Capítulo: 47

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Poncho a deixou e ainda rindo, sentou-se na cadeira assumindo um ar ofendido.

-- Como pode questionar meus motivos? Eu apenas queria retribuir todo cuidado que tem me dado todas essas últimas noites.

-- Vc me enganou, Poncho! - Ela se ergueu, espirrando água para todos os lados, e correu para seu lado do quarto,. Escondendo-se atrás de um biombo em um canto, retirou as roupas molhadas, secou-se apressada e vestiu uma camisola. O tempo todo resmungando e se queixando do modo como ele a havia tratado.

-- E não era compaixão de sua parte Dulce. - continuou ele. - Não queira me convencer de que não era sedução.

-- Não era sedução! - ela foi se sentar diante da lareira, retirou os granpos dos cabelos e os deixou cair sobre os ombros.

Uma urgência primitiva e bastante familiar correu pelas veias de Alfonso, com a mesma intensidade que instigava um leão faminto a fazer sua matança. Deu dois passos rápidos em direção a esposa, antes que podesse se controlar.

-- Ah, minha doce Dul, faça amor comigo. - disse com a voz rouca de desejo.

Dul se levantou de salto, como se uma faisca a tivesse atingindo por baixo da camisola e ateado fogo em seu corpo. Virou para o marido, com os cabelos balançando ao redor dos ombros.

-- De jeito nenhum! Fique longe de mim! - ela avançou, exibindo a escova de cabelos na mão em forma de arma pra se defender. - Respeite a linha divisória. Eu o odeio, menosprezo... E... E. - Conforme ele se aproximava, ela sentia o coração se aperta com um forte desejo que a consumia. - E... Nem mesmo... Gosto de vc. - Concluir, voltando para o seu lado do quarto. - Então não e pronto!. - disse batendo os pés no chão.

-- Vamos por um fim nessa disputa. - Poncho suspirou e se deitou na cama. - Seus lábios dizem que não, mas suas ações dizem que sim. não pode me culpar por me sentir confuso.

-- Suponho que queira que eu o desculpe pela sua estupidez!

Frustrado pela obstinação dela, poncho contemplou a prancha de madeira divisória. Era apenas uma pequena barreira comparada à parede emocional que os separava. Dominado pelo desejo, decidiu negociar com a companheira de cama.

-- Dul. - sussurrou ele. Ouvindo ela se remexer, espiou por cima da tábua. Até mesmo na escuridão, os olhos dela faiscavam como os de um gato. - Nós somos casados. - lembrou com cautela.

-- E dai? - perguntou ela apoiando-se em um dos cotovelos. Centímetros os separavam.

Poncho contemplou-a a luz tênue do luar. Não encontraria palavras para descrever o quanto era linda. Engoliu em seco, lutou contra paixão que ameaçava engolfá-lo.

-- Ouça, porque nt nos livramos dessa maldita tábua e... Conversamos?

Sem nem uma mudança de expressão, ela retribuiu o olhar ardente de seu marido sequestrador. Sonhará havia dias com aquele momento. Seus dedos tocaram a face de Alfonso com extrema ternura, contounando-lhe o rosto.

A respiração dele aceleró e seu corpo se enrijeceu de excitação. Os santos tinham atendido as suas preces! Naquela noite, finalmente, ele teria a esposa em seus braços e a possuiria por completo, a faria sua mulher.

Então, a sedutora mostrou suas veradeiras feições.

-- Eu preferiria fazer amor com uma cascável. - murmurou ela, deixando-se afundar no travesseiro. - Boa noite Herrera!

Enrolando-se mais uma vez sobre as cobertas, ela sorriu colhendo os louros da Vitória.

Mas com o que ela não havia contado era que Alfonso Herrera tinha uma vingança preparada. Rindo, o enfeliz teve a audácia de bambardeá-la com um leque de poesia sem fim!

-- Francamente Alfonso! - reclamou ela, não aguentando mais ficar em silêncio. - Onde foi arranjar tais rimas asquerosas? Em algum... Bordel?

-- Não doce Dulce, vc é minha inspiração. Eu estou te aborrecendo doçura? - A voz dele soou suave, até mesmo penitente, mas ela não se deixou enganar nem por um segundo.

Irritada, ergueu a cabeça por cima da tábua.

-- Vc esta fazendo de propósito pra me atormentar.

Vejamos... Se não gostar de Sheridan, talvez prefira uma história de dormir de lorde Wilmot.

-- Não! Agora fique calado, Alfonso! Estou tentando dormir! - vociferou ela, deslizando mais uma vez para baixo das corbertas, com os dedos tapando as orelhas.

Poncho ignorou os protestos. Havia prometido não por a mão nela, mas as palavras costumavam ser um potente sedutor.

-- Feche os olhos e sonhe com  esses versos. - murmurou ele, começando com outra sessão de poesías.

Furiosa ela ergueu-se e se lançou por sobre a prancha divisória, dando um soco na mandíbula dele.

No momento seguinte, seus corpos estavam unidos como duas forças cósmicas que se inclinam loucamente fora do curso. Sentindo a imediata excitação do marido, ela tentou reparar seu erro e se livrar dos braços que a prendiam.

Mas Poncho deslizou as mãos pelas costas macias, atraindo-a de modo a promover um contato mais abrangente entre seus quadris. Alarmada, ela se arqueou, a fastando os seios do toráx dele. Mas a ardente sensação que a masculinidade de Alfonso lhe provocava entre as coxas ameaçava fazê-la render-se por completo.

-- Meu Deus! Poncho, não tem piedade? - Sua excitação era tanta que ela temia desmaiar.

Rindo, Poncho a puxou de novo de encontro ao peito e começou a mover a pélvis lentamente.

-- Autodefesa, minha linda. - disse ele, lembendo a pele arrepiada da lateral do pescoço dela. - Vc me tocou lembra?

Dulce gemia nos braços do marido. Sentindo todo o poder persuasivo daquela boca, rendeu-se aos beijos que a inebriavam.

...

É Dulce acho que não tem realmente como não se render a Alfonso Herrera. Impossivel! 🔥🔥🙈

Casamento Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora