-- O que há de errado? Está doente? - perguntou e ele arqueou uma sobracelha.
-- Pareço doente?
-- Não...
-- Não, estou doente, Dul, mas apenas paralisado, maldição!
Os olhos dela se arregalaram, já que o marido parecia são e forte. Na realidade, duvidava que algum homem na face da terra se assemelhasse a ele em perfeição física.
-- Consequência do senso de humor sádico de Jigger e da minha própria estupidez. - prosseguiu ele, dobrando uma perna com cuidado. - Hoje usei músculos que não sabia possuir.
-- Oh! - exclamou ela.
Era evidente que o marido se encontrava mais vunerável do que ela imagina. Por fim teria Alfonso Herrera em suas mãos. Quanto tempo havia sonhado com aquele momento? As posibilidades de vingança incendiaram sua imaginação.
-- Pobre homem. - ela sussurrou. - Então, teve um dia ruim. Posso ajudá-lo de alguma maneira?
Devagar, Poncho forçou uma posição mais vertical na banheira.
-- Poderia me dar aquela toalha?
-- Seu desejo é uma ordem. - disse ela indo pegar a toalha. Poncho se agarrou ás laterais da banheira e fez uma careta.
-- Precisa de ajuda pra sair? - perguntou ela.
Teimoso, Poncho sacudiu acabeça em uma negativa. Tinha os músculos tão enrijecidos que mal podia dobrar as pernas. Havia serrado troncos enormes por dez horas seguidas, tirando apenas um intevalo curto para o almoço. Ao terminar de jantar, todos seus músculos e juntas doiam terrivelmente.
Dul pegou uma garrafa de uísque no fundo da cômoda, com a mente funcionando a todo vapor. Ela o mataria suavemente. A final, depois de tudo que ele lhe fez, era o mínimo que podia fazer.
Ela colocou um pouco de bebida em um copo e entregou a ele.
-- Beba. Isso fará vc se sentir melhor.
E de fato, fez. Alguns momentos depois, camuflado pela toalha, Poncho ergueu, desajeitadamente, seu corpo definido para fora da banheira.
-- Devo ter perdido o juizo. Esse tipo de trabalho é pior que qualquer penitência de um monge louco. - gemeu. - Pelo que me lembro há maneiras mais faceis de ganhar dinheiro.
Ela conteve um sorriso. Nunca havia visto ele tão miserável!
-- Vc apenas se excedeu um pouco, Poncho. Amanhã estará melhor.
-- Sim. Se eu sobreviver até lá
Rigido e mancando, permitiu que ela o ajudasse a alcançar a cadeira mais próxima.
Estava completamente pelado, com exceção da toalha em volta da cintura.
Contudo em seu estado atual, ele era inofensivo, fato esse que fez Dul sentir um friozinho no estômago.
Testando o quanto podia ir adiante, ela pegou uma toalha pequena e lhe secou os cabelos. Ele se redeu às suaves habilidades daquelas mãos, fechando os olhos e deixando escapar gemido de gratidão.
-- Posso fazer isso sozinho. - murmurou ele.
-- Depois de um dia tão árduo? Tolice. - Entusiasmada com sua tarefa, ela ajoelhou-se e exugou-lhe as pernas com a toalha. Secou-o até mesmo entre os dedos dos pés. Então subindo devagar, o lhou pra ele esperançosa, como se aguardasse seu próximo comando. - Gostaria que eu lhe trouxesse um ropão?
Ele assentiu com a cabeça, com a mandíbula retasada de dor, e alcançou um ungüento sobre a mesa.
-- Oh, deixe-me ajudá-lo. - insistiu ela. Com gesto ágil, destampou o pote e enrugou o nariz ao sentir o forte odor. Colocou o roupão do marido no espaldar da cadeira, espalhou a pomada nos ombros dele e masageou o músculo exaustos.
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Casamento Por Acaso
RomantizmNevada, 1864. Um Casamento de Mentira... Uma Paixão de Verdade... -- Mimada, linda e esperta, Dulce María Espinosa Saviñon concorda em se casar com alguém que se encaxe nos padrões exigidos por seu Paí: "Um Homem de Verdade", Que ñ tem medo...