Capítulo: 48

83 5 0
                                    

Em resposta a pressão que o membro rígido de Alfonso exercia através do tercido de sua camisola, ela apoiou a perna direita no chão. Então, arrastada pela força se um instinto cego, abriu-se para ele. Era loucura, sabía más no momento aquilo não a preocupava!

Surpreso e confuso pela rapidez com que Dulce sucumbira, ele deslizou a mão pela coxa definida dela. Ela ofegou, enquanto os dedos hábeis do marido lhe despertavam sensações até então desconhecidas. Com o coração acelerado, arqueou-se, buscando uma cura para a desesperadora febre que a consumia. Quando jogou a cabeça para trás, seus cabelos voaram como um Anjo iluminado em uma ventânia. Iluminando todos os recantos escondidos da alma de Poncho. Paixões insaciáveis se enfureceram, inflamando a ambos.

Um minúsculo suspiro escapou dos lábios de Dulce ao pressionar, ansiosa, os quadris de encontro ao presente que Poncho oferecia. Desejava ele com desespero. Seu corpo admitia a necessidade que seus lábios negavam. Buscava a chama que lhe provocaria uma reação incandescente e incontrolável. No instante seguinte, um grito escapou da garganta dela a medida que ela explodia em mil direções, contorcendo-se em uma gloriosa órbita de êxtase.

-- Boa menina. - sussurrou Ele, contemplando o olhar de prazer que iluminava a face feminina. Sentia-se satisfeito por haver lhe proporcionado aquele momento, ciente do poder que agora exercia sobre a esposa.

Dulce desmoronou sobre o corpo dele, arquejante e flácida como uma geléia. Poncho beijou-lhe os cachos úmidos na testa, sentindo uma estranha ternura pela mulher em seus braços.

Normalmente, ele teria seguido seus hábitos de mais de uma década, buscando satisfação no maravilhoso corpo de Dulce. Mas a prancha de madeira e sua própria compaixão súbita e insana pelo "Sexo Frágil" O fez hasitar. Mais tarde poderia vir a lamentar o fato de não ter terminado logo o que havia começado. Porém que homem com uma mulher nos braços precisaria de percepção tardía?

Sem perceber seu engano, convenceu-se a não tirar vantagens egoistas. Em vez disso, deixou ela dormir, feliz por saber que o que havia começado poderia ser realizado em etapas.

É claro que pretendia consumar a união depois que ela tirasse uma soneca. Apenas não imaginou que adormeceria também.

           xxx

No dia seguinte, às nove horas da manhã, Poncho passou próximo a cozinha, praguejando contra a ajudante do cozinheiro. Para o inferno aquela mulher! Ele havia dormido além da conta e ela nem sequer se importou em acordá-lo. Seu planejamento para o dia tinha sido arruinado. Era tarde para seguir com os homens até a floresta. Saltando uma imprecação, entrou no celeiro e pegou uma pilha de relátorios esquecidos em um canto. Precisava revisá-los antes de se encontrar com Aarón mais tarde.

No meio do dia descobriu-se com dificuldades de ler os livros. Acendeu a lanterna e olhou pela janela, imaginando por que o horizonte se encontrava tão escuro. Uma espessa neblina cobria o céu e podia se ouvir o que soava como um forte vendaval a distância.

Sacudiu a cabeça, fazendo menção de voltar ao trabalho, quando de repente teve um sobressalto.

Ventania se aproximando e nenhuma movimentação? Aquilo parecia estranho. Por que nem uma única folha se agitava nas árvores de frente da janela? Na verdade, o exterior parecia bastante calmo, com exceção daquele barulho que parecia aumentar como a aproximação de um trem em alta velocidade.

Pensando bem, o som se fazia acompanhar de um forte aroma de enxofre e... Fumaça! Era aquilo que estava fazendo seus olhos arderem!

Considerando que poderiam está a beira de uma catátrofe, encamiou-se apressado à porta, vestiu a jaqueta e saiu para o exterior.

Com a exceção de Griswold, que ainda permanecia de repouso pela perna acidentada, apenas Al, Dulce, o ferreiro e ele permaneciam no acampamento. A equipe se encontrava nas colinas, cortando e desbastando árvores ou carregando as toras, por meio da rampa de madeira, para o depósito. A certa distância do escritório, o sufocante cheiro de fumaça era inconfundivel. O nublado do céu não era uma cobertura de nuvens carregadas. Em algum lugar no bosque estava acontecendo um incêndio florestal. E se os sentidos não o traissem não era muito longe dali.

Poncho não sabia nada sobre matas, tampouco como lidar com um incêndio nelas. Mas tinha noção de quão rápido o fogo podia se alastrar. Quando menino, havia testemunhado labaredas engolfarem um conjunto habicional em Dublín. Uma térrivel experiência que ele nunca esquecera. Histeria coletiva. As faces distorcidas pelo terror, enquanto as chamas cresciam fora de controle. Observava uma jovem mãe desesperada, lutando para romper a multidão de vizinhos aglomerados, e ainda podia ouvir os gritos descontrolados.

-- Meu bebê está lá dentro! - urrava a mulher.

E quando o marido voltara ao prédio em chamas, a estrutura havia desmoronado, matando a ele também.

Em outra ocasião, Poncho se detivera em frente ao Teatro Orpheum, na cidade de Filadelfia, na noite em que seis pessoas foram pisoteadas até a morte por uma multidão em pânico. O fogo tinha sido debelado em minutos, mas aquilo não diminuirá a tragédia.

Cenas de horror que ele carregaria sempre consigo. Saltou o portão do celeiro e em um gesto automático, se dirigiu a elevação Oeste. Lá a fumaça mais escura se erguia bem atrás da colina. Não indentificara os sinais de incêndio antes pelo fato de vir da parte californiana das Sierras. Diablo Camp ficava na linha do fogo.

-- Blackie! - gritou ele, sobrepujando o barulho e correndo em direção à oficina do ferreiro. - sele os cavalos e me encontre atrás do celeiro!

O ferreiro espiou de dentro do buraco negro em que se encontrava.

-- O que está acontecendo, patrão? - indagou observando a velocidade com que o novato do escritório central corria em direção a cozinha.

-- Incêndio Florestal! Corram! - Poncho gritava por sobre o ombro, sem diminuir o passo.

Blackie jogou o martelo e ás tenazes que seguravam uma ferradura de volta na bigorna. Estava tão acostumado a inalar fumaça e ao confinamento escuro da oficina que nem sequer notarar qualquer indicio de incêndio. Levou alguns segundos para seus olhos se adaptassem a claridade do exterior e outros tantos para assimilar ás palavras de Alfonso.

-- Jesus! - exclamou e mergulhou o rosto na bacia de água postada ao lado da bigorna. Em seguida segurou na crina do cavalo, que se encontrava do lado de fora da porta da oficina, montou no lombo do animal e galopeou em direção ao celeiro.

Em tempo recorde esvaziou o celeiro e o curral e retornou com dois cavalos atrelados a uma carroça, no momento em que poncho chegou, trazendo a esposa e o cozinheiro.

           xxx

... Caramba! O que será que passará agora? 🤔😨😱

Casamento Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora