A única estrela no meu céu [CONCLUÍDA]

Capítulo 51

POV Kyle

                    Ainda não conseguia acreditar que ela fez isso comigo. Todo aquele teatro de menina insegura e inocente, tentando fazer parecer que eu era o cara errado que a trairia, quando na verdade ela que estava fazendo isso. Eu fui tão idiota! Eu sabia desde o início que não deveria me apaixonar de novo. Eu sabia que essa coisa de amor e namoro sempre terminava em decepções e traições. Eu já cai nessa uma vez e fui idiota o suficiente para cair de novo achando que dessa vez seria diferente.

                   Como pude me deixar ser tão vulnerável assim de novo? Deixei ela ir tão longe, deixei ela conhecer cada segredo meu. Droga, até sobre a minha mãe eu contei para ela! Eu ainda a levei para conhecer a minha família, sendo que mesmo com a Megan eu demorei meses para fazer isso. Ela me tinha em suas mãos desde o começo. Para quem jurou não se apaixonar de novo eu fiz isso mais rápido do que em toda a minha vida.

                     Eu fui tão burro que eu nem conseguia sentir tristeza, só sentia raiva, fúria e ódio. Já quebrei tudo o que vi pela frente, mas ainda não era o suficiente, porque eu tinha que quebrar a minha própria cara. Tudo fica passando na minha mente como um filme repetitivo. Ficava lembrando de cada momento que tive com ela e agora sabia que tudo não passava de uma mentira, de uma encenação. A imagem dela saindo daquele elevador com o babaca do Parker todo sem fôlego e sem camisa fazia meu sangue ferver. Eu estava disposto a dar outra chance para ela, mas tudo foi desmoronando cada vez mais. Era como se eu a quisesse tanto, mas ela escorresse pelos meus dedos como areia.

                    Aquelas fotos foram a gota d'água. Elas me desnortearam como um choque de realidade. Vê-la daquela forma, como se nem fosse a mesma pessoa. Como eu pude ser tão cego? Eu já não sei mais o que pensar. Nem ao menos sei quem ela é mais. Se ela conseguiu fingir tantas coisas, não tinha como eu saber se também mentiria sobre de quando eram aquelas fotos. Cada vez que fechava meus olhos eu via seu corpo exposto e aqueles caras sobre ela. Via aquelas malditas mãos a tocando. Tocando a minha doce menina. Porra Kyle, ela não é sua! Nunca foi. Por que mesmo depois de tudo era tão difícil deixar de pensar nela como minha? Não conseguia deixar de me preocupar com ela como se fosse o ser mais delicado e precioso desse mundo.

— Senhor Collins! - um dos seguranças me chamou. - Tem uma menina no portão que quer falar com o senhor.

— Se eu quisesse falar com alguém eu teria liberado a passagem como eu sempre faço, então faça o seu trabalho e a mande embora.

— Eu já tentei, mas ela disse que não sairá até falar com o senhor.

— Porra! Por que eu pago seu salário se eu que tenho que fazer o seu trabalho? - esfreguei aos mãos no rosto impaciente. - Pode deixar entrar. - desisti.

— Sim, senhor.

                      Não queria mais vê-la, mas não tive outra escolha. Não era muito a cara dela vir atrás para discutir alguma coisa, mas o que era a cara dela? Eu já nem sabia mais nada sobre ela. Pelo menos agora eu poderia fazer as perguntas que não deixaram de rondar a minha cabeça desde que sai daquele escritório.

— O que você fez dessa vez? - uma voz feminina gritou ecoando pela casa toda, mas não era a voz que eu esperava.

— O que você está fazendo aqui? - levantei ao ver que era aquela amiga chata da Alicia.

— Achei que você era só idiota, não surdo. Eu já falei porque estou aqui. Eu quero saber que merda você fez dessa vez!

— Eu? - ri sarcástico. - Claro que a culpa tem que ser minha, né? Por que você não pergunta para sua amiga inocente?