Capítulo: 31

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-- Vejamos... Vc decide.

-- Que tal minhas meias-Calças? - disse e ele sacudiu a cabeça negando.

-- Não é uma troca justa. Oitenta dólares contra um par de meias de seda? Tenha dó!

-- E se eu tirar as ligas? - ofereceu ela com uma risadinha. E ele se fingiu chocado com a atitude.

-- Minha Senhora, não tenho a intenção de ser tão cruel, pelo menos não a esta altura do jogo. Que tal o véu?

-- Não é tão ousado como imaginei. - disse ela aceitando a proposta.

Ele ganhou outra vez com dois pares.

-- Quer continuar a aposta? - disse ele oferecendo as cartas.

Ela apostou e perdeu os sapatos e as luvas.

-- Agora esta começando a ficar interessante. - comentou ele com um brilho sinico no olhar. - meus oitenta dólares pelo seu vestido, Sra. Herrera.

-- Não me chame assim! - ela gritou mais aborrecida pelo seu novo nome do que da posibilidade de perder o vestido. - Certo, o vestido. Mas Não por oitenta dólares.

- Cem?

-- Sim e desta vez vou ganhar! - declarou ela, enfática. E ganhou. Ele precisou tentar mais duas vezes antes de lhe arrancar o vestido.

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Escondendo-se atrás de um biombo em um dos cantos do quarto, ela lutou para desabotoar as costas do vestido.

-- Esta brincando com fogo. - disse ele.

-- Talvez sim, mas agora só lhe devo oitocentos dólares. - Por fim, após bastante esforço, ela conseguiu se livrar do traje. A seguir, jogou-o por cima do anteparo. -Ai esta o vestido! Agora me passe o meu ropão, que está na minha mala. - disse em tom imperioso.

-- Isso acabaria com o propósito de fazê-la tirar o vestido. Vamos, Dulce. Prometo que não colocarei um dedo em vc.

-- Jamais! - gritou ela.

-- O jogo está acabado. É óbvio que vc não é mulher o bastante para ser uma jogadora. - ele sentou-se outra vez, recolheu as cartas é as colocou no bolso. Inclinando a cadeira para trás, fechou os olhos e cruzou os braços sobre o peito.

Desafiada, ela aguardou atrás do biombo, esperando que ele se movesse. Depois de alguns minutos se remexendo de um lado para o outro, reprimiu um espirro. Será que teria que passar a noite seminua ali naquele canto?

-- Alfonso? -sussurrou por fim, temendo que ele tivesse adormecido.

Com exceção de um suspiro lento, o silêncio predominou.

Bem, poderia sair. Ele tinha ido dormir, concluiu ela, olhando para a sua mala. Levaria apenas alguns segundos para correr até lá e pegar seu roupão.

-- Se tocar nisso, vc perderá os duzentos dólares que ganhou de mim. - sussurrou uma voz grave em seu ouvido.

Dando um grito agudo, ela pegou o roupão e correu para o outro lado da cama.

-- Não se aproxime de mim! - ela o advertiu.

-- Deixe isso. - Ordenou ele, avançando com um sorriso ameaçador.

Cobrindo os seios o melhor que pôde, Dulce tremeu alarmada, diante do olhar penetrante dele, que estendeu a mão e pediu o roupão. E contra sua vontade ela o entregou.

-- O que vai fazer? - sussurrou, sentindo a boca secar de repente.

Incapaz de se conter, ele tomou-lhe a mão e beijou-lhe as pontas dos dedos, uma por vez, fitando-a direto nos olhos.

-- Oh... - murmurou ela, engolindo com dificuldade. - Meu Deus...

Alfonso riu.

-- A escolha é sua. Quer continuar a jogar mais strip-pôquer?

Ela assentiu com a cabeça, ansiosa para concordar, contanto que ele não fízesse... Bem, contanto que ele não tentasse nada. Deslizando a ponta da lingua pelos lábios trêmulos, ela o seguiu até a mesa como um cachorrinho obediente. Ele apontou a cadeira e ela se sentou.

Afundando o máximo que pôde atrás do tampo da mesa, Dulce amaldiçoou-se por ser tão covarde. Ele não a tocara, apesar de seus trajes sumários. Mas aquele sorriso era uma ameaça a sua paz de espirito.

Casamento Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora