-- Aquí está o roteiro querido. Será como nos velhos tempos. - Afirmou Maite, exibindo um sorriso luminoso.
Em seguida despediram-se com um abraço carinhoso, combinando de se encontrarem às 19:00hrs no teatro.
Com o olhar fixo nas páginas do roteiro, Poncho transpôs a porta do Hotel para colidir com Dulce María. Tentando recobrar o equilibrio, ela o fitou furiosa.
-- O que significa aquilo!? - inquiriu, irada.
-- Parece que sou a solução dos poblemas dela. - retrucou ele calmo.
-- Isso é ultrajante! Vi tudo o que se passou no restaurante. Como consegui suportar uma aquela mulher, se defendendo em rapapés e beijando-o daquela forma? É uma desavergonhada!
Poncho tomou o caminho da casa dos Espinosas, decidindo provocar a esposa.
-- Uma mulher como aquela? Mai poderia lhe dar umas dicas de como ser uma esposa adequada. Deus sabe o quanto vc está precisando.
Sentindo-se profundamente ofendida pelo comentário, ela parou apenas por alguns segundos, pois logo voltou a segui-lo de pressa.
-- Como se atreve a sugerir que me aconselhe com sua amante!? - inquiriu, indignada, parando na frente do marido. - Sou sua esposa, se já esqueceu, e me recuso a ser objeto de piedade em público.
-- Maite é uma velha amiga, e ñ minha amante. - explicou dando um passo atrás e abandonando a calçada de madeira.
-- Espere que eu acredite nisso? - indagou ela, começando a chorar. A violência dos próprios sentimentos a tomou de assalto. Estava perdendo Poncho ñ sabia o que fazer.
-- Dulce María Herrera, vc é sem duvida a mulher mais cega e Embocada que jamais conheci. - Os olhos verdes dele a fitavam com a intensidade de uma broca tentando penetrar o granito macio. - Do contrário, ñ tiraria conclusões precipitadas de uma amizade inofensiva. A gora vá pra casa. Conversaremos mais tarde. - dizendo isso ele virou-se e tomou o Caminho de volta para o hotel.
-- Para onde vai? - perguntou ela com as mãos na cintura.
-- Pra onde eu possa ter um pouco de paz.
Ela correu atrás do marido.
-- Ñ quero que encontre aquela mulher de novo!
-- Aquela mulher se chama Maite Perroni. E é feliz no casamento e sempre se comportou como uma perfeita dama. O mesmo ñ posso dizer de uma certa pessoa que conheço!
-- Se ela é uma dama, jamais desejarei ser uma!
-- Chega! - Brandou ele, inclinando e erguendo a esposa em gesto rápido e preciso. Antes que ela podesse se dar conta do que estava acontecendo, viu-se pendurada por sobre o ombro dele e guiada em direção a casa do paí.
-- Seu bruto! Ponha-me no chão! - ela gritou ofegante.
-- Com prazer madame. - retrucou depositando-a sobre o balanço da varanda da casa do paí. Em seguida, com a fisionomía contorcida pela ira, apontou o dedo para o rosto delicado dela. - Ñ sai dessa casa até eu voltar! - disse e ela o fitou incrédula.
-- Ñ pense que por sermos casados...
-- Ah, sim! - Poncho a interrompeu. - Pode mencionar aquele pequeno contrato com o qual adora me punir! - esbravejou, inclinando-se para a frente e segurando as cordas do balanço. - Até que a morte nos separe, ñ é assim? Pois ñ me tente!
Ela inclinou a cabeça para trás.
-- Ñ pode me intimidar dessa forma. Sabe que fizemos um acordo.
Um brilho perigoso perpassou os olhos verdes de Alfonso.
-- Ñ vou me desculpar pelo fato de ter esquecido de mim mesmo e agido como marido. Foi tanto minha culpa como sua. Ñ, Dulce María, já é tempo de decidir se os votos que fizemos diante de Deus significam alguma coisa pra vc. - Ele se empertigou, com o roteiro enfiado do braço. - Vamos deixar pra conversar sobre isso quando tivermos pensado melhor no assunto. - Sugeriu ele em tom mais ameno.
-- Vai voltar para aquela mulher, ñ Vai? - Ela baixou a cabeça convencida de que seu casamento acabara. Grossas lágrimas lhe rolavam pelo rosto.
-- Promete ajudar Maite no teatro hoje a noite.
-- Que tipo de ajuda?
-- Trabalho de bastidores. - informou ele evasivo. Aquele ñ era o momento certo para usar de sinceridade. - O marido dela esta doente e eu concordei em substitui-lo.
-- Divirta-se - desparou ela em tom sarcástico. E ele revirou os olhos.
-- Ñ acredita em mim? Pois acredite ou ñ, estarei lá esta noite suando mais do que o trabalho de serraria! - Após dizer isso desceu os degraus apressado. Mas estacou alguns passos adiante e a olhou por sobre o ombro. - Eu ñ quero o divórcio. - Como Ela o fitasse por sobre duas poças de lágrimas, ele prosseguiu. - Ñ faça essa explessão de desamparada. Se vc ou seu paí precisarem de alguma coisa estarei no hotel. Te vejo amanhã.
Sem esperar por resposta, correu em direção ao hotel. Chegando lá alugou um quarto. Após o Banco relaxante, passou a ler o roteiro, decorando suas falas. Pouco depois, deixou o hotel em direção a barbearia onde cortou os cabelos, e cortou as unhas.
Durante o jantar, Poncho meditou a respeito dos acontecimentos dos últimos dias. Precisava por Fernando a par dos acontecimentos na floresta e chegar a um entendimento com Dulce. Exasperado suspirou profundamente. Tinha que tirar aquela mulher da cabeça pelo menos por um tempo, se quisesse interpretar um Paolo decente.
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Casamento Por Acaso
RomanceNevada, 1864. Um Casamento de Mentira... Uma Paixão de Verdade... -- Mimada, linda e esperta, Dulce María Espinosa Saviñon concorda em se casar com alguém que se encaxe nos padrões exigidos por seu Paí: "Um Homem de Verdade", Que ñ tem medo...