Rotina

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Marta
Minha perna já está recuperada, não totalmente, mas já posso voltar a rotina, acho que pelo peso na consciência Rodolfo cancelou o castigo, então vou aproveitar e ver o André que deve estar muito preocupado desde do dia que voltei não o vi. Chego lá, André me abraça na hora e diz:
- Você quer me matar? Eu achei que o Roldofo tinha te matado, não tive mais notícias suas, você não desceu mais aqui.
- Calma, vou explicar tudo.
- Começa falando como Rodolfo te encontrou.
- Ok, eu queria fazer um jantar especial para você, já era de tarde, como sua casa é distante achei que não tinha perigo, então resolvi ir ao mercado rapidinho, quando eu estava indo para o caixa, vejo Rodolfo, tentei disfarçar, mas já era tarde, ai ele me trouxe para cá furioso.
- Ele te bateu? Por que você está com a perna machucada?
- Não, ele não me bateu.
- Acho bom porque mesmo ele sendo meu chefe, eu acabaria com a raça dele sem pensar duas vezes.
- Eu te ajudaria, nesse dia ele ficou tão alterada que começou a quebrar as coisas do meu quarto, me fez ameaças, ameaçou minha família, quando ele falou da minha família tentei ir atrás dele, só que cai no vidro e cortei a perna.
- Que idiota, de certa forma a culpa é dele.
- Eu sei disso, ele me levou para o hospital e cuidou de mim esses dias.
- Isso é culpa.
- É deve ser, mas mesmo assim ele poderia não ter ajudado em nada.
- Marta, ele não fez mais que a obrigação dele, mas você já está melhor?
- Estou sim e você está bem? Ainda bem que Rodolfo não suspeitou de você.
- Estou bem, por mim não tem problema, o importante é que você esteja bem.
- Eu não ficaria bem por saber que você perdeu seu emprego por mim e eu preciso de você aqui ao meu lado.
- Sempre vou estar aqui pra você, posso te fazer uma pergunta?
- Pode.
- Na verdade são duas, esses dias que Rodolfo cuidou de você, mudou as coisas entre vocês? E você gosta dele?
- Não e não. Não mudou nada e não tem a mínima possibilidade de eu me apaixonar por ele.
  Tenho que admitir que essa resposta não foi totalnente sincera, pois infelizmente estou sentindo um coisa bem pequena por Rodolfo, mas isso vai passar, vou arranjar esse sentimento pelo reais porque ele não tem futuro.
- Certeza?
- Claro, nunca vou gostar dele, agora tenho que subir porque está na hora do almoço.
- Tchau e nunca mais me deixe sem notícias.
- Pode deixar.
Subo, Rodolfo está me esperando com uma cara nada boa, lá vem bomba, ele me vê e diz:
- Onde você estava?
- No estábulo, fui ver os animais.
- Não mente para mim, já me contaram que você fez um " amiguinho".
- Não tenho amiguinho nenhum e com toda certeza foi a Caroline né.
- Não importa quem contou, o nome do seu amigo é André né? Engraçado que no dia que você passou começou a gritar " André".
- Deve ser porque eu estava delirando né, eu nem lembro disso.
- Mas eu lembro, muito bem. E agora parando para pensar, você não poderia ter fugido sozinha, não foi ele quem te ajudou?
- Lógico que não, nem conheço esse tal André e pelo que eu sei todos os funcionários estavam trabalhando normalmente no dia.
- Se você estiver mentindo, eu vou descobrir cedo ou tarde.
- Não estou mentindo, eu estava no estábulo e troquei 2 palavras com ele só isso.
- Não foi o que me contaram.
- Você não percebe que a Caroline faz de tudo para você brigar comigo?
- Ela não me contaria nada, se você não ficasse me escondendo as coisas.
- Quando eu falo a verdade você não acredita de qualquer maneira, agora vamos almoçar logo.
- Não, agora não.
Então Rodolfo vem me beijar, no começo eu luto, mas depois acabo correspondendo, até que o meu bom senso volta e eu me  afasto:
- Para quem não gosta dos meus beijos, você corresponde bem a ele em.
- Impressão sua, eu não os suporto na verdade.
- Jura? Não foi o que pareceu.
- Nem tudo que parece é.
- Seiii, agora vamos almoçar.
O almoço correu em silêncio, não acredito que o beijei que idiota, isso não pode acontecer nunca mais. Já estava de noite, resolvo fazer um chá, estava na cozinha quando ouvi um barulho na sala, fui ver...

Prisioneira de um fazendeiro Onde histórias criam vida. Descubra agora