Marta
Finalmente cheguei na minha tia, demorou bastante porque não tinha ônibus direto para cá, por conta disso peguei 3 ônibus para conseguir chegar. Estou na porta da minha tia atentando criar coragem para bater na porta, com medo dela não me aceitar, voltar para casa à essa altura estava fora de cogitação. Resperei fundo e bati na porta. Depois de alguns minutos aparece um rapaz, abre a porta, ele aparentava ter uns 20 anos, estava com roupas de trabalho, tinha um sorriso muito gentil e diz:
- Bom dia, o que a senhora gostaria?
- Bom dia, eu estava procurando uma tia minha que mora aqui, ou melhor morava, mas vejo que me enganei.
- Eu não moro aqui, só trabalho aqui, fala o nome da sua tia, de repente ela mora aqui.
- É Elvira.
- Ah sim, a Elvira.
- Você a conhece?
- Quem nessa cidade não conhece a Elvira? Ela é dona da lanchonete mais conhecida da cidade. Mas olha que falta de educação a minha, entre.
- Obrigada com licença.
Eu entro e ele fala:
- Pode se sentar.
- Obrigada.
- Aceita uma água, café, um suco?
- Uma água por favor.
Depois de alguns minutos, ele trás a água e eu falo:
- Muito obrigada.
- Imagina, mas como eu sou esquecido, nem me apresentei. Prazer, eu sou o Daniel.
- O prazer é meu Daniel, eu sou a Marta. A minha tia não está?
- Marta, bonito nome. Não, ela está na lanchonete, se você quiser eu te levo lá.
- Não seria um incômodo?
- Lógico que não, vamos.
A lanchonete era na esquina da casa de tia Elvira, fomos andando, no caminho fui conversando com o Daniel que me parece ser um homem muito simples. Chegamos na lanchonete, Daniel vai chamar a minha tia, até que ela aparece e diz:
- Marta?
- Oi tia.
Ela me dá um longo abraço e diz:
- Menina, quanto tempo, quase não te reconheci.
- Verdade tia, faz muito tempo e perdemos o contato.
- Sim menina, sente-se, já mandei o Daniel trazer alguma coisa pra você comer.
- Muito obrigada tia, mas não precisa.
- Lógico que precisa. Mas me diz aí, o que você faz aqui? Seus pais também estão na cidade?
- Não, eles não estão. A história é longa, eu vim pra cá com a esperança da senhora me deixar ficar na sua casa, mas se não tiver como eu vou embora.
- Claro que não, você é muito bem-vinda pra ficar quanto tempo quiser.
- Obrigada tia.
- Que isso minha querida, mas o que aconteceu pra você vir parar nesse fim de mundo?
- Ah tia muitas coisas. Eu me casei, mas foi forçada pela minha mãe, justamente por isso ninguém pode saber que eu estou aqui.
- Jura menina? Não acredito que sua mãe fez uma coisas dessas, me conta mais sobre isso.
- A história é longa tia, vou deixar isso pra outro dia se a senhora não se incomodar.
- Tudo bem meu amor, quando você quiser falar estarei aqui.
- Mas uma vez obrigada tia. Me prometeu uma coisa?
- O quê?
- Que a senhora não vai contar pra absolutamente ninguém que estou aqui?
- Prometo.
- Por mais que eles falem muitas coisas, por favor não conta nada.
- Pode deixar, conta comigo.
- A senhora é maravilhosa tia.
- Imagina.
O Daniel aparece com umas torradas, se senta ao lado da minha tia, coloca o prato na mesa e diz:
- E aí Marta, vai ficar por aqui?
Minha tia diz:
- Eita rapaz curioso. Mas sim Daniel ela vai ficar conosco.
Eu falo:
- Conosco? Daniel é meu primo tia?
Ela responde:
- Mais ou menos. Eu criei Daniel desde de menino, então ela é como se fosse um filho pra mim.
Daniel fala:
- Sim, Elvira é como se fosse minha mãe. Você vai gostar muito da cidade.
Eu falo:
- Tenho certeza que sim.
Minha tia fala:
- Daniel, toma conta das coisas aí que eu vou acomodar nossa hóspede.
Ele responde:
- Pode deixar. E Marta mais uma vez seja muito bem-vinda.
Eu respondo.
- Muito obrigada.
...
Rodolfo
Assim que amanhece o dia, eu ligo para mãe da Marta:
Ligação on
- Bom dia Rodolfo, aconteceu alguma coisa?
- Bom dia, eu queria saber se a Marta está aí?
- Não, ela não está aí?
- Não. Eu achei que ela tivesse ido pra aí.
- Não, aqui ela não está. Até porque faz muito tempo que ela nem se quer falar comigo.
- Entendi, se ela fosse pra aí já era para o ônibus ter chegado né?
- Sim, a viagem daí pra cá não é tão longa assim.
- Pois é, mas obrigado de qualquer forma.
- Calma Rodolfo, ela não está com aquela amigo dela?
- Não, o André não sabe dela. Nós sabemos muito pouco, ela chegou de uma viagem de negócios ontem cedo, mas não foi pra casa, nem avisou nada pra ninguém. Fomos até o aeroporto, falamos com o chefe dela, mas nada, achamos ela que viajou porque do lado do aeroporto tem uma rodoviário.
- Essa Marta não tem jeito. Mas não se preocupe, ela não fugiria se não tivesse um lugar pra ficar, provavelmente na casa de algum parente porque ela nunca teve muitos amigos, ainda mais depois que mudou pra aí. Mas vocês estavam bem?
- A nossa relação estava em momento muito complicado.
- Por culpa dela, eu imagino.
- Culpa dos dois, principalmente minha, mas esse não é o momento pra discutir sobre isso, eu só quero saber onde a Marta está.
- Você está certo meu filho.
- A senhora tem ideia de onde?
- Tenho algumas ideias sim.
- Eu posso ir pra aí hoje mesmo, a senhora me fala os locais e nós checamos. Pode ser?
- Claro, vou arrumar tudo aqui pra te esperar.
- Ok então, hoje mesmo já estou por aí.
- Tchau meu filho.
- Tchau.
- E não fique preocupado, nós vamos achar a Marta, isso não deve passar de mais uma travessia dela, eu a conheço e tenho certeza de que ela te ama.
- Assim espero.
Ligação off
Mando preparar meu helicóptero, arrumo rapidamente às minhas malas e vou para a cidade.
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Prisioneira de um fazendeiro
RomanceMarta, uma garota de apenas 17 anos, durona que não acredita no amor e muito menos confia em homens. Sua família é muito humilde, tudo muda quando é mandada para uma fazenda muito distante de seu lar... Rodolfo, um dos fazendeiros mais ricos do pa...