Briga

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Marta
Hoje já é outro dia, já está na hora de ir embora da faculdade, tenho que fazer um trabalho com a Giulia, estávamos indo para a saída, quando ela fala:
- Amiga, vai pra casa amanhã pra gente fazer o trabalho?
- Não pode ser na minha?
- É que sua casa é longe pra caraca, como é maquete  depois é ruim  pra trazer pra facul.
- Verdade, que horas então?
- Umas 15:00, pode ser?
- Pode sim.
- Ok então, te mando mensagem com o endereço certinho.
- Beleza, tchau amiga.
- Tchau, até amanhã.
- Até.
O motorista chegou, entro no carro, só quero ver a reação do Rodolfo ao falar que vou ter que fazer trabalho na Giulia.
Chego em casa já na hora do almoço porque tinha muito trânsito, Rodolfo está na sala, me dá um selinho e fala:
- Demorou em.
- Trânsito, teve um acidente horrível lá no centro.
- Eita, mas o importante é que você está bem, vamos almoçar meu amor?
- Vamos, mas antes eu preciso te dizer uma coisa.
- Lá vem bomba.
- Para que não é bomba.
- Tá bom, fala então.
- Amanhã eu vou na casa da Giulia.( Eu falo bem baixinho).
- Fala mais alto que eu não escutei nada.
- Amanhã vou ter que fazer um trabalho.
- Tá bom, sem problemas, agora vamos almoçar que estou morrendo de fome.
- Calma que não terminou, o trabalho vai ser feito na casa da Giulia.
- A mesma Giulia que é irmã do tal João?
- É, mas eu estou indo pra fazer trabalho.
- Não gostei nada dessa idéia, vocês podem muito bem fazer o trabalho aqui.
- Eu falei isso pra ela, mas como é maquete e ela mora mais perto de lá.
- Você não vai.
- Rodolfo, eu não estou te pedindo permissão, estou apenas te comunicando.
- Não quero saber, você não tem minha permissão.
- Tô nem aí, vou do mesmo jeito, não vou perder nota porque você acha só acha, que manda em mim, você está sendo totalmente imaturo.
- Imaturo? É porque não é com você.
- Eu não vou discutir com você sobre a mesma coisa.
Ele já se estressa e fala:
- Eu aposto que você só vai pra ver o seu Joãozinho.
- Para de falar besteira, se eu quisesse alguma coisa com esse aí tem a faculdade pra isso.
- Mas parece que não está sendo o suficiente né.
- Cansei sério.
Eu tiro a aliança, dou na mão dele e falo:
- Só vou voltar a usar a aliança ou ter algo com você, quando você passar a confiar em mim porque eu cansei e pode almoçar sozinho porque eu perdi a fome.
Não espero nenhuma reposta dele e vou para o meu quarto. Essa desconfiança toda me sufoca, não aguento mais isso, lembrei que o André voltou de férias hoje, vou agora mesmo ver ele. Desço, passo por Rodolfo que fala:
- Onde você vai?
- Ver o André, tchau.
- Volta aqui que nós precisamos terminar a nossa conversa.
Eu o ignoro e vou para o estábulo. Cheguei, dou um abraço no André e falo:
- Meu que saudades, parece que tem anos que eu te vejo.
- Aposto que você nem sentiu a minha falta.
- Senti sim e muito viu.
- Eu também senti.
- Mas me conta o que você fez nessas férias?Se divertiu?
- Eu fui visitar minha família, me diverti bastante.
- O que você fez lá? Conheceu alguém?
- Nada de extraordinário e não conheci ninguém.
- Mas e aí você está bem?
- Estou ótimo e você?
- Excelente.
- Essa resposta não me convenceu em, como você passou essas semanas? E como estão as coisas entre você e o Rodolfo?
- Eu passei bem essas semanas, entrei na faculdade, as coisas com o Rodolfo estavam boas.
- Caraca, você está fazendo faculdade? Que legal, qual é o curso?
- Adm.
- Muito bacana, mas por que as coisas entre você e ele estavam bem do verbo não estar mais?
- Estava tudo ótimo, um verdadeiro sonho, até que a faculdade começou, aí eu conheci novas pessoas, inclusive um colega, foi então que começou o ciúmes, a desconfiança... Eu procurei entender no começo, nós conversamos várias vezes sobre isso. Então hoje eu avisei ele que ia fazer um trabalho na casa de uma amiga que é irmã desse colega, isso foi motivo para o Rodolfo surtar, queria me proibir de sair, falou que eu queria ver o menino...
- Mas por que você não chamou sua amiga pra fazer o trabalho aqui? Só pra evitar isso sabe.
- Porque é maquete e ela mora mais perto, eu até sugeri essa ideia.
- E então o que você falou para o Rodolfo?
- Eu falei que não ia discutir com ele, mas ele continuou, então eu disse que não aguentava mais tanta desconfiança e devolvi a aliança.
- Caraca, você falou o que quando devolveu a aliança?
- Que era só pra ele me devolver quando passasse a confiar em mim.
- E ele?
- Não esperei nenhuma reposta dele, eu precisava distrair minha cabeça.
- Quer um conselho?
- Quero sim.
- Você gosta dele?
- Amo.
- Então tentem se resolver porque dá pra ver que os dois se gostam muito.
- Eu sei, mas o problema é conversar mil vezes sobre a mesma coisa e a desconfiança.
- Eu realmente entendo que é difícil, mas faça ele enxergar que se não parar com isso vai acabar te perdendo.
- Vou tentar, mas vou deixar os dois esfriarem a cabeça antes.
- Melhor, agora tenho que ir.
- Tchau migo, obrigada pelo conselho  e estava morrendo de saudades sua.
- Eu também, tchau e vê se segue meu conselho.
- Pode deixar.
Vou para casa, noto que Rodolfo não está, porque já era o horário que ele customa voltar do serviço, então  vou a cozinha para falar com a Maria:
- Maria?
- Oi menina.
- O Rodolfo ainda não chegou?
- Não, depois que vocês discutiram, ele ficou aqui um pouco e saiu de carro.
- Mds, onde será que esse homem se meteu?
- Não sei, vamos ligar pra ele, quem sabe não temos notícias.
- Tá bom, vamos tentar.
Eu estava ligando para ele, mas nada, depois de muitas tentativas, eu falo:
- Nada dele Maria e você conseguiu alguma coisa?
- Nada menina.
- Eu estou tão preocupada.
- Calma, ele vai aparecer.
Vou perguntar para os funcionários pra ver se alguém sabia dele, mas nada.  Começamos a ligar para alguns amigos, mas sem nenhum sucesso, ninguém sabia dele, aquela espera estava agonizante. Agora já são 00:55, o Rodolfo até agora não apareceu, quando eu resolvo ir procurar ele de carro, o próprio entra, respiro aliviada e falo:
- Você quase me matou de susto, onde você estava?
Eu chego perto dele, notei o cheiro fortíssimo de álcool e falo:
- É piada, você estava enchendo a cara?
- Eu? Lógico que não, eu não bebi nada, talvez só um pouquinho.
- Você nem é de ficar bebendo, não acredito em uma coisas dessas.
- Não me enche vai.
- Não me enche? Você não atende a droga do celular, vem dirigindo bêbado.
- Eu bebi, mas tô consciente.
- Consciente o caramba, vai deitar que hoje eu não quero nem mais ver sua cara.
- Melhor assim, vem que eu te ajudo né.
- Eu não quero sua ajuda.
- Você não tem querer.
- Eu não quero e pronto. Maria vem aqui me ajudar por favor.
A Maria ajuda ele a subir para o quarto, fico na porta do quarto dele esperando a Maria sair, quando ela saí e fala:
- Entra rapidinho, ele já está quase dormindo.
- Obrigada Maria, você é extraordinária.
- Imagina, ele tomou um banho pra ajudar a passar o efeito da pinga.
- Tá bom então.
- Agora vou me deitar, boa noite, se precisar pode me chamar.
- Beleza, boa noite pra você também.
Eu entro no quarto, ele está dormindo, deito na cama devagar pra ele não acordar, faço um cafuné no cabelo dele, por que ele foi fazer isso? Oh homem difícil viu, depois de alguns minutos sem perceber acabo pegando no sono lá mesmo.
 

Prisioneira de um fazendeiro Onde histórias criam vida. Descubra agora