Marta
Acordo cedo para ir atrás de um emprego. Estou decidida a ficar aqui, Rodolfo vai acabar entendendo e voltando para casa. Vou para cozinha, logo quando entrei vi a minha mãe que já disse:
- Já fez suas malas?
- Pra quê mãe?
- Para você voltar para casa junto com o seu marido, onde é o seu lugar.
- Eu não diz e nem vou fazer mala nenhuma.
- Por quê?
- Porque eu não quero mais aquela vida, o meu relacionamento com o Rodolfo nunca dá certo.
- Porque você não quer. Você tem um homem lindo, de caráter, bem sucedido ao seu lado que ainda por cima é louco por você, mas você não aproveita tudo isso.
- Mãe, isso não é o suficiente e a senhora nem sabe da metade.
- O que por exemplo?
- Ele escondeu um filho por exemplo.
- Ele engravidou outra quando estava com você?
- Não, isso foi bem antes dele me conhecer.
- Então é passado, esquece isso e vamos voltar logo.
- Não, agora com licença que eu vou procurar um emprego.
- Essa conversa não acaba por aqui Marta.
- Tchau mãe, passar bem.
Falo isso e vou para o ponto de ônibus. Vou para diversos comércios, entrego muitos currículos, mas pelo que eu vi a maioria das vagas em todos os lugares já estão preenchidos, o importante é tentar.
Estava no ponto, esperando meu ônibus para ir embora pois já estava muito cansada, quando um carro aparece, para na minha frente, abaixa o vidro, na hora vejo que é Rodolfo que fala:
- Vem, entra aí.
- Não precisa, eu vou esperar meu ônibus.
- Para de bobagem vai, eu já estava indo para casa da sua tia falar com sua mãe.
- Tá bom, mas é só uma carona não significa nada.
- Ok.
Entro no carro e ele começa à dirigir. Estávamos indo pra casa quando ele diz:
- E aí você está bem? O que fazia aqui pelo centro?
- Estou sim e você? Estava entregando alguns currículos.
- Eu não acredito nisso Marta.
- Em quê?
- Que você está realmente considerando a idéia de ficar.
- Eu já tinha te dito.
- Mas eu não achei que você estava falando sério.
- Mas é, se acostume com a idéia.
- Marta, coloca a cabeça no lugar, aqui não é seu lugar e você sabe disso.
- Não vem com esse papo de novo.
- Mas é a verdade, vou dizer essas coisas até você mudar de idéia.
- Você está pendendo seu tempo.
- Tenho certeza que não, eu não desisto fácil do que quero.
- Ah tá.
Quando notei, estávamos na frente de casa e eu disse:
- Cheguei, obrigada pela carona.
- De nada e ainda não terminamos.
- Terminamos sim, aceita que é melhor.
Eu abri a porta para sair do carro, mas sei lá o que aconteceu que ela não abriu, então Rodolfo nota, destrava o cinto dele,passa os braços por cima ombros e fala no pé do meu ouvido:
- Deixa eu te ajudar.
Nessa sinto meu coração acelerar,um arrepio, um frio na barriga, eu acabo me virando, o que faz eu ficar frente à frente com ele. Rodolfo diz:
- Olha para nós, é nítido que nos amamos.
Eu não falo nada, apenas abaixo à cabeça, Rodolfo a levanta, chega mais próximo e diz:
- Eu te amo Marta e só quero você.
Quando notei já estávamos nos beijando, era um beijo desesperado, cheio de amor, não sei explicar. Depois de algum tempo às coisas começaram à esquentar, quando notei Rodolfo estava tirando a minha, ali mesmo dentro do carro, até que eu paro e falo:
- O que nós estamos fazendo?
- Nos amando.
- Não, isso não está certo.
- O que Marta? Duas pessoas que se amam ficando juntos? Pois é, tenho certeza que isso deve estar nos pecados capitais.
- Rodolfo, tudo entre nós já acabou.
- Não, ainda não, eu ainda não te perdi e nem pretendo perder.
- Rodolfo...
- Marta, eu tenho certeza que você me ama ou você vai dizer que não queria esse beijo? Ou que não sentiu nada?
- Eu tenho que ir Rodolfo.
- Fugindo do assunto, mas você sabe a verdade, use essa noite para pensar Marta.
- E você para me esquecer Rodolfo.
Desço do carro e entro correndo para casa. Vou para meu quarto, fecho a porta, esse beijo só serviu para me mostrar o quanto eu ainda amo o Rodolfo, mas estou cansada de sempre ter aparecer alguém ou alguma coisa nos impedindo de ficar juntos e fora que como eu explicaria toda a situação com o João? Se nem eu mesma sei o que aconteceu e a grande questão ele acreditaria em mim? A minha palavra bastaria dessa vez?
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Prisioneira de um fazendeiro
RomanceMarta, uma garota de apenas 17 anos, durona que não acredita no amor e muito menos confia em homens. Sua família é muito humilde, tudo muda quando é mandada para uma fazenda muito distante de seu lar... Rodolfo, um dos fazendeiros mais ricos do pa...