Bruxa

6K 430 26
                                    

Rodolfo
  Depois da consulta vou para casa. No caminho penso em como sinto falta da Marta, mas ela também não tenta entender o meu lado. Foi tão difícil ser abandonado pela minha mãe, eu achei que nunca mais iria vê-la novamente e a vida me manda esse presente. Minha mãe sabia o motivo da Marta ter ido embora, contei tudo pra ela sem esconder nada. A mesma ficou muito triste por Marta ter inventado essas coisas dela, mas mesmo assim disse talvez Marta está na defensiva por estar com medo ou ciúmes.
Chego em casa. Encontro minha mãe, e Roberta na sala e falo:
- Boa noite gente.
Minha mãe responde:
- Boa tarde filho e a Marta?
- Continua com a mesma idéia. O mulher cabeça dura.
- Filho, eu não quero ser o motivo de você estar longe da mulher que você ama, ainda mais agora que ela está esperando um filho e deve estar precisando muito do seu apoio.
- Mas mãe, ela não está certa.
- Independente filho, eu vou arrumar uma casa aqui na cidade. A intrusa aqui sou eu, a Marta tem todo o direito, a casa dela.
- Mãe, a senhora nunca será uma intrusa e a Marta que é difícil mesmo. Onde a senhora pretende morar?
- Não sei ainda.
Então Roberta fala:
- Ela pode ficar lá em casa, se quiser.
Olivia responde:
- Eu não iria incomodar você?
- Lógico que não Olivia. Você sabe que eu te tenho como uma segunda mãe e o Pietro vai adorar ter você por perto.
- Quando posso me mudar?
- Quando você quiser.
- Hoje mesmo então, vou começar a organizar minhas coisas. Quero que sua esposa volte o mais rápido possível pra casa e isso só vai ser possível quando eu não estiver mais aqui.
Eu falo:
- Tem certeza mãe? Não precisa rápido assim.
- Tenho certeza meu filho. Eu ainda vou estar por perto, espero que você vá me visitar.
- Lógico que vou mãe.
- Agora com licença que vou arrumar minhas coisas.
Minha mãe vai para o seu quarto. Ficamos apenas eu, e Roberta e eu falo:
- Muito obrigado Roberta.
- Imagina Rodolfo. Eu amo sua mãe e você sabe. Mas sinceramente acho uma imaturidade da Marta toda essa história.
- Também acho, mas ela é muito cabeça dura e esse não é o melhor momento pra estar brigando com ela.
- Por conta do bebê né?
- Sim.
- Passa lá em casa qualquer dia, pra conversar, desabafar...
- Pode deixar, passo sim.
- Pietro sente muito sua falta.
- Eu tento estar sempre por perto.
- Eu sei, mas agora com a chegada dessa nova criança não se esqueça dele. Eu entendo que diferente do Pietro, esse bebé foi planejado e é fruto de um relacionamento onde existe amor.
- Roberta, eu amo os dois igualmente e já admiti meu erro em relação ao Pietro. Em relação ao nosso relacionamento, eu te amava sim, só era imaturo demais pra enxergar isso, mas isso é passado.
- Com certeza, fico mais calma em ouvir suas palavras. Vou ver se a Olivia precisa de ajuda, com licença.
- Toda, pode ficar à vontade.
Ela saí e vou para o meu escritório. Apesar de não querer que minha mãe vá, é o melhor nesse momento, pelo menos por enquanto.
Minha mãe já estava com todas as malas pronta, me despedi e ela foi embora junto com a Roberta. Vou conversar com Marta amanhã, é melhor eu passar essa noite sozinho para pensar um pouco.
Chego na casa do André, ele abre e avisa que Marta está no quarto. Vou em direção ao quarto dela, bati na porta, ela abriu e falou:
- Quem te deixou entrar?
- Foi o André, será que eu posso entrar pra gente conversar?
- Entra.
Eu entro, ela fecha à porta e diz:
- Fala.
- Primeiramente, você está bem?
- Eu estou ótima Rodolfo.
- E o bebê? Está mais calma?
- Está ótimo também. Eu estaria mais calma se você não estivesse aqui.
- Quanta ignorância. Eu vim aqui pra te  pedir pra voltar pra casa.
- De novo esse história? Eu já avisei que enquanto aquela bruxa viver lá, eu não volto.
- Primeiramente, não chame a minha mãe de bruxa e ela foi embora ontem.
Ela pula de alegria e fala:
- Foi embora de vez? Sério? Que notícia maravilhosa.
- Foi Marta, tente demonstrar menos sua alegria porquê  minha mãe foi embora.
- Me desculpa, mas é a verdade. Como você convenceu  ela à ir embora?
- Faça suas malas que no caminho te conto.
- Tá bom, vou fazer minhas malas.
- Vou pra sala te esperar.
  - Ok.
...

Prisioneira de um fazendeiro Onde histórias criam vida. Descubra agora