Mansão Espinosa:
-- Papai e eu estávamos discultindo sobre a diferença entre mulheres inúteis, mas respeitavéis, e mulheres de vida fácil. - Dulce explicou à mãe, aproveitando a oportunidade para provocar o paí mais uma vez.
-- Blanca, eu lhe disse que ficasse lá em cima. Quero discultir o futuro de nossa filha a sós com ela.
-- Fernando eu ouvi gritos. - contestou Blanca. - Naturalmente que me preocupo com a segurança de Dulce.
-- Está com medo que eu adeixe roxa de pancadas, hein? - perguntou ele, dando um passo a meaçador na direção dela.
-- Não!, não. Claro que não. - respondeu Blanca de pressa. Apesar de suas diferenças, ele sempre a tratara com extrema bondade. - não pretendi insinuar coisa alguma.
- Não, mas conseguiu colocar minha própria filha contra mim. Bem agora que esta aqui pode ouvir oque tenho a dizer. Senti-se.
Obediente, a esposa se sentou ao lado de Dulce, que aparentava qualquer coisa menos submissão.
-- O que pode querer de nós nesta cidade mineira primitiva? - perguntou Blanca, ressentida.
--Pretendo ver nossa filha casada com um homem de verdade, não com esses janotas dos subúrbios de Chicago. Alguém que não seja um parasita.
-- O quê!? - Blanca o fitou horrorizada e então desviou o olhar para Dulce do mesmo modo.
-- Vc me ouviu. Pretendo conseguir netos desta novilha inútil.
-- Novilha inútil! É isso que me considera papai!? - perguntou em um tom pouco amável, como se estivesse pronta pra iniciar uma batalha.
- Vc não passa de uma pirralha mimada. - afirmou. - Mas não culpo apenas sua mãe por isso. Uma moça cabeçuda como vc precisava de uma mão forte de um paí para educá-la.
-- Já que me considera uma novilha inútil, sabe muito bem que não vai conseguir que eu me case com qualquer um contra minha vontade.
-- Conheço vários jovens aqui em Virginia que seriam bons maridos pra vc. Meu Capataz Aaron Días é um deles.
-- Esqueça isso papai
Fernando caminhou na direção da filha e em uma demonstração de força, suspendeu-a em pleno ar, a fim de que ela entendesse as desvantagens de sua opinião como Mulher.
-- Coloque-me no chão agora mesmo papai! - Percebendo que aquele não era o melhor método de enfrentá-lo, Dul abaixou a voz alguns decibéis. Quando seus pés tocaram o tapete, ela começou a barganhar. - Tenho certeza de que podemos discutir o assunto como dois adultos civilizados.
-- Não há nada para discutir. - disse ele. - Recuso-me a ter um genro vagabundo. Vc poderá escolher entre um dos meus sócios.
-- E se eu disser "Não"? -perguntou ela docemente.
--Então eu mesmo escolherei.
--Bem, papai gostaria de lhe fazer uma sugestão. Presumo que ache que qualquer homem em Virginia City é melhor duas vezes que Paco Álvarez certo?
-- Três vezes melhor.
-- Então, por que não vamos até o centro da cidade conhecer seus amigos? - Surgeriu ela. - Quando mamãe e eu chegamos notei que metade da população masculina estava bêbada em frente às tavernas.
-- Dulce María! - advertiu o pai, estreitando os olhos.
-- O que estamos esperando? - insistiu ela. - Evidentemente, minha educação foi bastante negligenciada. De acordo com o senhor, nunca conheci um homem de verdade. Eu obedeço, papai. Escolherei um marido nas fabulosas ruas desta cidade e me resignarei com o meu destino.
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Casamento Por Acaso
RomanceNevada, 1864. Um Casamento de Mentira... Uma Paixão de Verdade... -- Mimada, linda e esperta, Dulce María Espinosa Saviñon concorda em se casar com alguém que se encaxe nos padrões exigidos por seu Paí: "Um Homem de Verdade", Que ñ tem medo...