mineração é a paixão da minha vida. - informou Fernando, reparando que Poncho se limitara a beber apenas um drinque e não mostrava sinais de sede insaciável.
Alfonso caminhou ao longo das estantes e viu titulos em alemão, francês e inglês acerca das mais recentes técnicas de mineração.
-- Leu tudo isso? - perguntou, impressionado. E Fernando encolheu os ombros.
-- O que pude. Mas, diga-me rapaz, o que o trouxe ao Oeste? Ouro? Ou apenas outro homem tentando esquecer o passado? -inquiriu o velho astuto, estudando seu convidado, que havia feito muitas perguntas, porém falado bem pouco sobre si mesmo.
-- O que me trouxe ao Oeste foi a curiosidade.
-- Todo homem ou está perseguindo algo ou fugindo de algo. - observou Fernando.
-- Não estou fugindo de nada. Pelo menos ninguém ofereceu uma recompensa pela minha cabeça. E creio que os pais enfurecidos já deixaram de me perseguir a muito tempo. - respondeu, não mencionando seu passado sem ambição.
-- Não deixou pra trás uma esposa? Nenhum coração partido?
Alfonso sorriu.
-- Alguns corações ligeramente feridos talvez, mas nada sério e, definitivamente, nenhuma esposa. - Ele mudou de assunto, gesticulando para as estantes. - O senhor tem uma larga variedades de interesses.
-- O que tem feito para ganhar dinheiro rapaz?
-- Sou um homem de muitas artes que não se especializou em nenhuma. - Poncho concluiu que aquela conversa não estava levando a lugar algum. - Olhe Senhor, sei que me convidou para vir até aqui por uma razão. O que quer saber de mim? Muito bem. Eu venho de Wexford, Irlanda. Minha familia se mantém Na mesma terra há sete gerações. São ricos e eu poderia dizer que jamais precisei me preocupar em saber de onde viria minha proxima refeição. - Ele deixou escapar um suspiro. - Porém meus dias de ambulante despreocupado acabaram. Meu pai cortou minha mesada e estou sem um tostão no bolso. - sorrindo, sentou-se em uma das cadeiras de couro. - Se o senhor tiver um emprego para um vagabundo como eu saiba que ficarei feliz em aceitá-lo.
Fernando o fitou com ar especilativo.
-- Já trabalhou em uma mina?
-- Não senhor. E não posso lhe dizer que a ideia me atrai. - respondeu Poncho com surpreendente sinceridade. Afinal, não havia motivo para mentir, dizendo ao homem que adoraria suar embaixo da terra. - Eu adoro sentir o calor do Sol sobre minhas costas.
-- E quem não gosta? - Bufou Fernando. - Mas as vezes os mendigos não podem fazer escolhas.
-- Isso é um fato Senhor.
Oh, Deus! Pensou Poncho. O que fazer? Bem, talvez pudesse aguentar tempo suficiente para receber um pagamento. Então, compraria uma passagem de trem e voltaria para San Francisco. Ou talvez devesse reconsiderar a oferta de Dulce. Dinheiro fácil, nenhum trabalho. Contudo lembrou a si mesmo, que ainda não havia descido tão baixo.
-- Todos os meus mineiros pertence ao sindicato. - disse Fernando. - De forma que isso está fora de questão.
-- Estou disposto a trabalhar em terra senhor.
O velho ruivo piscou através da fumaça do charuto.
-- Não se interessou pela proposta de minha filha?
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Casamento Por Acaso
RomanceNevada, 1864. Um Casamento de Mentira... Uma Paixão de Verdade... -- Mimada, linda e esperta, Dulce María Espinosa Saviñon concorda em se casar com alguém que se encaxe nos padrões exigidos por seu Paí: "Um Homem de Verdade", Que ñ tem medo...