Promovida

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Marta
Fui para a faculdade só por ir porque eu não estava bem, passei a noite preocupada com o Rodolfo, com meu emprego também porque o que João me disse ontem me preocupou um pouco, esse negócio de " surpresa", não posso ser despedida, preciso muito desse emprego.
  Chego na empresa e uma secretária fala:
- O chefe está lá na sala dele te esperando.
- Já estou indo.
Meu coração acelerou na hora, só falta o João ter feito fofoca para o pai e ele querer me despedir. Bato na porta, entro, na sala estava o meu chefe( pai do João) e o próprio João. Na hora que eu o vejo tenho a certeza que vou ser despedida, o desespero bate, mas não falo nada, então o meu patrão fala:
- Sente-se Marta.
Eu sento e ele continua:
- Nesses últimos meses você tem apresentado um excelente trabalho. Justamente por isso eu resolvi te promover.
Eu respiro aliviada na hora e falo:
- Muito obrigada senhor, pra qual carga vou ser promovida?
- Para um carga excelente, com menos carga horário, seu salário vai dobrar... Você vai trabalhar com o João.
Eu engolir seco aquilo, trabalhar com o João? Justamente com ele, tenho que certeza que isso foi obra dele, foi de propósito, isso é só pra tirar a minha paz e ele sabe muito bem que eu preciso muito desse emprego. Eu aperto à mão do meu chefe e falo:
- Muito obrigada por essa oportunidade, tenho certeza que o senhor não vai se arrepender.
- Disso eu tenho certeza. João vai te auxiliar até você pegar o ritmo das coisas. Agora com licença que eu precisei ir.
Saímos da sala, eu ia descer para trabalhar e João me fala:
- Onde você vai?
- Vou trabalhar.
- Você não trabalha mais, o seu escritório é ao lado do meu e você começa hoje mesmo.
- Mas vai me tomar o dia todo de trabalho mudar as minhas coisas pra cá.
- Leve o tempo que você precisa, mas quero todas as suas coisas aqui hoje mesmo e fique livre na hora do almoço porque temos uma reunião.
- Tá bom, onde é o restaurante?
- Não se preocupe, nós vamos juntos, já que agora você trabalha pra mim. Você não vê problema nisso né?
- Não senhor.
- Foi o que achei, agora com licença.
- Toda.
Ninguém merece isso, além de ver esse cara na faculdade, vou trabalhar pra ele, desço e começo a organizar às coisas. Chega à hora do almoço, espero João no estacionamento, ele aparece e diz:
- Já está pronta?
- Sim senhor.
- Vamos então.
Entramos no carro e fomos para o tal restaurante. O cliente já estava lá, a reunião fluiu muito bem, já estávamos finalizando quando o cliente diz:
- Vocês podem viajar quando?
Eu falo:
- Viajar?
Ele responde:
- Sim, vocês precisam viajar para o Inglaterra, para terminarem de fechar o negócio.
João entra no meio e diz:
- O mais breve possível, vamos conversar e te avisamos. Foi o prazer fazer negócios com você.
O cliente vai embora e eu falo:
- Você pode fechar esse negócio sozinho né?
- Claro que não, você terá que ir comigo.
- Mas eu não posso, tem à faculdade.
- Com isso não se preocupe. Mas você tem que ir sim nessa viagem.
- E se eu não for?
- Se caso você não apresentar um razão  convincente que realmente te prenda aqui, infelizmente vamos ter que te despedir.
- Só por conta de uma viagem?
- Esse é um negócio muito importante para a nossa empresa, espero que você compreenda isso.
- Tá bom.
  Voltamos para o escritório e passei o resto do dia organizando minhas coisas colocando em ordem alguns papéis... Já não estou em um momento nada bom com o Rodolfo, se ele souber que vou viajar com o João, aí que ele não vai me perdoar mesmo, mas eu preciso desse emprego, não tenho a mínima idéia do que faço. Chego em casa, encontro André e falo:
- Oi, você viu o Rodolfo hoje?
- Vi sim.
- Como ele está?
- Com uma aparência nada boa, com uma cara de quem está rimando todas...
- Aí caraca meu, que dia péssimo.
- Por que? O que aconteceu?
- Além desse negócio com o Rodolfo, fui promovida pra trabalhar com o João e ele quer  que eu faça uma viagem à trabalho com ele.
- Eita, que situação em, promovida pra trabalhar justamente com esse aí.
- Pois é, foi isso o que eu pensei.
- Por que foi não foi ou vai ver o Rodolfo?
- Esqueci de te contar, ele barrou a minha entrada na fazenda.
- E agora?
- Não sei, preciso dar um jeito de ver ele fora da fazenda porque ali eu não entro tão cedo.
- Vou te ajuda nisso, amanhã ele precisa vai uns depósitos no banco daqui da cidade.
- Sério? Que horas?
- Umas 09:00.
- Bem no meu intervalo da Facul.
- Aproveita, essa é sua chance.
- Vou aproveitar, muito obrigada por tudo André.
- Imagina, agora vai pensando num bom plano pra ele te escutar.
- Vou precisar mesmo.

Prisioneira de um fazendeiro Onde histórias criam vida. Descubra agora