O Casamento

47 1 0
                                    

- Eu queria discursar após a cerimônia, o que acha? - Passo as mãos pelas laterais do vestido que usava

Diferente das outras damas o meu vestido era especial, contando apenas com um detalhe, a fenda em sua lateral. Ele era lilás, como o pedido da noiva, longo e com a abertura do início da coxa em diante onde formava um short curto e com as alças caídas nos ombros. Simplesmente perfeito!

Me sento na cadeira de madeira no quarto e fecho os olhos.

- Por que não fala durante a cerimônia? - Lea me maquiava - Sua mãe adoraria a surpresa.

- Será? - Abro um dos olhos

- Se não ficar quieta irei borrar tudo! - Adverte brava - Ela vai se emocionar tanto. - A olho rapidamente - Mais do que o normal. - Acrescenta

- Sim, ela vem estado tão sensível ultimamente. - Comento

- Coisa de noiva. Terminei. Está linda. - Sorrio novamente em frente ao espelho contente com a minha imagem refletida no mesmo

- Vou ajudar a minha mãe com a Anne, daqui a pouco volto. Não demore.

- Tá. - Dou de ombros vendo-a sair do quarto

- Será que a minha mãe tem algum acessório que eu possa usar? Quero algo dela para complementar o meu look. - Falo sozinha entrando em seu quarto - Mãe? - Estava vazio.

Procuro em sua penteadeira, vasculho seu porta jóias, até encontrar uma caixa na parte de cima do guarda roupas. Pego-a e abro a tampa da caixa de madeira, haviam diversos papéis e fotografias. Afasto os papéis ao ver um adereço brilhante do qual chamou-me a atenção, mas nada prendeu tanto minha atenção quanto um laudo médico com o nome de minha mãe. Passo os olhos pela folha de duas páginas assinado pelo doutor Max Bougie.

Pelo que eu me lembre, a minha avó é quem passa com ele.

Ok, diagnóstico..

- Makayla! - Me assusto soltando os papéis que caem de volta na caixa. Ian estava parado na porta

- Ian, oi.. O que houve?

- O que você está fazendo?

- E-eu vim pegar isso. - Levanto uma presilha, o adereço brilhante.

- Aham. - Se aproxima - Já terminou?

- Já.

Ele guarda tudo em seu devido lugar

- Está pronta? Saímos em menos de cinco minutos.

- Sim, onde está minha mãe?

- Sasha e as outras madrinhas estão a ajudando com o vestido e a maquiagem no quarto de hóspedes.

- Posso vê-la?

- Claro. - Me dá passagem

Fecho a mão apertando a presilha, foi por pouco. Respiro aliviada e abro a porta do último quarto.

- Mamãe? - Vejo diversas pessoas em cima de si, que estava sentada em uma cadeira branca. Sua maquiagem era retocada e o seu cabelo novamente arrumado, um coque alto com uma flor e o véu.
Simples e delicada.

- Macki? - Estende uma das mãos da qual seguro, sendo retribuída com o carinho que lhe faço

- Mãe, você está lindíssima. - Ela sorri abrindo os olhos

- E olhe você, esse vestido lhe caiu como uma luva. - Me faz girar no quarto - Tão linda.

- Meu Deus, olhem a hora, precisamos ir! Vamos. - Todas começam a sair

- Espera! - Minha mãe grita quando nos afastamos - A Macki já vai, podem ir indo na frente.

Ao ver a porta fechada, ela aponta para o seu lado na cama no qual ocupo me sentando.

- Hoje é um dia especial para nós três certo? - Assinto - Se você achar que não vai se dar bem com o Ian e quiser que eu termine tudo, eu nem me dou ao trabalho de sair daqui.

Estranho a sua fala

- Não, mamãe. Eu gosto do Ian, de verdade. E quem tem que decidir se ele é ou não a pessoa ideal para você é você mesma, ou não?

- Eu quero o ideal para nós duas. Você o aceitaria como.. "Pai"?

- Ele não irá substituir o meu pai verdadeiro, aliás, ninguém vai. Então sim, como o seu marido, eu o aceitaria.

- Obrigado por me apoiar, filha. - Me abraça - Eu te amo.

- Eu te amo também, mãe. - Sorri

- Makayla!

- É melhor eu descer se não a tia Sasha me mata!

- Certo, nos vemos na igreja.

- Até lá, mãe.

Saio lhe dando mais um abraço, entro no carro e nos encaminhamos à igreja central de Britton City.

Ao chegarmos e sermos recebidos por familiares, cada madrinha se posicionou em seu devido lugar enquanto aguardava. Eu conversava engatada em um assunto aleatório com o meu pai, esperando a minha chamada.

- Makayla, já vamos começar. - Sofia, a mulher que cuidava de todos os preparos do casamento, me chama

- Certo, até depois, pai. - O abraço
Saio da igreja pela porta dos fundos, logo em seguida os convidados foram chegando, um a um.

O padre já estava posicionado, e tudo estava perfeito. A decoração repleta de flores de diversas cores e nomes. Desde violetas e girassóis à orquídeas e as clássicas rosas.

Ian estava à nossa frente mexia de modo repetido e nervosamente as mãos. Ele entraria sozinho, disse que não tinha contato com a família por conta de uma briga antiga.

- Oi. - Me viro ao sentir alguém me cutucar

- Oi. - Sorrio

Matthew seria o meu par naquele dia.
Minha mãe não poderia ter escolhido pessoa melhor para me acompanhar. Eu estava meio apreensiva e Matt melhor do que ninguém sabia como me tranquilizar, diante de tantos familiares, amigos e conhecidos dos noivos.

- Garotos, primeiro entra o noivo, logo atrás as madrinhas mais velhas e em seguida vocês. A Marine e a Sabina vem atrás, a noiva e por último o Cody com as alianças. - Sofia nos avisa - Em dois minutos toque a música número quatro do noivo, após a número seis, das madrinhas. - Dizia em seu walk talk.

Nos colocamos em quarto lugar atrás da amiga do Ian, Mônica.

- Estou nervosa.

- Se você está assim, imagine a sua mãe.

- Não está ajudando, Matthew. - Rolo os olhos

- Você está linda, Macki. Vai dar tudo certo. - Beija as minhas mãos

- Eu te amo, Matt. - O abraço

- Eu te amo também, Mackizinha. - Retribui

As portas se abriram e uma melodia suave tocou com a nossa entrada. Seguro no braço do meu amigo e entramos seguindo os demais. Eu sorria timidamente para os meus parentes mais próximos, acenamos para Angie que estava acompanhada dos pais em um vestido verde água longo.

Nos colocamos de um lado as madrinhas e do outro os padrinhos, aguardando a continuidade da cerimônia. Marine e Sabina, minhas priminhas de segundo grau entraram jogando flores de uma pequena cestinha que cada uma segurava, ambas tem quatro anos e estavam lindas nos vestidos de dama de honra. Seus vestidos brancos, sapatilhas da mesma cor e coroas de flores complementando-as. Flashs de câmeras fotográficas e de celulares eram disparadas a todo instante, o público estava encantado.

De repente a marcha nupcial se foi ouvida, ecoando por toda extensão da igreja. As portas fechadas voltaram a se abrir e a noiva enfim entrou. A mais bela e elegante noiva. Seu vestido era grande, longo e cheio. Com bastante tecido brilhoso e tule, ombro a ombro, totalmente aberto nas costas, e com mangas transparentes.
Seus olhos brilhavam de emoção e alegria, assim como os meus. Não era um grande dia apenas para ela, eu compartilhava desse sentimento tão especial.

Anything Can Happen Onde histórias criam vida. Descubra agora