Revelação

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Marta
Quando João saí do banheiro de toalha e fala:
- Finalmente acordou.
- O que eu estou fazendo aqui? O que aconteceu?
- Jura que você não lembra?
- Não.
Ele senta ao meu lado e diz:
- Eu vou te contar.
- Tá, você pode dar licença para me vestir?
- Claro, mas eu já vi tudo isso ontem.
- Quê?
- Se troca que eu te explico.
Me enrolo em um lençol, vou para o banheiro, me olho no espelho, como eu deixei isso acontecer? Eu nem bebi muito, mesmo muito bêbada eu não faria isso, eu não queria nada com o João, coloco meu vestido, lavo meu rosto, quando sai do banheiro João já estava vestido e eu falo:
- Olha eu só vou tomar um banho, aí nós já conversamos.
- Tá bom, vou te esperar aqui.
Fui para o meu quarto, no banho tento me lembrar do que aconteceu ontem, mas nada, só lembro do Noah se despendido, mas nem lembro se ele foi ou não, não deve ter acontecido nada, eu devo ter ficado bêbada, tirei a roupa, acabei dormindo no quarto do João, mas nada rolou porque eu estava bêbada, só isso. Me visto, tomo um café, um remédio e vou para o quarto do João com muito medo do que ele poderia falar. Bati na porta, ele abriu, eu me sentei e disse:
- Pode começar contando tudo, desde só início por favor.
- Tá bom, você lembra que nós fomos para balada né?
- Sim, eu me lembro até a parte em o Noah se despede.
- Então tá, o Noah foi embora, nós começamos a conversar, pedimos alguns drinks, na verdade alguns não, muitos.
- Mas como assim? Eu nem queria beber.
- Também não entendi, você começou a me falar o quanto seu relacionamento com Rodolfo estava ruim, que você viu ele com outra em uma balada, eu decidi parar de beber, mas você quis continuar, bebeu mais algumas, até que mesmo contra sua vontade te levei embora.
- Cara, eu não entendo como eu fiz tudo isso? Do nada.
- Pois é, quando eu te coloquei dentro do carro, você me puxou querendo né beijar, nós nós beijamos, mas eu parei por ali, durante todo o percurso até o hotel você ficou me provocando, mas não rolou nada.
- Eu estava totalmente fora de mim, agora o final eu já imagino, eu quis ir para o seu quarto, tirei a roupa e dormi.
- Calma, deixa eu terminar que não foi bem assim. Te levei pra porta do seu quarto, fui para o meu, quando eu estava abrindo meu quarto você apareceu, entrou no meu quarto, me jogou na parede, me beijou, fico falando o quanto queria passar a noite comigo, eu pedi pra você parar porque eu acabaria não resistindo, resolvi pegar um alguma coisa pra você beber, mas você trancou a porta, falou que se eu quisesse teria que pegar ela de você, aí do nada você jogou a chave no banheiro, fui procurar, depois de alguns minutos eu achei, quando eu vi, você estava praticamente sem roupa na minha cama.
Nessa hora me desespero e falo:
- E o que aconteceu? Me diz logo o que aconteceu João.
- Nós acabamos fazendo amor.
Nessa hora foi se meu corpo tivesse paralisado, as lágrimas nos meus olhos queriam descer, me controlo, respiro e falo:
- Eu sei que não estou certa, mas transar com uma pessoa bêbada que você sabe que está fora de si não é certa.
- Eu tentei evitar, mas você estava se insuando e pra mim você não estava tão fora de si assim.
- Lógico que eu estava, eu nunca faria isso no meu estado normal.
- Tem gente que quando enche a cara faz tudo o que queria fazer sóbrio.
- Isso não é meu caso, eu te garanto.
- Se você está dizendo.
- Você sabe que isso é um estupro né? Você é um idiota, eu vou te denunciar por isso.
- Não mesmo, você queria e se eu fosse você não faria isso.
- Por quê?
- Eu tenho fotos suas sem roupa, fotos suas comigo e até mesmo um vídeozinho muito interessante.
- Você não tem nada, só está blefando.
- Ah é, deixa eu te mostrar então.
Ele pega uma foto minha totalmente sem roupa na cama dele e ainda diz:
- Essa é só uma de muitas.
- Você não tem o direito de fazer isso.
- Não só tenho como fiz, imagina só o Rodolfo recebendo uma dessas?
- Você não faria isso.
- Faria sim.
- O que você quer pra ninguém saber dessas fotos ou o vídeo?
- Muitas coisas, você vai pagar um alto preço, mas o que eu quero você só saberá daqui algum tempo.
- Enquanto isso?
- Enquanto isso você fica na minha mão.
- Você não presta.
- Pois é, se eu soube que você abriu o bico já sabe né? Não é pra contar pra ninguém, eu iria vazar tudo, todo mundo ia saber a vadia que você é, meu pai pagaria uma fiança e ficaria tudo bem pra mim. Mas agora pra você, imagina o que o Rodolfo iria pensar? Ou melhor a cidade inteira? Que terrível né.
Eu não aguento, sai de lá com lágrimas nos meus olhos, me sinto tão suja, usada, o pior de tudo é que eu não tenho outra solução a não ser ficar de boca fechada, o Rodolfo ou ninguém acreditaria em mim...

Prisioneira de um fazendeiro Onde histórias criam vida. Descubra agora