Dias depois

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Marta
Já faz uns dias que estou morando aqui, tem sido bem difícil porque cada vez mais Rodolfo implica comigo, quer  mandar em mim, mas pelo menos tenho o André, que é um ótimo amigo, porém Rodolfo nem imagina que converso com ele porque se não já viu né. Agora são 10:30, estou descendo para o estábulo, chegando lá André fala:
- Bom dia Marta, tudo bem com você?
- Tudo sim e com você?
- Estou bem e como anda a vida ao lado do patrão?
- Péssima, como sempre.
- Marta, por que você não foge?
- Eu até queria, mas como? Esse lugar é muito bem vigiado.
- Eu tenho uma idéia.
- Qual?
- O patrão não sabe que eu te conheço né?
- Não, ele nem imagina.
- Então, amanhã tenho que levar algumas coisas para outra cidade, você vai escondida dentro do carro, aí você pode ficar lá em casa até a poeira abaixar.
- A idéia é muito  boa, mas e a minha família? E como fica você, o seu emprego se o Rodolfo descobrir?
- Eu tenho um celular, então ligamos para eles explicando tudo, não precisa se preocupar comigo porque eu não tenho medo e ninguém sabe que nos conhecemos então não tem como descobrir.
- Tenho medo pela minha família.
Ele me abraça e fala:
- Calma, nós avisaremos eles e, também acho que o patrão não faria nada, pois isso é uma carta  na mangá contra você. Você sabe que pode contar comigo né?
  - Sei sim, muito obrigada.
  - Agora a decisão é sua, vou te apoiar independente de qual seja?
  - Ok, vou pensar, agora tenho que subir porque está quase na hora do almoço.
- Tá bom então.
Subo, espero uns 5 minutos Rodolfo chegar, ele chega e diz:
- Onde você estava?
- Aqui em casa.
Na hora ele me puxa e diz:
- Você acha que eu sou burro? Eu acabei de ver você subindo, só vou perguntar mais uma vez.
E ele foi me apertando cada vez mais:
- Me solta, você está me machucando.
- Não vou te solta enquanto você não falar a verdade e você acha que eu não sei que a senhorita está saindo todas as manhãs? Me contaram viu.
- Eu vou passear pela fazenda, quem é o fofoqueiro? Melhor dizendo fofoqueira, chamada Caroline né.
- Não interessa quem contou, o que quero saber é o que você está fazendo?
- Já disse o que estou fazendo, o problema é essa mulher intrometida, por que você não me liberta e fica com ela?
- Porque paguei por você, ela eu tenho de graça e porque agora você é minha, entendeu? Só minha.
Ele fala isso e me beija. Quando eu estava prestes à corresponder, ele me solta, onde eu estava com a cabeça? Beijar esse embuste, credo:
- Dá para parar de me beijar?
- Não, você é minha mulher. E agora pensando bem, você vai passar a dormir comigo, te dou até amanhã para levar suas coisas para o meu quarto.
Nessa hora eu me desespero, não quero ter nada com esse homem:
  - Não, não faz isso comigo, eu te pedindo por tudo que é mais sagrado.
- Eu já disse, te dou até amanhã, eu paguei para você ser minha mulher e não um enfeite, agora vamos almoçar porque tenho que voltar a trabalhar.
Com medo dele fazer algo, eu apenas me sento, mas não almoço, até que Maria aparece e diz:
- Menina, você não vai comer?
- Não Maria, perdi o apetite.
Quando Rodolfo diz:
- Deixa ela Maria, quem vai morrer de fome é ela.
  Maria sai e eu falo:
- É melhor morreu de fome, do que ficar ao seu  lado.
- Não ligo para às suas palavras, se você acha que com sua birras vai me fazer mudar de idéia está enganada.
- Não é birra, você já tem a Caroline, pra quê fazer isso comigo?
- Porque eu quero, não vou mais discutir sobre isso, minha decisão está tomada, você fez até eu perder a vontade de comer, com licença que vou voltar a trabalhar.
O desespero está tomando conta de mim, então resolvo ir falar com André. Chegando lá ele percebe que não estou bem, me abraça e eu não consigo segurar às lágrimas. André já sabia de toda a verdade sobre meu casamento, minha família...Depois de um tempo, eu me acalmei e ele perguntou:
- O que aconteceu?
- O Rodolfo.
- O que ele fez?
- É melhor perguntar o que ele vai fazer.
- O quê?
- Consumar o casamento.
- Nós não podemos deixar isso acontecer, você já tomou sua decisão sobre fugir?
Qual será a decisão de Marta ?
O que acharam da atitude de Rodolfo?

Prisioneira de um fazendeiro Onde histórias criam vida. Descubra agora