No sonho Poncho sempre estava correndo. Dessa vez em direção ao lago com Dulce. As labaredas se espalhavam pela água, envolvendo-os em um lago de fogo virtual. Ele e a esposa dançavam, sorriam e se beijavam, enquanto ás chamas lambiam-lhe os pés.
Em outro sonho, estava carregando ela para ás profundezes da terra até chegarem a um belo e gélido córrego. Encontravam-se nas montanhas verdes da Irlanda. Riachos prateados cortavam a região campestre, sussurrando-lhe nos ouvidos como o sorriso radiante de uma criança. Transbordando de felicidade, ele erguia a esposa nos braços, beijando-lhe os lábios, o pescoço esguio e os lindos olhos. Sim era a sua Dulce que ele beijava.
Sorrindo ela deitou-se sobre seu corpo no córrego. Os cabelos espalhados ao redor, enquanto a água lhe banhava as lhe banhava as coxas desnudas e as aves emitiam um canto suave em um salgueiro próximo. Dulce o envolveu em um abraço úmido e quente, e juntos imergiram na água fria, os membros entrelaçados como algas marinhas.
-- Oh, Dulce! - disse ele roçando o rosto em seu pescoço. - me dê sua mão meu amor.
Ela pousou a mão na dele e Poncho a guiou a parte de seu corpo que mais a desejava.
-- Seu canalha!
Ele sentiu o soco certeiro que ela havia lhe dado no queixo. Ainda zonzo e desorientado, tentou emergir do sonho, para se encontrar engolfado na mais pura noite. O que acontecera? Havia sido arremessado do paraiso para o lugar onde havia choro e rangir de dentes?
Não demorou a reconhecer o inconfundível ranger de dentes. O barulho se restringia apenas à rabugenta criatura que o segurava pelo colarinho.
No passado, em sua situação mais aprazível, recordava que aqueles dentes eram brancos e bonitos como pérola. E o que causara a transformação do tom de voz mavioso em um rosnar rabujento? Aquela era a sua Dulce proferindo palavras rudes que só a mulher de um peixeiro seria capaz de verbalizar?
-- Dul, minha doce companheira. - murmurou ele aínda sonolento, roçando os lábios na orelha da esposa.- Não me negue mais.
De pronto sentiu uma pancada na cabeça.
-- Não sou sua. Tampoco doce. - esclareceu a mesma voz irada.
Não obstante, Poncho percebeu um discreto tremor que traia a indecisão da oponente. Optou por explorar-lhe o ponto fraco. Sentou-se e tateando no escuro, descobriu a elevação macia e curvilínea de uma coxa.
-- Sim, eu sabia que era vc, minha bela e graciosa Dulce. - sussurrou com eloquencia.
Sentiu o coração disparar quando deslizando a mão um pouco mais para cima, atongiu os pêlos macios no ponto onde as pernas bem torneadas se juntavam. Percebendo a resposta intantânea sobre sua mão, introduziu dois dedos na fenda macia e sentiu-a estremecer.
A atmosfera na gruta pareceu congelar naquele instante. Dulce prendeu a respiração, esperando.
Poncho a acariciou, tentando decidir se ela era real. Quando percebeu a intumescência úmida sobre a própria mão, descobriu que não estava sonhando.
Tinha a verdadeira Dulce ao seu alcance. Finalmente! Pensou, sorrindo.
Tendo segurado a respiração o máximo que pudera, ela deixou escapar um longo e arfante suspiro.
-- Acorde, Por favor Poncho. - suplicou, umedecendo os lábios.
Ele Riu.
-- Estou bem acordado. - disse beijando o pescoço dela, que encostou o rosto no ombro do marido. - Meus sonhos eram inebriantes, mas não tão promissor quanto isso.
-- Deveriamos estar procurando uma forma de sair daqui. - A voz dela soou alta e nervosa.
-- Porque tanta pressa? - indagou ele. - Ainda está escuro.
-- Não estaría se vc não tivesse bloqueado a entrada da gruta com tantas pedras e o meu vestido!
-- Será que não mereço nenhum crédito por ter salvo sua vida?
-- Claro. Muito obrigada. - agradeçeu ela em tom afetado, fingindo não perceber o que ele estava fazendo.
Poncho lhe tomou os lábios em um beijo profundo e possessivo, tornando-a cativa sobre seu corpo.
As pernas dela se apertaram em um gesto instintivo e o suave gemido de paixão que se formou em sua garganta pontuou a doce entrega.
A mão esquerda de Alfonso abandonou o ritmo suave, substituindo-o por uma fricção mais forte, enquanto a direita deslizou para os seios fartos. O polegar, traçando de maneira gentil o contorno dos mamilos intumescidos. Em seguida, tomou-os com os lábios. A lingua macia e quente provancando em Dulce sensações indescritiveis. Poncho os sugava com suavidade, ouvindo-a ofegar e gemer de prazer.
As mãos delicadas dela escorregavam sobre a camisa dele, enquanto os quadris curvilíneos se arqueavam de encontro ao calor das caricias ousadas. Todo o corpo de Dulce parecia comsumido por labaredas de fogo.
No exterior da gruta, o incêndio continuava incontrolado. Porém no interior, a salvo da fúria da natureza, ambos não se sentiam inclinados a escapar da combustão da paixão todavia muito reprimida.
-- Esta me levando à loucura... - murmurou ela, movimentando-se no ritmo que a mão experiente imprimia.
-- Então vamos enloquecer juntos. - sussurrou ele, com a voz incrivelmente sexy.
Mas, de repente ás mãos ávidas interromperam a mágica, deixando-a desolada. Uma onda de revolta a assolou pelo fato de Alfonso havê-la conduzido áquele grau de excitação a seguir.
-- Poncho... Onde vc está? - perguntou, erguendo o corpo e sustentando-o nos cotovelos.
-- Bem do seu lado, minha Ardilla. - Poncho rastejou como um felino selvagem, curvando-se sobre ela, sem deixar que seus corpos se tocassem. Dulce estendeu a mão e acariciou os pêlos macios do peito desnudo do marido.
xxx
... Será?!!
Capítulo curtu esse né, mais tem mais no próximo capítulo.
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Casamento Por Acaso
Roman d'amourNevada, 1864. Um Casamento de Mentira... Uma Paixão de Verdade... -- Mimada, linda e esperta, Dulce María Espinosa Saviñon concorda em se casar com alguém que se encaxe nos padrões exigidos por seu Paí: "Um Homem de Verdade", Que ñ tem medo...