-- Arrumei uma solução temporária para os nossos problemas noturnos. - dizendo isso, ele colocou a prancha de madeira no meio da cama e a equilibrou. A seguir com um gesto de mão convidou ela a inspecionar. - É só até eu mandar fazer outra cama. Segure isso. - pediu indicando para firmar a tábua. Pegou suas ferramentas e martelou alguns pregos na tábua, tentando fixá-la na cabeceira.
Dulce não se conteve e acabou deixando escapar uma risada.
-- Perdoe-me Poncho, mas vc não é nenhum carpinteiro. - Ela se afastou pro lado e o observou bater o martelo no dedo polegar, quebrar a unha e xingar. Após algumas tentativas abortadas, a tarefa foi concluida. Pelo menos a tábua não caiu. Parecia uma miniatura da grande muralha da China, uma barricada contra a paixão.
-- Bem o que acha? - Ele perguntou orgulhoso de sua habilidosa solução para uma situação desastrosa. Pronto! Agora se sentia melhor, sabendo que mesmo dormindo, não esbarraria nela por acaso. Aquilo era uma tentação que ele iria superar, assegurou a si mesmo.
Dulce olhou para os brilhantes olhos verdes e depois para cama. Cada lado tinha uns sessenta centímetros; não era muito. Embora tivesse de aguentar um pouco de desconforto, era melhor do que ser obrigada a lutar com um maníaco sexual.
Ela conferiu e testou o colção do seu lado.
-- Experimente primeiro Poncho. Afinal de contas, vc é maior. Não quero que fique mal acomodado.
A preocupação de Dulce com seu conforto o deixou sem cor.
-- Está certo. Será melhor assim. Metade da cabana para cada um. - dizendo isso, ele se ergueu e se dirigiu a porta da frente.
-- Como quiser. - sorrindo ela começou a explorar seu lado do quarto. - Pode pegar meus calções de banho que estão do seu lado? - Ela pediu após um longo silêncio.
Ele a atendeu prontamente.
Fazendo um zumbindo com a chave, Dulce conferiu se o conteúdo de sua bagagem estava intacta. Em seguida, considerou as limitações de espaço tendo em vista o número de vestido que possuia.
-- Vou até la fora. - Anunciou Ele, saindo em seguida.
As estrelas pareciam minúsculos diamantes em um céu sem defeitos, e a lua... Oh, Cristo! Estava deslumbrante! Cheia e propícia para levar um homem a cometer loucuras! Em especial quando havia uma linda mulher de Cabelos castanhos claro, e pele clara lá dentro, vestida apenas em uma camisola.
Poncho não pôde se conter e espiou através do vidro empoeirado da janela. Avistou um par de seios perfeitos, fartos e firmes. Gemendo, curvou-se sobre o parapeito, tentando ignorar a resposta túrgida do seu corpo.
Desesperado, decidiu dá um passeio. Talvez um mergulho no lago. Lançou outro olhar furtivo pela porta aberta. Dulce se encontrava vestida decentemente outra vez. Graças a Deus! Agora ele poderia relaxar.
Mas em vez disso, sentiu-se mais excitado do que nunca. Era aquela camisola!
-- Dul. - chamou com a voz cheia de desejo. - tranque a porta eu vou nadar um pouco.
Ele prendeu a respiração ao vê-la se aproximar vestida naquela camisola. Todas as paixões indomadas que se enfureciam em seu interior foram estimuladas. O brilho morno da lamparina criava uma Cachoeira ignea de luzes dançantes nos longos cabelos Castanhos claros dela.
Dulce deu um passo em sua direção. Havia algo de inquiridor naquele olhar hipnótico.
-- Poncho?
De imediato, ele percebeu seu engano. Jamais deveria ter contemplado aquela virgem estonteante.
-- Não dê mais nenhum passo. - sussurrou, afastando-se da soleira da porta.
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Casamento Por Acaso
RomansNevada, 1864. Um Casamento de Mentira... Uma Paixão de Verdade... -- Mimada, linda e esperta, Dulce María Espinosa Saviñon concorda em se casar com alguém que se encaxe nos padrões exigidos por seu Paí: "Um Homem de Verdade", Que ñ tem medo...