Capítulo 33

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POV Kyle

— Até quando eu vou ficar aqui? - resmungou.

— Depende. Como você está se sentindo?

— Hm... Molhada?

— Não. - ri enquanto ela ainda me olhava confusa. - Você consegue levantar? - ela assentiu com a cabeça.

                     Estendi o braço ajudando-la a sair da banheira. Ela estava cheia de espuma, então a levei para o chuveiro. Ela conseguia ficar de pé, mas como o chão estava escorregadio por causa da espuma tive que ficar segurando-a. Ela ficava me puxando para baixo do chuveiro e rindo como uma criança que acaba de aprontar. Não sei de onde tirei toda essa paciência, porque estava até achando divertido.

                     Tive que me concentrar para ficar olhando só para o rosto dela, porque se eu olhasse para baixo, já ia me perder de novo. Assim que saímos ela começou a corar e tampar o corpo com as mãos. Sinal de que o efeito já estava passando. A enrolei na toalha e mandei que me esperasse sentada na quina da banheira, enquanto eu pegava alguma coisa para ela vestir,

— Toma! - entreguei minha roupa. - Você vai ter que tirar isso. Está molhado, você não pode fica com isso. - apontei para sua calcinha e sutiã, fazendo ela corar de novo. - Mas eu espero lá fora. Você consegue fazer sozinha?  - ela assentiu e eu fiquei na porta de costas para ela.

— Não... Não vira.

— Há alguns minutos você estava implorando para eu...

— Não. - ela me interrompeu. - Não precisa falar.

— Já terminou? Você... - antes de eu terminar ouvi um som que já fez parte da minha vida. Virei para vê-la e ela estava grudada na privada vomitando. Bom, pelo menos ela foi na privada, quando eu estava assim não me preocupava nem com isso.

— Não... Não me olha! - ela virou para me empurrar, mas logo voltou para a privada.

— Relaxa! Daqui a pouco você já vai se sentir melhor. Até que demorou para o remédio fazer efeito. - falei enquanto segurava seu cabelo.

— Eu odeio vomitar. - ela reclamou depois de um tempo e sentou no chão se apoiando na privada.

— Lembre-se disso da próxima vez que você inventar de beber tanto.

— Olha quem fala.

— Eu não bebo. - informei fazendo-a me olhar confusa. - Não mais. - completei.

                    Ela se levantou com cuidado indo para pia, lavando o rosto e a boca. Dei meu enxaguante bucal depois que ela continuou reclamando do gosto amargo na boca. Lembrei de quando era eu nessa situação. Só que para tirar o gosto eu tomava mais bebida ainda, até apagar em algum canto da casa. Depois de deixá-la na cama, fui tomar um banho. Pela segunda vez praticamente, porque a Alicia já tinha me molhado inteiro. Tomei um banho rápido, porque mesmo ela já estando melhor ainda estava bêbeda, então não podia deixá-la sozinha. Quando voltei ela já estava dormindo.

                    Não consigo evitar de continuar olhando para ela. Agora dormindo como um anjo quando estava um furacão há apenas alguns minutos. Toda vez que estou com ela é uma explosão de emoções contraditórias que me deixam completamente perdido. Logo no primeiro dia que a conheci sabia que ela era diferente. Ninguém nunca tinha me enfrentado daquele jeito. Claro que fiquei puto, mas acho que o maior motivo foi porque no fundo eu gostei.

                    Normalmente as pessoas são dívidas em dois grupos: os que me amam, que puxam meu saco não importa o que eu faça, e os que me odeiam, que nem me dão a chance de mostrar quem eu sou de verdade. Já ela não se encaixa em nenhum. Ao mesmo tempo que ela não liga para minha fama ou dinheiro e não tem medo de confrontar, ela também não me olha como se me desprezasse ou acreditasse na imagem que fizeram de mim. Essas contradições me deixavam louco. Como ela podia ser tão ousada mas ao mesmo tempo tão tímida? Como eu podia achar ela tão misteriosa mas ao mesmo sentir que já a conhecesse?

A única estrela no meu céu [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora