-- Vcs dois podem explicar tudo isso? - inquiriu o velho com falsa cortesia.
Dulce então sentiu-se na obrigação de se defender.
-- Papai, é tudo muito simples. O Sr. Herrera aqui presente me levou para um passeio e quando fomos ao Maguire's Ópera House, ele me pôs em um balanço e os meus cabelos se soltaram, não vê? Então subimos para o andar superior...
-- Andar superior? - Fernando ficou chocado. Tinha a mente repleta de suspeitas. - Foram fazer o que no andar superior?
-- Não pense absurdos papá. - ela o fitou indignada. - Apenas tirei a minha roupa para esperimentar uma fantasía.
-- Pare ai mesmo! - o paí ergueu a mão, não querendo ouvir mais nada. - Vc lutou com ele, tentando repeli-lo, não é filha? - perguntou esperançoso. - Diga-me que foi por isso que está com essa aparência.
Dulce deu uma risada ao ouvir às absurdas e precipitadas conclusões do pai.
-- Não Papai, Alfonso me deixou experimentar uma fantasía de Julieta. Conhece... Romeu e Julieta? Ele recitou os versos divinamente! O senhor devia ter ouvido.
Gemendo, Fernando afundou na cadeira de couro da escrivaninha, desapontado. Sentia-se tentado a puxar sua Colt 45 da gaveta e... Mas dulce continuava sua animada narrativa.
Pela primeira vez, sentia-se tão deprimido até mesmo para acender um charuto. Fernando decidiu adiar o fim ignóbil de Alfonso Herrera. Mas só até determinar quantas balas desperdiçaria para matá-lo.
-- Depois, Alfonso mandou que me vestisse. Então eu... - Dulce virou-se para Alfonso, que arqueou a sobrancelha, como se não acreditasse na estupidez dela. - Estou contando certo, Alfonso? - perguntou.
-- Sua filha tem um modo verdadeiramente surpreendente de lidar com as palavras, senhor. Imploro-lhe que não tire nenhuma conclusão injusta e precipitada.
-- Por certo, não espera que eu acredite que nada aconteceu entre vcs dois! - bufou, gesticulando para a aparência desalinhada de Dulce. - Por quem me toma rapaz?
-- Admito que ela parece um pouco desarrumada, senhor mas ainda está intacta. - Poncho lançou um olhar significativo ao seu empregador. - Eu lhe assegurei depois da nossa discussão esta tarde, que não poria minha mãos em sua filha.
-- Bem? Isso é exatamente verdade. - disse Ela de súbito ciente de como tudo aquilo poderia trabalhar a seu favor. - Vc me beijou. Não pode negar. - Ela curvou os lábios num sorriso cativante. - Lembra-se? Beijoi-me na sorveteria na frente de todas aquelas pessoas. Depois no teatro beijou meu ombro... E meu pescoço. E me segurou nos seus braços e...
Dulce arrastou a voz augestivamente. Seus olhos brilharam triunfantes, enquanto a face de Alfonso adquiria um tom pálido, e a de Fernando, púrpuro. Agora Fernando sería obrigado a deixá-los casar e ela ficaria livre da sua autocracia para sempre!
O paí ergueu-se com um baque o punho sobre o tampo da escrivaninha.
-- Sr. Herrera! isso é intolerável!
-- Senhor sua filha distorceu os fatos. - Alfonso sentia-se como um homem pego em uma armadilha de urso.
-- Ousa acusar minha filha de mentirosa!? - Os olhos castanhos de Fernando tornaram-se Vermelhos de raiva.
-- Não deixe por menos Papá. - incitou ela, feliz com a reação do pai.
Alfonso não sabia mais de que lado ela estava. Fernando o agarrou pela camisa e berrou junto a sua face:
-- Tirou a virgindade da minha menina, seu salafrário!
-- Não, Não senhor. Não fiz nada disso! - era a primeira vez que precisava se defender sem ser culpado e entrou em choque. - Eu... Eu sou completamente inocente.
-- Papai não o mate! - gritou, vendo que seu pai estava a beira de cometer uma insensatez.
Nesse instante, Blanca abriu a porta do escritório.
-- Fernando! Pare com isso agora mesmo. - ela deu alguns passos à frente, com seus olhos castanhos flamejando, bateu nas costas e soprou-lhe a face rubra de raiva.
Apenas o fato de saber que quelquer coisa poderia restabelecer a paixão por uma mulher que se escondia sob a máscara de frieza durante os últimos dezesseis anos fez Fernando estacar.
-- Blanca. - disse num tom rouco.
-- Fernando, não pode matar este homem! Se ele se aproveitou da inocência de nossa filha é muito tarde para violências.
Nesse momento, Dulce pegou Alfonso se dirigindo, furtivo em direção a porta. Se não fosse rápida, ele partiria e ela se culparia para sempre. Não podia se casar com o capataz do pai e passar o resto de seus dias em Virginia City! Percebendo que estava agindo de modo errado, apressou-se e segurou ele pelo braço.
-- Esperem! Papai, mamãe, Alfonso não me seduziu. - disse apressada. - Sei como é fácil chegar a essa conclusão, mas... Acho que fiquei entusiasmada muito depressa, por que sabe como é... Alfonso me pesuadiu a me casar com ele e...
-- Depois de tudo isso? não. Eu retiro minha oferta. - Poncho a interrompeu, tentando livrar o braço.
Mas Dulce o segurou com mais tracidade.
-- Ele me beijou na sorveteria depois que consenti em me casar com ele.
-- Oh meu Deus! Comprometida em público! - murmurou Blanca.
-- Mandaremos chamar o padre Manogue pela manhã. - anunciou Fernando, parecendo inmensamente aliviado. - Fico feliz que esteja preparado para fazer a coisa certa, Alfonso.
-- O senhor sabe que não sou o tipo que nasceu para o casamento. - argumentou, esperando a qualquer momento se tornar um ex-empregado. - Mas mudei de ideia.
E realmente havia mudado! Aquele não era o tipo de familia com a qual gostaria de se envolver. Por que? Oh Deus, por que não tinha ouvido o conselho dos pais e se estabelecido nas terras de Wexford?
-- Tendo ou não abusado da inocência de minha filha ela esta seriamente comprometida. - Fernando alcançou uma caixa e retirou um charuto. - Deus sabe quantas pessoas nesta cidade viram vcs namorando.
...
É Alfonso Herrera Rodríguez se ferrou!
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Casamento Por Acaso
Storie d'amoreNevada, 1864. Um Casamento de Mentira... Uma Paixão de Verdade... -- Mimada, linda e esperta, Dulce María Espinosa Saviñon concorda em se casar com alguém que se encaxe nos padrões exigidos por seu Paí: "Um Homem de Verdade", Que ñ tem medo...