Capítulo 30

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⚠️ Contém temas sensíveis que podem servir como trigger para algumas pessoas.

— Noite difícil? - Jake se sentou ao meu lado.

— Tão óbvio assim? - sorri fraco e ele sorriu de volta. - Mas e você? O que está fazendo aqui?

— Bom, vamos dizer que eu estou gostando dessa festa tanto quanto você.

— Eu não me encaixo nesse tipo de vida. - apontei para uma das meninas que dançava bêbada encima de uma mesa até que ela caiu.

— Sério? Eu acho que seu nível de equilíbrio é bem igual.

— Tudo bem nessa parte você está certo. - ri.

                  Isso porque ele não me vê todo dia, senão saberia que o derrubar a bandeja espirrando café para todo lado foi só um mico comum que já paguei.

— Eu até achava que eu era desse tipo de vida, mas não parece ter a mesma graça de antes.

— É a Angie deu sorte. - pensei alto, mas quando o olhei, seus olhos escuros fitavam suas mãos e seu sorriso simpático já tinha sumido do seu rosto. - Aconteceu alguma coisa?

— Não. Quer dizer, sim. Não sei. - esfregou as mãos no rosto. - Eu e a Angie... A gente não tem mais nada.

— Sinto muito! Eu não sabia. Eu... Droga, eu quase nunca abro a boca, mas quando faço sempre sai merda.

— Não! Está tudo bem. - ele abriu seu sorriso acolhedor de novo. - A culpa foi minha. Eu nem tenho o direito de falar que nós terminamos, porque nem tinha o que terminar. Ela deixou claro que não era algo sério. Eu só... Sei lá... Achei que depois de um tempo ela me veria diferente, que me daria uma chance. Talvez foi aí que errei. Acho que a pressionei demais. Quando a pedi em namoro ela surtou e quis cortar qualquer tipo de relação comigo.

— Você pediu ela em namoro?! - repeti sem conseguir esconder minha surpresa. Imagino a cara da Angie quando isso aconteceu.

— Pedi. Ontem, enquanto jantávamos juntos. Quando dei o buquê de flores vi que ela ficou meio desconfortável, mas não imaginava que chegaria a tanto.

                       Que fofo ele até deu flores para ela! Não entendo qual o grande problema para a Angie se entregar logo a ele. Ele é tão gentil e simpático. E é bem óbvio os sentimentos dele por ela. Agora fazia sentindo porque ela dormiu na república dos meninos.

— É... Não sei nem o que dizer. A Angie tem uma personalidade forte e quando ela bota algo na cabeça nada nem ninguém pode fazê-la mudar de ideia. Não quero te dar falsas esperanças, mas não acho que você devia desistir dela. Acho que ela só precisa de tempo, porque você já conseguiu mudá-la um pouco, mas quando é muito de uma vez ela vai se fechar mesmo. Então acho que no fundo ela quer, mas não acha que está pronta. Eu diria não crie expectativas demais, mas também não desista logo. Quer dizer, você que sabe. Eu não sei, sou péssima com conselhos. Desculpa.

— Não. Você está certa. Obrigado! - ele me abraçou de repente e eu levei um susto, mas o abracei de volta, mesmo isso sendo muito estranho. - Sério, muito obrigado!

— De nada. Eu só quero o melhor para a Angie.

— Mas e você? Não estava com cara de quem só estava admirando o céu.

— É, mas não foi nada demais. - ri sem graça.

— Tem certeza? Você me ajudou, o mínimo que eu posso fazer é tentar fazer o mesmo.

— Obrigada, mas não tem nada que você possa fazer. - quase automaticamente passei meus olhos pela multidão para ver se ele tinha voltado. - Mas está tudo bem. - completei mais para mim mesma.

A única estrela no meu céu [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora