Após quase duas horas na estrada, Daring finalmente estacionou em frente a pensão aonde estava hospedado. Ajudou Makayla a descer e a orientou para dentro do local. Cumprimentaram a recepcionista e pegaram a chave após a identificação, seguindo para dentro do quarto.
- Fique à vontade. - Daring sorri vendo-a adentrar o local um tanto acanhada - Quer comer alguma coisa?
- Eu tenho uma bolacha na bolsa.
- Isso por acaso mata a fome de alguém, Macki? Eu só vou tomar um banho e vamos almoçar, me espera?
- Claro. - Responde sem muitas opções
"O que eu faço de agora em diante? Me restam poucas horas e eu ainda não tomei nenhuma decisão. Me sinto desprotegida, sozinha, confusa e percebo uma leve pressão para responder de uma vez ao pedido do Daring, mesmo ele de fato não me cobrando nada. É horrível essa sensação!"
Makayla sequer nota quando Daring sai do banheiro já devidamente vestido e perfumado.
- Vamos? Deve estar faminta, porque eu estou!
Eles almoçaram em um restaurante local, Makayla estava se divertindo, era bom distraír aquela mente perturbada. Daring, após o almoço se ofereceu para lhe pagar um sorvete, em seguida passearam rapidamente por um parque pequeno.
- Sabe.. Esses dias eu andei lembrando, de quando conheci você e suas amigas no restaurante do hotel.
- Até hoje eu me pergunto o que você fazia ali, porque creio que não estava hospedado naquele hotel, ou estava?
- Não. - Ri - Eu estava de passagem. Não me recordo, mas acho que já respondi há essa pergunta. - Balança a cabeça - As minhas origens são bastante humildes, no entanto, o meu padrinho é o dono daquele lugar, desse e de um outro prédio. Ele mora lá com a mulher e a filha. Eu estava de passagem, fiquei durante a tarde toda com a minha priminha, ela é um amor de pessoa e muito apegada a mim.
- Que adorável. Hey, acabo de me lembrar, você não morava no Texas?
- Sim, sim. Mas eu estou de mudança, vou passar uma temporada com o meu padrinho na Califórnia, estou pensando seriamente em mudar de faculdade.
- Por quê?
- Eu estava estudando engenharia civil, mas no meio do semestre comecei a me questionar se era isso que eu realmente queria. O meu padrinho sempre foi um ótimo conselheiro, ele sabe me orientar. Então, ele se ofereceu para me ajudar com todas as minhas dúvidas em relação à faculdade, me dizer sobre os locais onde eu posso ter mais opções e oportunidades. Entende?
- Eu acho legal, sempre é bom conhecer outros lugares e culturas. O seu padrinho parece ser uma boa pessoa.
- E ele é! Mas me conta, como está a sua perna?
- Ahm? Ah, ótima. Já faz meses desde o incidente, eu estou bem melhor. Obrigado pela preocupação.
- Eu sinto o dever de cuidar de você, minha irmãzinha. E até hoje me culpo por aquele acidente. Tantas lojas e eu fui burro o suficiente para levá-las para dentro de um hotel..
- Você não sabia que aquilo aconteceria, poderia ter sido em qualquer outro lugar. É uma "casualidade", a culpa não foi sua! Quantas vezes eu vou ter que repetir?
- O problema é que não é isso que eu sinto. E também.. Bem.. Ainda me lembro das palavras maldosas dos seus amigos, especialmente daquele loirinho..
- Enzo?
- Não..
- Lorenzo?
- O outro.
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Anything Can Happen
Ficção AdolescenteDepois da morte da mãe e a privação de acompanhar o funeral, Makayla pensou que nada mais pudesse surpreendê-la, até ser mandada sem aviso prévio para um dos internatos mais caros da região. Mas os problemas só estavam começando. *Sinopse Atualizad...