Cadê ela?

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Rodolfo
Esses dias tem sido difíceis, estou com extrema saudades da Marta, mas conversei com André, ele me deu ótimos conselhos, falou que eu realmente deveria dar um tempo pra ela que essa viagem seria pra isso, falou que eu não deveria acreditar em uma palavra que saísse da boca do João principalmente à respeito da Marta, nesse tempo eu realmente segui todos esse conselhos, só me concentrei no que sinto e como eu vou pedir perdão por tudo.
Finalmente hoje é o dia que a Marta volta, estou muito ansioso por isso, nem consegui dormir à noite. Era finalzinho de tarde então creio que ela já deve ter chegado, fui na casa do André para vê-la. Chegando lá, bati na porta, mas quem atendeu foi André que disse:
- Boa tarde Rodolfo, cadê a Marta?
- Não sei, ela não está aqui?
- Não, ela nem passou por aqui, achei que você tivesse ido buscar ela no aeroporto e que vocês estivessem conversando.
- Não, eu não fui buscar ninguém, nem sabia que era o vôo chegava, ela não ligou nem nada?
- Não, entra que eu vou tentar ligar pra ela.
Eu entro, ele pega o celular, depois de alguns minutos eu falo:
- Ia conseguiu alguma coisa?
- Nada.
- Será que o vôo atrasou ou alguma coisa?
- Não sei, você tem o telefone do João?
- Não, mas se ele voltou, ela também tem que ter voltado. Vou agora mesmo na casa daquele idiota, ele deve saber onde ela está.
- Eu vou com você.
Saí de lá super preocupado. Chegamos na casa do João, bato na porta, na verdade quase à derrubo, quando a amiga da Marta que eu não lembro o nome atende:
- Rodolfo? O que você faz aqui? E quase derrubando à porta.
- Desculpa por isso, eu estou procurando o seu irmão, posso falar com ele?
- João não mora aqui faz um tempo, vou te passar o endereço dele.
- Ok obrigado, ele não passou aqui hoje?
- Ainda não, ele voltou de viagem hoje, deve estar descansando.
- Ah sim.
- Aqui está o endereço.
- Muito obrigado.
André estava me esperando no carro, quando eu entro, ele diz:
- E aí?
- Ele não mora mais aqui, mas a irmã dele me passou o endereço.
- Descobriu mais alguma coisa?
- Descobri sim.
- O quê?
- Ele pelo menos voltou da viagem hoje.
- E a Marta?
- É o que estamos indo descobrir agora.
  Em 20 minutos chegamos na casa do João, durante todo o trajeto tentamos falar com a Marta, mas nada.André foi junto comigo porque ele estava muito preocupado, e também por saber como eu sou em relação ao tal João. Bati na porta, João logo atendeu e disse:
- Rodolfo? O que você faz aqui?
- Eu vim saber onde está a Marta.
- Não sei, ela não está na sua casa André?
André responde:
- Não, ela nem passou  por lá ou ligou.
João diz:
- Que estranho.
- Vocês voltaram de viagem que horas?
- De manhã, eu ia trazer ela, mas ela falou que não precisava que a família dela estaca na cidade e que eles ia buscá-la.
Nessa hora eu jogo ele na parede e falo:
- Para de mentir, diz logo onde ela está, a família dela não está na cidade coisa nenhuma.
André me tira de cima dele e fala:
- Calma Rodolfo, agressão não vai nos levar à nada.
Eu falo:
- Não é possível, eu tenho absoluta certeza de ele está mentindo e que sabe onde ela está.
João diz:
- Eu não tenho motivos pra mentir, eu juro que a última vez que a vi ela estava no aeroporto. Vocês já tentaram o celular?
- Já, mas não deu em nada. Vamos embora André, esse daqui não vai nos levar à nada.
João diz:
- Deixa eu tentar ajudar vocês.
- Dispensamos sua ajuda, obrigada por nada.
Nem esperamos ele responder e fomos embora. No carro totalmente preocupado, com medo de algo ter acontecido eu falo:
  - E agora André? O que vamos fazer?
  - Calma, vamos pensar no que podemos fazer.
  - Se tiver acontecido algo com ela, eu juro que não vou me perdoar.
-  Não vamos pensar no pior, já sei. Vamos no aeroporto, de repente alguém a viu e tem as imagens da câmera de segurança.
- Boa idéia vamos agora mesmo.
O aeroporto fica em outra cidade, então é um pouco longe. Depois de 1 hora finalmente chegamos. Desço do carro, vou na recepção, pego uma foto da Marta e falo:
- Boa noite moça, por ação você não viu essa mulher?
- Boa noite, caraca, você não é aquele fazendeiro famoso?
- Sou sim, você não viu essa moça? Ela é a minha esposa, chegou de viagem hoje cedo.
- Olha eu não a vi, vai ser difícil achar alguém que a tenha visto porque os turnos foram trocados, mas posso checar às câmeras de segurança.
- Eu agradeceria muito.
- Ok, só um minuto.
- Tá.
Ela mexe em algumas coisas, até que depois de um tempo vira a tela do computador e diz:
- Essa daqui é sua esposa?
A imagem mostrava ela com o João na frente do aeroporto e eu falo:
- É sim, você pode deixar eu assistir?
- Olha geralmente não porque isso é uma burocracia, mas como é o senhor e estou notando que é sério vou deixar.
- Muito obrigada moça.
Às filmagens mostram João indo embora, ela espera alguns minutos, parexe bem pensativa, até que eu consigo ver que ela abre o celular, joga alguma coisa fora, suponho que seja o chip, abre a bolsa, checa alguma coisa e saí sozinha à pé, mas não dá pra saber a direção ou se tinha um carro na saída à esperando. Eu termino e falo:
- Moça, não tem câmeras na frente do aeroporto?
- Tem sim, mas eles só ligam na parte da noite.
- Ok, obrigada, você ajudou muito.
- Imagina, queria ter ajudado mais. Aqui do lado tem um rodoviária, de repente ela tenha pegado um ônibus ou eles tenham uma imagem de para qual direção e com quem ela foi.
- Sério? Vou lá agora mesmo, muito ir obrigada.
- De nada e tomara que você ache sua esposa.
- Eu também.
Para onde ela pode ter ido senhor? Será que ela fugiu? Mas ela deixaria tudo para trás? Emprego, amigos?... André fala:
- Será que ela não voltou  para casa dos pais?
- Não sei, se ela foi de ônibus não deu tempo dela chegar ainda e a mãe dela não a aceitaria tão fácil.
- Isso é verdade, mas de repente ela se viu sem saída e mesmo assim resolveu voltar.
- É pode ser, só espero que ela esteja bem e em segurança.
- Eu também.
- Eu sei que a gente não estava muito bem, mas o que aconteceu nessa viagem para ela fugir? Não avisar nada pra ninguém.
- Eu sinceramente não sei.
- Como ela estava nesses últimos dias?
- Olha Rodolfo, depois da última briga de vocês, ela resolveu viajar para dar um tempo nas coisas e para conseguir manter o emprego.
- Mas ela estava triste, estava  dando indícios de que faria isso?
- Não, ela estava meio triste com a situação de vocês, mas não parecia que ia fugir. Até porque ela falou que ia comprar umas roupinhas para o meu filho e que quando voltasse iria resolver a vida dela.
- Então só pode ter acontecido alguma coisa nessa viagem.
- Eu também estou achando isso porque ela estava até decidida a trocar de emprego.
- Por quê?
- Porque ela disse que era quase impossível trabalhar com João que era uma situação desagradável.
- Sempre esse João, eu acabo com a raça dele, se eu souber que ele fez alguma coisa para a Marta.
- E eu apoio, mas por enquanto não podemos ir afrontar ele com apenas  suposições.
- Infelizmente você está certo, ela conversou com você nos dias em que estava viajando?
- Sim, todos os dias, dizia que estava bem.
- O que deixa todo mais estranho.
- Sim.
- O que nós fazemos agora André?
- Ir para casa, temos que esperar. Amanhã de manhã você liga para a mãe dela, vê o que ela fala, dependendo do que ela falar, nós vamos juntos na tal rodoviária ver se descobrimos alguma coisa.
- É, você está certo, de repente estamos nos preocupando sem motivos.
- Sim, se algo tivesse acontecido já estaríamos sabendo.
- Verdade.
Deixo André em casa. Vou para casa, tento não me preocupar, mas não consigo.

Prisioneira de um fazendeiro Onde histórias criam vida. Descubra agora