Capítulo: 5

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Seguindo os passos de muitos jovens pródigos que fizeram o mesmo antes dele, Poncho jamais imaginara que a fonte de sua independência e riqueza secaria.

Ele e seu análogo bíblico tinham muito em común: ambos altamente imaginativos fogosos hedonistas, viajando de primeira classe enquanto o dinheiro durasse. Filhos caçulas e extravagantes, ambos abençoados por pais amorosos e sólidos como rocha. Mas ai é que as semelhanças terminaram. Seu paí tinha cortado a mesada do moleque ingrato e lhe negado qualquer acesso adicional aos cofres da familia.

Infelizmente, quando percebera que o dinheiro havia cessado, Poncho já estava a meio mundo de distancia, em Filadélfia, encenando Delirio, uma versão mais jovial de Edmund Kean.

Não que tivesse ficado imediatamente sem um centavo. Claro que não. Isso acontecera mais tarde, quando havia pegado o primeiro navio rumo a San Francisco, atraido pelos boatos de que todos os atores que iam para as cidades mineradas que estavam surgindo na Califórnia ganhavam muito dinheiro.

Uma semana depois de apostar em San Francisco, Poncho se juntara a uma trupe de uma popular companhia irlandesa. Comia ostras, bebia champanhe, dançava até o amanhecer e gastava rios de dinheiro com os atores da mesma categoría. Mesmo assim, Ele não podia se manter com o salário de ator. Sem a generosidade dos pai para sustentá-lo, estaria perdido.

Depois de lotar o Maguire's Ópera House durante três noites, parecia que a companhia havia tirado o pé da lama. Para comemorar, com seu charme habitual, sua boa sorte mexicana e irlandesa, Ele havia levado três mulheres a um hotel para uma noitada.

Quando acordou quase dois dias depois estava sem nenhum tostão, com a cabeça pesada e um péssimo humor. Além disso, o compromiso teatral tinha sido cancelado e a trupe partira para um lugar chamado Glitter Gulch em busca de fortuna. Alfonso havia chegado a considerar a posibilidade de enfrentar os quases quinhentos quilômetros do deserto escaldante e hostil para encontra-los. Mas chegara à conclusão de que era melhor ficar sem dinheiro do que morto e queimado pelo sol.

Mesmo assim, reconhecera que precisaria mais do que charme para sobreviver. Ao contrário do cometa Halley, parecia destinado a desaparecer de cena, sem mesmo uma gota de ouro ou pó de prata.

Por Deus! Pobre aos vinte e três anos! Aquílo o fez ficar preocupado com o vazio que sentia no estômago.

-- É a vida! - murmurou, reconhecendo o súbito e terrivel destino que lhe era reservado. Havia viajado ao redor do mundo, desfrutado o pôr- do- Sol em quatro continentes, conhecido outras culturas e passeado em praias enluaradas com as nativas de olhos repuxados do Pacífico. Em algum lugar no meio do caminho, talvez tivesse considerado Virginia City outro simples desvio divertido em uma carreira diferente e irregular.

Sua querida mãe, em Wexford, costumava dizer que as dificuldades eram bênçãos diafarçadas. Sim era uma bonita filosofía, mas infelizmente, sem substancia.

Poncho mordeu uma rosca e contemplou seu futuro com surpreendente sobriedade, considerado a quantia de álcool que havia ingerido desde as nove horas. Era uma pena que seu nobre paí não visse a vida pelo mesmo caleidoscópio róseo que sua bela mãe vía. Caso contrário, ele não estaria sendo forçado a rever suas opções naquele momento. Sem um guarda-roupa apropriado e agora separado do resto da trupe de teatro, era hora de fazer um balanço de sua vida. Teria de conseguir um emprego de verdade.

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Casamento Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora