Capítulo: 17

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Ainda era cedo e a cortina do Marguire's Ópera House não se abriria antes das oito. Isso significava que ele tinha uma hora e meia para levar Dulce María num vagaroso tour pelos bastidores e conduzi-la de volta à casa dos país em um horário decente.

-- Quando chegar em San Francisco, não deixe de visitar o Jenny Lind theatre. - disse Poncho, enquanto entravam na ruela, vagamente iluminada, nos fundos da Opera House.

-- É muito grande? - perguntou ela. - quero dizer, conheci alguns em Londres e Paris no ano passado. É parecido?

-- Oh, não sonhe tão alto. - respondeu ele. - Aqui, poucos teatros se assemelham às casas de Ópera de Viena, París ou Milão. - ele acenou um a cabeça ao homem simpático que se encontrava na porta. - Boa Noite, Tucker.

-- Senhor Herrera?  Que surpresa!

-- Importa-se se eu mostrar os bastidores a Srta.? - ele apontou para ela. - Veio de Chicago apenas para conhecer O Marguire's. - acrescentou, com uma piscadela pra ela.

-- Claro! Entrem. - apressado, o homem abriu a porta, correu ao longo do corredor e acendeu uma lâmpada na parede. - Vou iluminar a Ribalta, assim a sua amiga poderá olhar o palco. - Trucker desapareceu atrás de uma pilha de cenários.

-- Seu mentiroso! - sussurou ela. - sabe muito bem porque eu vim de Chicago.

-- Shhh! Isso faz o velho se sentir importante. Que mal pode causar? - Poncho a conduziu pelos bastidores, onde durante alguns minutos, explicou-lhe o funcionamento de várias alavancas que controlavam as bambolinas e as cortinas.

-- O que acontece se eu mover isso? - perguntou ela, fitando-o atentamente.

-- Cria a ilusão de um cenário. Os atores simulam algumas ação, como correr ou nadar, ou... Deixe-me mostrar. - Ele então contornou um biombo e reapareceu diante de uma parede com ondas pintadas. Havia se livrado da camisa e desnudado o tórax musculoso. Atrás de si tinha como fundo o oceano.

-- O que está fazendo? - chamou ela, enquanto ele se curvava para frente e começava a mover os braços como nadador.

-- Nadando que tal?

Ela o estudou, petrificada pelo realismo. Era excitante vê-lo sacudir aqueles cabelos compridos. Os músculos de seus ombros e braços inflavam rítmicamente, ao mesmo tempo em que desafiava as poderosas ondas do oceano.

De repente ele começou a tropeçar. Por um momento, desapareceu por completo. Então voltou à superficie e ofegou desesperado, como se estivesse tentando se salvar.

-- Um... Um tubarão! Estou me afogando... Pelo amor de Deus, Dulce! Não fique ai parada! Salve-me!

-- Alfonso! - gritando em pânico. - o que devo fazer? - ele parou com a encenação e se apoiou contra o cenário.

-- Nada. - respondeu com um sorriso malicioso. - Apenas desligar a máquina.

Com a face ardendo, Dulce se apressou para puxar a alavanca, fazendo com que a engenhoca parasse, emitindo uma serie de ruidos metálicos.

Alfonso vestiu de novo a camisa e caminhou na direção dela.

-- Realistico não?

-- Muito engraçado! Tem certeza de que estamos seguros aqui? - Ela umideceu os lábios, nervosa.

-- Não se preocupe. Eu a salvarei de qualquer perigo. - dizendo isso, ele a envolveu pela cintura e a conduziu em direção ao palco principal.

-- Para onde... Estamos indo? - ela tentou se afastar. A camisa dele estava aberta e ela pôde ver os pelos que rodeavam os mamilos bem desenhado dele. Repentinamente intranquila, fez o possivel para não notar os extraordinario músculos do abdômem viril.

-- Eu lhe prometi uma visita ao palco principal, lembra? - sua boca exibindo dentes brancos e uma brechinha no meio dos dois dentes da frente a deixava com ar de um adolecente travesso o tornando a sim mais atraente. Ele a conduziu até um balanço e a sentou. - Vi Lola Montez atuar no teatro California, em San Francisco. - Colocou as mãos no banlanço e a empurrou para frente e para trás, num movimento suave. - ela desceu das bambolinas, cantando uma pequena canção obscena e balançando as pernas.

Alfonso olhou para Baixo e leu a mente dela, tão nítidamente quanto um mapa. Parecia petrificada, como se esperasse ser enfeitiçada naquele mesmo lugar. Com os refletores a gás lançando longas sombras no recinto, parecia a heroína pálida de um melodrama de segunda categoría.

Ele riu. Talvez houvesse um modo de, escapar do casamento com aquela fedelha. Não importava o quanto ela e o pai estavam interessados naquilo. O truque era se livrar dela sem pôr em risco o seu trabalho.

Mas como? Ele estudou sua bela companheira em busca de pistas. Por certo, a pequena atrevida tinha uma imaginação fértil. Agora que podia tirar vantagem fácilmente, tudo o que Alfonso tinha a fazer era lhe pregar um grande susto. O pai dela jamais o culparia se ela o rejeitasse como pretendente.

Por que não tentar?

Ele puxou ás saias dela até os joelhos e deslizou as mãos pelas suas coxas. Antes que ela pudesse fazer mais do que proferir um grito agudo e assustador, ele tocou um botão no balanço que controlava o movimento do aparato.

Continúa...

Casamento Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora