Capítulo: 51

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No sonho Poncho sempre estava  correndo. Dessa vez em direção ao lago com Dulce. As labaredas se espalhavam pela água, envolvendo-os em um lago de fogo virtual. Ele e a esposa dançavam, sorriam e se beijavam, enquanto ás chamas lambiam-lhe os pés.

Em outro sonho, estava carregando ela para ás profundezes da terra até chegarem a um belo e gélido córrego. Encontravam-se nas montanhas verdes da Irlanda. Riachos prateados cortavam a região campestre, sussurrando-lhe nos ouvidos como o sorriso radiante de uma criança. Transbordando de felicidade,  ele erguia a esposa nos braços, beijando-lhe os lábios, o pescoço esguio e os lindos olhos. Sim era a sua Dulce que ele beijava.

Sorrindo ela deitou-se sobre seu corpo no córrego. Os cabelos espalhados ao redor, enquanto a água lhe banhava as lhe banhava as coxas desnudas e as aves emitiam um canto suave em um salgueiro próximo. Dulce o envolveu em um abraço úmido e quente, e juntos imergiram na água fria, os membros entrelaçados como algas marinhas.

-- Oh, Dulce! - disse ele roçando o rosto em seu pescoço. - me dê sua mão meu amor.

Ela pousou a mão na dele e Poncho a guiou a parte de seu corpo que mais a desejava.

-- Seu canalha!

Ele sentiu o soco certeiro que ela havia lhe dado no queixo. Ainda zonzo e desorientado, tentou emergir do sonho, para se encontrar engolfado na mais pura noite. O que acontecera?  Havia sido arremessado do paraiso para o lugar onde havia choro e rangir de dentes?

Não demorou a reconhecer o inconfundível ranger de dentes. O barulho se restringia apenas à rabugenta criatura que o segurava pelo colarinho.

No passado, em sua situação mais aprazível, recordava que aqueles dentes eram brancos e bonitos como pérola. E o que causara a transformação do tom de voz mavioso em um rosnar rabujento? Aquela era a sua Dulce proferindo palavras rudes que só a mulher de um peixeiro seria capaz de verbalizar?

-- Dul, minha doce companheira. - murmurou ele aínda sonolento, roçando os lábios na orelha da esposa.- Não me negue mais.

De pronto sentiu uma pancada na cabeça.

-- Não sou sua. Tampoco doce. - esclareceu a mesma voz irada.

Não obstante, Poncho percebeu um discreto tremor que traia a indecisão da oponente. Optou por explorar-lhe o ponto fraco. Sentou-se e tateando no escuro, descobriu a elevação macia e curvilínea de uma coxa.

-- Sim, eu sabia que era vc, minha bela e graciosa Dulce. - sussurrou com eloquencia.

Sentiu o coração disparar quando deslizando a mão um pouco mais para cima, atongiu os pêlos macios no ponto onde as pernas bem torneadas se juntavam. Percebendo a resposta intantânea sobre sua mão, introduziu dois dedos na fenda macia e sentiu-a estremecer.

A atmosfera na gruta pareceu congelar naquele instante. Dulce prendeu a respiração, esperando.

Poncho a acariciou, tentando decidir se ela era real. Quando percebeu a intumescência úmida sobre a própria mão, descobriu que não estava sonhando.

Tinha a verdadeira Dulce ao seu alcance. Finalmente! Pensou, sorrindo.

Tendo segurado a respiração o máximo que pudera, ela deixou escapar um longo e arfante suspiro.

-- Acorde, Por favor Poncho. - suplicou, umedecendo os lábios.

Ele Riu.

-- Estou bem acordado. - disse beijando o pescoço dela, que encostou o rosto no ombro do marido. - Meus sonhos eram inebriantes, mas não tão promissor quanto isso.

-- Deveriamos estar procurando uma forma de sair daqui. - A voz dela soou alta e nervosa.

-- Porque tanta pressa? - indagou ele. - Ainda está escuro.

-- Não estaría se vc não tivesse bloqueado a entrada da gruta com tantas pedras e o meu vestido!

-- Será que não mereço nenhum crédito por ter salvo sua vida?

-- Claro. Muito obrigada. - agradeçeu ela em tom afetado, fingindo não perceber o que ele estava fazendo.

Poncho lhe tomou os lábios em um beijo profundo e possessivo, tornando-a cativa sobre seu corpo.

As pernas dela se apertaram em um gesto instintivo e o suave gemido de paixão que se formou em sua garganta pontuou a doce entrega.

A mão esquerda de Alfonso abandonou o ritmo suave, substituindo-o por uma fricção mais forte, enquanto a direita deslizou para os seios fartos. O polegar, traçando de maneira gentil o contorno dos mamilos intumescidos. Em seguida, tomou-os com os lábios. A lingua macia e quente provancando em Dulce sensações indescritiveis. Poncho os sugava com suavidade, ouvindo-a ofegar e gemer de prazer.

As mãos delicadas dela escorregavam sobre  a camisa dele, enquanto os quadris curvilíneos se arqueavam de encontro ao calor das caricias ousadas. Todo o corpo de Dulce parecia comsumido por labaredas de fogo.

No exterior da gruta, o incêndio continuava incontrolado. Porém no interior, a salvo da fúria da natureza, ambos não se sentiam inclinados a escapar da combustão da paixão  todavia muito reprimida.

-- Esta me levando à loucura... - murmurou ela, movimentando-se no ritmo que a mão experiente imprimia.

-- Então vamos enloquecer juntos. - sussurrou ele, com a voz incrivelmente sexy.

Mas, de repente ás mãos ávidas interromperam a mágica, deixando-a desolada. Uma onda de revolta a assolou pelo fato de Alfonso havê-la conduzido áquele grau de excitação a seguir.

-- Poncho... Onde vc está? - perguntou, erguendo o corpo e sustentando-o nos cotovelos.

-- Bem do seu lado, minha Ardilla. - Poncho rastejou como um felino selvagem, curvando-se sobre ela, sem deixar que seus corpos se tocassem. Dulce estendeu a mão e acariciou os pêlos macios do peito desnudo do marido.

                xxx

... Será?!!
Capítulo curtu esse né, mais tem mais no próximo capítulo.

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