Capítulo 12

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Kyle estava sentado no fundo da sala. Duas mulheres estavam agarradas nele, enquanto outras dançavam para ele. Não sabia o que estava sentindo aquela hora. Minhas mãos estavam frias e minha boca seca. Meu coração bombeava forte, mas não sabia se era porque estava tão perto dele ou porque estava morrendo de ciúmes daquelas mulheres. Eu sabia que ele tinha mudado e não era mais aquele menino romântico de antes. Cada dia era uma polêmica diferente, mas eu ainda o amava. Ele ainda era meu ídolo e eu ainda estava pirando por estar tão perto dele.

— Você está querendo amputar meu braço? - Angie me tirou do transi e vi que estava agarrada no braço dela.

— Desculpa.

— Mas que droga, achei que ia estar cheio de cara gato e rico, mas só tem mina doida para dar o golpe da barriga. - ela zombou rindo, mas de repente ficou séria. - É... Eu vou... É... Ah, foda-se. - ela saiu e eu não entendi nada, mas olhei para trás e meu coração parou.

Kyle estava a um passo de mim. Eu morri por um segundo e depois voltei, mas meu corpo não voltou, porque fiquei parada como pedra. Então ele sorriu, aquele sorriso perfeito que só ele tinha, que eu olhava todos os dias na parede do meu antigo quarto e que me fazia feliz nos piores momentos. Sorri de volta involuntariamente e provavelmente exagerado demais, porque só faltava eu explodir confete de tão feliz que estava. Tive que me controlar demais para não gritar e chorar feito louca, porque naquele momento eu só queria agarra-lo e não soltar nunca mais.

— Qual seu nome? - aproximou-se mais.

— É... - Merda, qual era meu nome mesmo? Ah... - Alicia.

— Você é gata.

Ele estava tão próximo que podia sentir seu hálito no meu rosto. Podia sentir cada veia do meu corpo pulsando loucamente, mas se interromperam quando ele colocou as mãos na minha cintura fazendo meu coração parar por um segundo.

— Obrigada. - sussurrei já que não tinha nem forças para falar.

Seu olhar era tão penetrante que tive desviar o olhar, mas quando voltei ele encava minha boca. Não tive nem tempo de prestar atenção no frio que surgiu na minha barriga porque ele foi substituído por completa surpresa quando senti seus lábios nos meus.

Fiquei alguns segundos parada, ser acreditar no que estava acontecendo. Agora sim tinha certeza que estava sonhando. Estava nervosa, chocada e explodindo de alegria, tudo ao mesmo tempo, mas só ignorei e comecei a beija-lo como se não houvesse amanhã. Antes que minha mãe me acordasse e saísse desse sonho maravilhoso. Nem sentia meus pés no chão, parecia que estava flutuando e que tinha um tornado dentro da minha barriga.

Ele mordeu meu lábio, fazendo um choque percorrer meu corpo e cada centímetro da minha pele se arrepiar. Nosso beijo foi ficando mais rápido e desesperado. Sentia tanto calor que não ficaria surpresa se descobrisse que aquela sala estava em chamas. Mas meu paraíso acabou quando sua mão foi perigosamente para a minha coxa.

— Eu... eu tenho que ir. - disse, ou pelo menos tentei já que só saiu um embolado de palavras que misturado com a música alta ficaram praticamente inaudíveis.

Ele não se interrompeu, só desceu seus lábios para meu pescoço e eu continuei estática. Uma parte de mim se deleitava com seu toque enquanto a outra estava paralisada com medo do caminho que aquilo estava levando. Cada vez que sua mão subia mais minha respiração ficava mais pesada, mas não por uma boa razão. Só conseguia lembrar do último cara que eu deixei se aproximar dessa maneira.

Minha mente já estava tão tomada por flashbacks, que quando ele agarrou minha bunda sem nem pensar eu dei uma joelhada no meio das suas pernas. Ele me soltou caindo no chão de dor. Estava tão perdida em tudo que estava acontecendo que não consegui formular uma palavra sequer ou me desculpar e quando vi que um segurança estava se aproximando corri para a escada.

A única estrela no meu céu [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora