Fugitiva.

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Marta
André acabou de chegar, estava na sala da casa dele, o esperando:
- E aí já fez as entregas?
- Fiz sim, você já guardou suas coisas?
- Guardei sim, sua casa é muito bonita.
- Obrigado.
- Já notaram a minha falta?
- Sim, o patrão colocou todo mundo atrás de você, até me ligaram perguntando se eu tinha te visto ou sabia de algo, claro que disse não.
- Ainda bem, isso significa que eles não desconfiam de você.
- Sim, agora vem vamos comer, comprei comida pra  gente.
Comemos, jogamos vídeo game o dia inteiro, pois hoje André não foi para a faculdade. Chegou a hora de dormir, então  cada um foi para o seu quarto,  que dia incrível, desde que fui para aquela fazenda não tinha me sentido assim, livre, fiz o que quis, comi na hora que me deu vontade, logo posso começar a procurar um emprego, continuar a minha vida, aqueles dias só   vão ser lembrados como um pesadelo, agora vou dormir.
Acordo, vejo que já é tarde, André já saiu para trabalhar, mas deixou um bilhete e, dinheiro pra mim, não precisava. O resto do dia passei sem fazer nada de interessante, até que tive a idéia de fazer um jantar de agradecimento ao André, para isso vou precisar ir no mercado, mas não tem perigo, estou distante de casa, não tem como Rodolfo me achar numa ida ao mercado, pego meu dinheiro e vou ao mercado.
Rodolfo
Já procurei essa garota em todo lugar, mas até agora nada, não consegui nem dormir de noite. Tenho certeza que ela não fugiu sozinha, muito menos andando, aqui é muito distante, não paramos de procurar ela à noite toda, hoje vamos procurar nas cidades vizinhas, principalmente em comércios porque de repente ela pediu ajuda. Estou aqui para a cidade vizinha, já perguntei em vários comércios, mas nada, agora estamos entrando num mercado, mostro a foto dela para alguns funcionários, até que...
Marta
Estva comprando algumas coisas no mercado, quando eu viro, vejo Rodolfo, por alguns segundos sinto meu coração parar, abaixo a cabeça, tento disfarçar, mas ele já me viu, Rodolfo está vindo na direção, ele pega no meu braço e diz:
- Não faça nenhum escândalo, venha comigo para o carro quietinha.
Eu não falo nada apenas o sigo, entramos no carro, como a minha liberdade durou pouco, o que vai ser de mim agora? Não quero nem ver o que ele vai fazer comigo, mas independente de qualquer coisa não vou entregar o André, por que eu inventei de sair? Estava perdida em meus pensamentos, quando Rodolfo diz:
- Onde você passou a noite? Quem te ajudou?
- Ninguém me ajudou, numa praça.
- Me fala onde é? Não tem como você ter chegado até aqui sozinha.
- Não lembro, eu não conheço a cidade, sai da fazenda sozinha, quando chegue na estrada pedi uma carona.
- Você saiu com umas coisas que eu sei, cadê essas coisas.
- Eu...Eu...
- Fala de uma vez e a verdade.
- Fui roubada, como passei a noite na praça, alguém roubou minhas coisas enquanto eu dormia.
- Não acredito nessa história, você vai ver o que vai acontecer quando chegarmos em casa e você vai me mostrar por onde saiu.
- Eu só queria ser livre, não fiz nada de errado.
- Livre? Isso você nunca mais vai ser, quando você vai entender que está amarrada em mim?
Não queria chorar na frente do Rodolfo, mas não consegui segurar às lágrimas, só sabia chorar, não pelo que ele ia fazer comigo, mas por saber que tive a liberdade e conseguir perder.
Chegamos em casa, ele me tira arrastada do carro, André estava indo embora da fazenda, ele me olha, quando vi que ele ia falar algo, eu digo que " não " com a cabeça. Entramos no casarão, Rodolfo me  joga na minha cama, tranca  a porta, começa à jogar as  coisas e diz:
- Você é uma desgraçada, não vale um real, está no sangue de toda mulher ser assim.
Eu estou muito assustada porque ele está completamente alterado, tenho medo até de ser agredida, por isso não digo uma palavra, deixo ele falar assim:
- Mas isso não vai ficar barato, você vai me pagar, como castigo você vai ficar trancada dentro desse quarto até eu quiser, além disso sua família não vai receber o pagamento deles esse mês, acho que alguém vai passar necessidade né? Já que o papai parou de trabalhar porque estava contando com o meu dinheiro.
- Olha, me dá o castigo que você quiser, mas não  faz nada com a minha família por favor.
- Você devia ter pensando antes, não sou de bater em mulher, mas em homem, é uma pena que seu irmão vai ser assaltado e ainda vai levar uma surra.
Começo a chorar mais ainda, me levanto da cama, chego perto de Rodolfo e falo:
- Por favor não faz nada, principalmente com o meu irmão, prometo que não faço mais isso e que daqui pra frente vou me comportar.
- Você vai ver que toda atitude tem uma consequência.
Ele diz isso e saí do quarto. Tento correr atrás dele, acabo me cortando em uma das coisas que ele quebrou, é uma ferimento feio, estou com bastante dor, lavo, enrolo em um pano e acabo pegando no sono com dor mesmo.

Prisioneira de um fazendeiro Onde histórias criam vida. Descubra agora