Capítulo: 7

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-- Outra cerveja, meu bom homem. - Poncho enpurrou o copo para ser reenchido, embora seus bolsos estivessem vazios. - Ponha na minha conta. - acrescentou.

O velho Piter arqueou a sombrancelhas.

-- Não vendo fiado, rapaz. - falou e Poncho deu de ombros e sorriu.

-- Que tal eu entreter os seus clientes com algumas cenas de Hamlet? Ou quem sabe, de Romeu e Julieta? - sugeriu. - ou prefere um pouco de poesía?

-- Ah, vc se imagina um ator não é?  - Piter deixou o pano de polir sobre o balcão e gesticulou para o segurança. - Mostre a este sujeito como tratamos os atores por aqui Erick.

Poncho observou. Um segundo depois, fechava os punhos para evitar que suas feições finamente cinzeladas e que haviam conquistado o coração de tantas mulheres fossem arruinadas.

No momento seguinte, viu-se erguido do chão. Deus que humilhação! Odiava ter um desempenho tão desastrado, em especial diante de uma platéia subumana.

O segurança o empurrou para a rua através das portas de vai-vem. Escorregando ao Longo de um poste, Poncho caiu sobre uma pilha de excrementos de cavalo.

Reclinou-se para trás e respirou fundo. Deus, em que chiqueiro sangrento havia se transformado a sua Vida!

Rindo feito louco, sentiu a cabeça latejando. E por falta de coisa melhor para fazer, desmaiou calmamente.

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...

Na Mansão Espinosa:

Um sorriso de vitória anticipada curvava os lábios róseos de Dulce. Seus olhos cramejaram lindamente com o calor da batalha.

-- Nunca falei tão sério em toda minha vida! - assegurou.

Bufando como um Velho touro irritado, fernando praquejou Baixinho. Então, Dul queria fazer jogo duro, não é? Bem, ele nunca recusara diante de um desafío Na vida.

Casar-se com um bebado francamente!

Recusava-se a ser passado para trás. Se deixasse a pequena irascível fazer o que queria, por certo não demoraria muito a exibir um anel de Stokes no dedo, o que significaria lhe dar netos inferiores. Herdeiros inúteis eram o que seriam!

-- Tem certeza que é isso que quer? - indagou, dando à filha uma última chance de voltar atrás.

Dulce pousou a mãos nos quadris e ergueu o queixo.

-- Absoluta! Conduza-me querido papai, para que eu possa conhecer o homem dos meus sonhos.

-- Tudo bem. Vamos em frente!

Segurando o braço da filha com firmeza, Fernando tirou-a da Sala de estar com movimentos bruscos, fazendo-a tropeçar no tapete do corredor.

-- Espere papai! - Ela gritou, tentando recuperar o equilibrio. Estava apoiada apenas em um dos joelhos, sob a volumosa saia azul e ás pontas do manto.

Fernando estacou, esperando que a filha tivesse desistido daquela ideia maluca. Afinal investira demais nela.

-- Maldição Dulce María!

--Tire suas mãos de mim! - Vociferou ela furiosa. Citando o paí com despreso, endireitou-se e ajeitou ás vestes. - Pronto! Tenho certeza de que quem quer que venha a ser meu marido ficará mais interessado em casar comigo se eu estiver apresentável.

--Isso tudo é ridículo! Vc é cabeça dura e uma...

--Mulher inútil! - concluiu ela. - Não é mesmo papai? - Dulce pôs a mão na maçaneta e abriu a porta. - Bem, o que estamos esperando? Pensei que estivesse com pressa de me ver casada.

Fernando rosnou uma advertência.

-- Dulce...

Mesmo tremendo na base, Dulce percebeu que não tinha outra escolha a não ser engolir o orgulho e marchar porta a fora.

Fernando bateu a porta atrás de si. Jamais se sentira tão irritado em toda sua vida. Estava sendo desafiado pela própria filha! Como uma fedelha ousaria ir de encontro a todos os valores de decência e bons costumes que ele e a mãe haviam lhe ensinado?

-- Muito bem já que vc ensiste... - agarrando-a pelo braço, dirigiu-se ao centro da zona comercial.

-- Claro que o Senhor sabe que isso vai lhe custar muito caro. - disse ela Enquanto corria para acompanhar o ritmo das passadas largas do pai.

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Casamento Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora