Solo Triplets

Estúdio

Viam na tv o quanto a situação estava ruim em Chicago e o medo de que a nevasca chegasse em Nova York era real. Todos tinham voltado a trabalhar por mais que o frio reinasse, mas não poderiam deixar de ganhar dinheiro, a situação poderia se apertar a cada momento. A verdade era que até o prefeito de Nova York não sabia muito bem o que fazer, o estado de calamidade do estado de Chicago assustava, mas não havia nada que pudessem fazer, a não ser esperar que o bom tempo voltasse.

- Benny, vem me buscar... - Disse baixinho.

- Vy! O que foi que aconteceu?! Alguém te machucou?! - Ben parecia nervoso. - Fala comigo, amor!

- Benny, não... Eu tô muito triste, por favor, vem rápido... - Suspirava tristemente.

Ivy tinha saído do trabalho, mas estava muito abalada e Ben tinha ido buscá-la onde estava, chorava sem poder segurar seus soluços e lágrima, algo muito ruim tinha acontecido, tudo ainda tinha combinado para que estivesse em seu período, o que deixava as coisas bem mais emocionais e desesperadas.

À frente da loja, viu Ben vir rapidamente depois de largar do trabalho, parecia apressado, vinha carregando sua mochila e usava um denso casaco que o fazia parecer ter duas vezes o próprio tamanho. Ben a segurou logo o rosto e Ivy desabou nas mãos dele, o mirava com grandes olhos penosos e cheios de lágrimas, o nariz ea boca bem vermelhos, fungava e soluçava fazendo Ben ficar cada vez mais triste por ela, odiava ver Ivy chorar, odiava de todas as formas.

- Vy, que foi, meu amor? Por favor, me conta... - Ben a segurava bem perto de seu rosto.

- Benny, o Cleiton morreu... - Falou quase que com dor. - Ele não aguentou mais viver...

- Oh, meu bem... - Ben a trouxe gentilmente para seu peito. - Eu sinto muito por isso, por favor, não chore, o Cleiton tá em um lugar melhor agora!

- Eu sei, Benny, mas a gente lutou tanto por ele! - Ivy o mirou o rosto e Ben a fez carinho nos cabelos. - A gente fez tanto pra que ele conseguisse viver, foi abandonado tão cedo e de forma tão agressiva! Ninguém merece morrer desse jeito, Benny, ninguém!

- Eu entendo você, amor, entendo totalmente... - Ben suspirou.

Ben ficou pacientemente com Ivy em seus braços durante um tempo, não se importava se estavam na frente da loja ou em pé, iria dar todo conforto e suporte que sua mulher necessitava, afinal nem tudo eram flores sempre. Fez carinho nos cabelos dela e suspirou sentindo o doce aroma que tinha, Ben pensou no tanto de situações que o deixavam triste igualmente, tinha lembrado de uma data específica a qual o cachorro que tinham quando criança havia morrido, chamava-se Chewie.

- Vy, eu lembro quando meu doguinho morreu... - Ben disse pensativo apoiado na cabeça dela. - Foi um dia tão triste pra mim e meus irmãos, principalmente pra papai, ele amava aquele bicho... Eu lembro que chorei tanto, tanto, como você, mas mamãe veio até mim... Ela me disse que cães vivem menos, pois nascem sabendo amar, coisa que levamos a vida toda pra aprender...

- Mas, Benny, Cleiton era um gato! - Ivy disse o mirando com olhos cheios de lágrimas.

- É?! - Ben a mirou surpreso. - Bem, vale do mesmo, Vy, gatos também sabem amar muito, são muito fiéis e fortes! Eu sei que Cleiton tá olhando por você de onde ele tá, meu bem! Não chore tá certo?

Ben passou suas mãos no rosto de Ivy desmanchando o caminho de lágrimas que havia feito, a sorriu tão gentilmente, tão esperançoso que Ivy teve certeza que tudo ia ficar bem.

- Não gosto de te ver chorar... Que você acha de um bolo de chocolate? - Perguntou animado. - Você parece um pouco emotiva demais...

- É que juntou tudo, Benny, eu sei que tô uma porcaria, me desculpa... - Chorou.